A soja responde por, aproximadamente, 50% do total de grãos produzidos no Brasil, o que nos coloca entre um dos maiores produtores mundiais da cultura. Para ter ideia, a produção brasileira na safra 2014/2015 atingiu 96.228 mil toneladas. Porém, 68,8% do custo operacional da produção estão relacionados a fertilizantes, agrotóxicos, operações com máquinas, sementes e depreciação de implementos. As informações são do segundo volume do Compêndio de Estudos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), sob o título “Evolução dos custos de produção de soja no Brasil”.

 Dentro dos 68,80% dos custos operacionais, a análise indica que os fertilizantes têm o maior índice de participação: 27,82%, enquanto os agrotóxicos 18,24%.

Ainda de acordo com o estudo, a participação das operações com máquinas representa 9,1% e a depreciação de máquinas e implementos tem participação média de 6,76% no total dos custos operacionais. Outro dado relevante da análise é que a opção por lavouras de soja convencionais ou transgênicas não é mais uma decisão embasada somente na obtenção de custos de produção mais vantajosos, mas na exigência de mercado na comercialização de produto.

Entretanto, segundo o gerente da equipe de Custos de Produção da Conab, Asdrúbal Jacobina, mesmo que o custo de produção de soja tenha subido nos últimos anos, o preço recebido pelo produtor permite que a cultura continue com alta rentabilidade. E com a recente estabilização do dólar frente ao real, observa-se a tendência de queda dos preços dos insumos.

Porém, a médio e longo prazos, outros fatores como oferta e demanda mundiais, adversidades climáticas, incidência de novas pragas e doenças, são fatores que podem influenciar na elevação ou redução nos custos de produção da soja e, consequentemente, na rentabilidade obtida pelo produtor. Para solucionar o problema, Jacobina faz algumas recomendações a seguir.

  1. Que o produtor priorize a redução de gastos com fertilizantes, agrotóxicos, sementes e máquinas agrícolas.
  2. Procure insumos durante a entressafra ou em conjunto, por meio de cooperativas ou grupos de agricultores .
  3. Planeje comprar, na época adequada, a quantidade de produtos e grande possibilidade de negociar preços e condições de pagamento plenamente favoráveis, diretamente com a indústria.
  4. Realizar o uso racional esses insumos.
  5. Fazer amostragens de solo e análises foliares para a distribuição precisa de fertilizantes.
  6. Monitorar a presença de pragas, a fim de aplicar agrotóxicos em quantidade e momentos adequados.
  7. Adotar novas tecnologias como máquinas mais eficientes na realização de operações e sementes que permitam o aumento na produtividade , também podem diminuir os seus custos por saca produzida.