O agronegócio brasileiro está cada vez mais digitalizado; é cada vez mais comum – e necessário – a utilização de aplicativos para agilizar a rotina do produtor rural. As soluções vão desde armazenamento de dados, reconhecimento da presença de pragas (em que se fotografa a folha e um banco de dados de imagens é acessado informando qual a praga, o estágio em que ela está e quais medidas devem ser tomadas), monitoramento do gado (pesagem, cio e localização, por exemplo), dispersão de defensivos agrícolas ou, ainda, o acompanhamento do desenvolvimento das plantas.
Nós da Agrishow já apresentamos quais soluções disponíveis e o estágio em que nosso mercado está
Talvez, essa gama de oferta de soluções para o produtor rural coincida com resultados de estudos que indicam que, no Brasil, existe um telefone celular para cada habitante. Entretanto, há estudos menos animadores: de que apenas 14% das lavouras brasileiras são conectadas. Ali, no meio das plantações a tecnologia para obter sinal de telefone ou de transmissão de dados é a radiofrequência. Cenário que não condiz com o fato de sermos um importante polo de desenvolvimento de aplicativos para o agronegócio e termos soluções apadrinhadas pela NASA e Google.
Esse cenário faz com que um desafio para os desenvolvedores de aplicativo seja justamente a falta de conectividade. Como fazer com que o produtor rural acesse dados rápida e facilmente? Como transmitir informações? (Estas perguntas são rotina para o produtor, afinal tudo acontece muito rápido). Por outro lado, responder a estas questões podem ser oportunidades para novas startups ou novos produtos para esse mercado.
O desenvolvimento de soluções para a falta de conectividade pode ser uma oportunidade de negócio para startups – vale lembrar não precisam oferecer “somente” soluções virtuais, mas físicas também. Uma situação que está acontecendo e que pode ser aproveitada é a de produtores rurais se unindo, construindo as estruturas de antena e indo até as operadoras de internet solicitando sinal.
Ser o facilitador deste processo de diálogo entre produtores e operadoras é uma opção de mercado. Outro movimento que pode ser aproveitado como oportunidade é a troca de dados, afinal boa parte das ferramentas disponíveis hoje no mercado armazenam e analisam os dados gerados a partir das produções rurais; tipo de planta, extensão do cultivo, impactos climáticos etc – nada de dados pessoais que conflitem com a Lei de Proteção de Dados assinada pelo presidente Michel Temer ou com o GDPR (sigla em inglês para Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) que vigora na Europa . Será que é possível desenvolver soluções que capitalizem os dados em favor do produtor rural? Vale a reflexão.