Para chegar ao terceiro lugar no ranking mundial de produção de sementes, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, o Brasil teve de investir em melhoramento genético e na geração de novos cultivares a partir de metodologias clássicas de melhoramento, novas técnicas de melhoramento e utilização de biotecnologia.
Toda espécie cultivada domesticada passou por algum processo de melhoramento genético, garante José Américo Pierre Rodrigues, presidente da Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas). “Dessa forma, podemos afirmar que 100% das sementes utilizadas para plantio, na atualidade, são resultantes de algum processo de melhoramento”, afirma.
Porém, isso não significa que todas as sementes são transgênicas. O primeiro levantamento da adoção de biotecnologia agrícola no Brasil, safra 2015/16, publicado pela Consultoria Céleres, indica aumento da área total de 3,9% em relação ao fechamento da safra 2014/15. “A área total com culturas transgênicas de soja, milho e algodão alcançará 44,2 milhões de hectares, ou adoção total de 90,7% da área cultivada com essas três culturas.” Acompanhe, agora, o andamento de algumas pesquisas de melhoramento genético.
Estão previstos estudos da semente da soja direcionados a tolerância a herbicidas, aumento de produtividade e melhora da qualidade nutricional do grão
Soja
Ao longo do tempo já foram obtidos melhor qualidade dos grãos, aumento do potencial de rendimento e adaptação a condições locais de ambiente. Segundo Rodrigues, atualmente, as empresas públicas e privadas têm concentrado seus esforços em pesquisa e inovação na área de biotecnologia. Dessa forma, estão previstos novos eventos direcionados a tolerância a herbicidas, resistência a insetos, nematoides e fungos, aumento de produtividade e melhora da qualidade nutricional do grão.
Milho
Entre as características alcançadas estão a obtenção de materiais para adaptação tropical e subtropical, melhor qualidade física e nutricional do grão e tolerância a estresses ambientais. Novas pesquisas com biotecnologia tratam de aumento de produtividade, tolerância à seca e aprimoramentos no uso eficiente do nitrogênio.
Arroz
O melhoramento genético clássico juntamente com os outros métodos de melhoramento foi o responsável pelo aumento da produtividade das espécies cultivadas. Já existem cultivares que fornecem melhor qualidade nutricional ao grão produzido, resistência a insetos e tolerância à herbicidas. “Entretanto, nenhuma dessas tecnologias está disponível no Brasil, apenas internacionalmente.” Estão previstos estudos de biotecnologia visando resistência a insetos, aumento de produtividade e aumento da qualidade nutricional do grão.