Uma pesquisa revelou que 50% dos produtores rurais (independentemente do porte) utilizam alguma ferramenta de conexão, de acordo com o líder comercial da Climate FieldView, Vinicius Faião. “E 90% desses tem WhatsApp”, complementa o diretor presidente da Coopercitrus, Fernando Degobbi Sambonovich. A grande dúvida para Faião é como isso “aterrissa” na fazenda.

Para o head of produtos corporativos & IoT Tim Brasil, Alexandre dal Forno, o desafio está “um passo atrás”; como muitos produtores ainda não estão conectados, quais soluções oferecer? “Eles têm máquina moderna, insights, mas não tinham informações em tempo real por falta de conectividade, voltamos para prancheta para levar conectividade ao campo”.

A solução encontrada foi oferecer o 4G, “cobrir o campo com a mobilidade necessária similar ao que é encontrado nas cidades. Conectividade facilita vida do produtor, tablets e celulares funcionam com 4g. Quisemos trazer essa simplicidade. Além disso, por ser uma tecnologia nas rodovias de todo País, isso vai além da porteira, fim a fim. Tivemos que fazer projetos que saíssem mais baratos p produtor comprar barato ou no preço pago nas cidades. Temos que desenvolver soluções que ajudam ao interesse do produtor”.

Questionado sobre a escolha do 4G, dal Forno explica que tecnologia para conectividade do campo facilita comunicação de pessoas, mas que atualmente a dificuldade é coordenar, pois a maioria dos proprietários trocou radio walktalk por WhatsApp.

Faião comenta, porém que é possível ter acesso sem cobertura nas propriedades, algumas ferramenta coletam informações offline e quando chegam em área de 4G sobem a informação na nuvem, então tem-se as informações na plataforma, “não é empecilho, faz operação sem cobertura e quando chega onde tem conexão sobe e fica disponível”.

Soluções

Essas informações são transformadas em dados e isso aumenta a produtividade, ajuda na tomada de decisão no campo. “Existem soluções para cana, citrus, hortifruti e cereais. Em cana como as imagens do diagnóstico via satélite analisa-se evolução da lavoura, com essas imagens da biomassa e infestação de planta daninha, com imagem de drone dá para fazer pulverização com jato dirigido no talhão”, comenta o líder comercial da Climate FieldView

Esse sistema de agrupamento de informações cria camadas de informação que formam o Big Data, e o sistema cria zonas de manejo no talhão, informando melhor camada de fertilidade, assim, sendo mais efetivo. “Isso é fazer uso da melhor genética na propriedade. Temos dados coletados das máquinas, colocamos isso de forma prática para tomar decisão, mas trazemos informações para auxiliar a dar melhor suporte e ter mais produtividade, independentemente do tamanho da propriedade”.

O gerente desenvolvimento negócios Precision Planting, Rafael Antonio Costa, comenta que o que se busca é reduzir perdas. Um exemplo atual: emergência, quando a planta germina no solo e isso é um fator pouco entendido de forma geral, perda de potência por esse fator varia de 5 a 10%, cuidando mais disso aumentamos a produtividade.

“Temos tecnologia de linha de plantio no solo que melhorou acima de 5% esse fator. Temos que entender o que rouba a produtividade na largada e depois quais tecnologias oferecer para recuperar”.

Um ponto interessante é que ferramentas podem ser acopladas à linha de plantio, comenta Costa. Isso traz benefício a cada linha de plantio, tanto para produtor com máquina de 48 linhas como para quem trabalha com máquinas de oito linhas. “Mais eficiência para cada semente colocada no solo. O sustentável é produzir mais na mesma área. Temos potencial produtivo de até 20% a mais eliminando os erros”.

No caso da emergência no algodão, a diferença de um ou dois dias no nascimento da planta, causa problema durante todo ciclo da planta. Se estão em momentos diferentes, no momento final causa perda de produtividade.

Questionado sobre soluções que bancos podem oferecer ao produtor, o diretor de agronegócios Santander, Carlos Aguiar Neto, comenta que sim as tecnologias impactam rotina do produtor e que para ajudar existem linhas disponíveis fora do “convencional” (governo), sendo necessário filtrar o que serve para cada produtor, empresa, cooperativa…sendo necessário entender as propostas e como isso se adapta no negócio e o que funciona. “Produtor tem que fazer isso (implantar conectividade), senão fica para trás e prejudica toda a cadeira. Tecnologia funciona para todos os tamanhos”.