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Produção de Lavanda: um mercado de oportunidades

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A produção de lavanda ainda é pequena no Brasil, mas mesmo assim abre um leque de boas oportunidades. Saiba mais sobre a cultura e entenda por que ela é muito apreciada.

Paisagem de filme e cenário de muitas fotos e até pedidos de casamento, a lavanda é uma planta que dá o tom e contrasta com o céu de brigadeiro em muitas regiões do mundo.

Muito comum em países como a França, Bulgária, Rússia e China, a lavanda ainda é pouco encontrada no Brasil. Mas, mesmo assim, seu mercado é pouco explorado no país.

Convidamos Lucas Henrique Los - produtor de lavanda e sócio proprietário do lavandário Het Dorp - para falar sobre as principais características dessa cultura, além das oportunidades que ela oferece.

O que é a lavanda?

Com um aroma marcante, a lavanda, também denominada alfazema, é uma planta originária dos cerrados mediterrâneos, característicos por áreas montanhosas e ensolaradas.

Considerada uma planta perene, a lavanda faz parte das famílias aromáticas e possui muitos usos, como destacado por Lucas Los.

A lavanda faz parte de uma família de plantas aromáticas que é usada há séculos com fins medicinais, aromáticos e culinários”.

Caracterizada por ser uma planta de ciclo longo e que pode ser explorada comercialmente por até quinze anos, a lavanda costuma dar uma produção bem inferior nos primeiros anos (em alguns casos, atingindo até 200 kg/ha), mas passa a atingir sua melhor produção entre o segundo e quinto ano.

De forma geral, um hectare de lavanda produz entre 3,5 a 4,5 toneladas de flores secas, que se transformam em torno de 53 a 67 quilos de óleo essencial. 

Segmentos industriais que mais utilizam a lavanda

Uma das mais tradicionais e respeitadas plantas no gigantesco universo dos aromas, a lavanda é muito desejada no mercado cosmético.

Segundo o sócio proprietário do lavandário Het Dorp, a indústria cosmética certamente possui grande destaque na utilização da lavanda. “O óleo essencial obtido a partir da lavanda é utilizado amplamente como matéria-prima para criação de muitas fragrâncias de cosméticos”. 

Além disso, Los destaca que a utilização do óleo de lavanda na indústria da aromaterapia vem se expandindo em virtude de uma busca cada vez maior por terapias naturais.

Nos últimos anos, a lavanda vem sendo cada vez mais procurada para contribuir com tratamentos de problemas psicossomáticos, que apresentam crescimento em todo mundo”.

Assim, diante do crescimento de doenças como ansiedade e depressão, o uso do óleo de lavanda tem sido muito requisitado como aliado no tratamento. 

Além disso, Lucas Los explica que o uso de cosméticos mais naturais e orgânicos também está em destaque. 

Algumas pessoas escolhem pagar a mais por produtos menos industrializados. Esse é o público mais promissor para a proposta que podemos oferecer em nossa escala de produção”, afirma.

O turismo rural também tem apresentado grande crescimento. “As pessoas buscam um refúgio na cidade grande e os campos de lavanda são os ambientes ideais”, destaca Lucas Los. 

O grande desafio citado pelo especialista, porém, é que o público tem sido cada vez mais exigente, principalmente na questão da estrutura de atendimento e acesso. 

É preciso usar a criatividade para criar atrativos que cativam a atenção do público e promovam um diferencial que as faça ir até você”, sugere.

Cultivo de lavanda: como funciona?

A lavanda angustifolia, que é a mais valorizada em todo o mundo, exige um solo mais seco com várias horas de frio para que floresça. Sua floração acontece no verão, algumas variedades são mais precoces e outras mais tardias. 

Porém, o excesso de chuvas pode ocasionar a morte das plantas de forma muito rápida, já as geadas não têm efeitos prejudiciais se as podas acontecerem de forma correta. 

No caso da produção brasileira, os maiores desafios estão relacionados ao controle das ervas daninhas, como explica Lucas: “A lavanda, como variedade exótica, acaba tendo dificuldade de competir com plantas de crescimento nativo vigoroso”. 

O cultivo também deve ocorrer com base na agricultura orgânica para que se possa extrair um óleo essencial comercializável.

Já após a colheita, o material segue para a extração por arraste a vapor, que acontece com uma fonte de calor que gera o vapor da água, esta passa por entre o produto colhido e arrasta consigo o óleo essencial armazenado na planta. 

Após o resfriamento esse vapor passa para o estado líquido, que é coletado e separado em dois: hidrolato e uma pequena quantidade de óleo essencial. 

Estudos ainda estão sendo feitos para um melhor aproveitamento do hidrolato, já o óleo essencial é o produto mais valioso dessa extração.

Também vale destacar que em países com tradição no cultivo da planta, existem maquinários em larga escala que agilizam e barateiam os custos de colheita e extração. 

No Brasil todo o processo é feito de forma manual e os destiladores disponíveis não têm grande capacidade de extração no momento”, complementa Los.

Rota turística da lavanda e suas oportunidades para o Brasil

Como explicado por Lucas Los, o Brasil tem uma baixa produção porque não possui um clima favorável para a produção da maior parte das variedades de lavanda. 

Porém, mesmo com estes desafios, o proprietário da Lavandário Het Dorp destaca que seu campo tomado pela cor violeta é bastante procurado, principalmente para ensaios fotográficos e passeios em família.

Só em julho de 2023, Los explica que o número de visitantes passou de 8 mil, indicando um aumento de 300% em relação ao registrado no mesmo mês do ano anterior. “Não esperava esse crescimento”, admite Los.

Dessa forma, a beleza do campo de lavanda e os avanços na estrutura para receber os visitantes estão entre os atrativos da fazenda que mais chamam a atenção dos visitantes.

Além disso, o Vilarejo Holandês é uma das seis propriedades rurais do Paraná que integram a Rota Turística da Lavanda. 

Os cinco municípios que fazem parte da rota são: 

  • Campos Gerais (Carambeí e Palmeira); 
  • Oeste (Toledo); 
  • Norte (Londrina); e 
  • Noroeste (Umuarama).

Ativa desde 2022, um campo experimental no campus de Umuarama da Universidade Estadual de Maringá (UEM) também faz parte do projeto.

O objetivo dessa iniciativa é estimular o plantio da lavanda no Brasil, promover o turismo rural e a confecção de produtos que têm a flor como matéria-prima. Com isso,  cria-se uma nova opção de renda nas propriedades. 

Vale a pena programar uma visita”, finaliza Luciano Los.

Continue acompanhando a Agrishow Digital e conheça as inovações, tecnologias e diferentes culturas do agronegócio.

TAG: lavanda
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