No último dia 1º de junho foi comemorado o Dia Mundial do Leite. Considerado um dos alimentos mais completos, o leite é fonte de proteínas, vitaminas e cálcio, beneficiando a saúde de crianças, adultos e também idosos.
Puro, com café ou com chocolate, o leite é um alimento versátil e multifuncional, já que é também utilizado em receitas doces e salgadas ou como matéria-prima para vários derivados produzidos pela indústria de laticínios.
E é para comemorar essa data que a Agrishow desenvolveu este artigo. Nele, você irá conhecer todas as características nutricionais deste rico e completo alimento, assim os desafios para a produção leiteira. Vamos lá?
Leite: alimento com vantagens nutricionais para diferentes fases da vida
Por séculos, o leite e todos seus derivados têm sido ícones de saúde e nutrição humana. Seu consumo tem um papel importante na nutrição como um todo, no crescimento, desenvolvimento e fortalecimento de ossos e dentes.
Diante disso, os benefícios do leite englobam as diferentes fases da vida, dentre os quais se destacam:
Crianças
- Desenvolvimento ósseo e muscular: Rico em cálcio e vitamina D, o leite contribui com o crescimento ósseo forte e saudável, além de contribuir para o desenvolvimento muscular;
- Fortalecimento do sistema imunológico: As proteínas e vitaminas do leite auxiliam na construção e no funcionamento das defesas do corpo, combatendo infecções e prevenindo doenças;
- Fonte de energia: O leite fornece energia para as atividades físicas e brincadeiras das crianças, além de contribuir para o bom funcionamento do cérebro;
Adultos
- Saúde óssea: Assim como ocorre com as crianças, o leite continua sendo importante para manter a saúde óssea na vida adulta, prevenindo doenças como osteoporose;
- Massa muscular: As proteínas do leite auxiliam na manutenção da massa muscular, combatendo a perda muscular natural que é acelerada com o envelhecimento;
- Saúde cardiovascular: Alguns estudos sugerem que o consumo de leite pode estar associado à redução do risco de doenças cardíacas.
Idosos
- Prevenção de quedas: Pela sua alta presença de cálcio, o consumo de leite ajuda na manutenção dos ossos fortes. Também previne fraturas, reduzindo o risco de quedas;
- Saúde muscular: As proteínas do leite são importantes para manter a massa muscular e a força;
- Qualidade de vida: O consumo de leite pode contribuir para uma melhor qualidade de vida, promovendo a saúde óssea, muscular e geral dos idosos.
Diante de todos esses benefícios, comemorar o dia mundial do leite é relembrar a importância de um alimento que contém nutrientes importantes capazes de ajudar no combate à fome e à insegurança alimentar de todo o planeta.
Aspecto econômico da produção de leite no Brasil
Além de todos os benefícios nutricionais, o leite tem uma importância muito grande também para a economia brasileira.
Apesar de um cenário que vem se alterando desde 2021, com vários produtores saindo da atividade e redução do rebanho em vários estados do país, a produção leiteira ainda tem sua parcela de importância para a economia nacional.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite do mundo, com cerca de 34,6 bilhões de litros produzidos por ano.
Segundo o MAPA, o número de vacas ordenhadas caiu 1% e representou 6,7% do efetivo total de bovinos em 2022, o que pode indicar desinvestimento na produção de leite.
Dessa forma, mesmo diante de uma das maiores crises da história, os produtores que se mantêm ativos têm aumentado significativamente a sua produtividade. Para isso, eles têm investido forte em genética, alimentação e manejo do gado, conforto animal e muito mais.
Além disso, a cadeia produtiva do leite é responsável por 4 milhões de empregos diretos e 12 milhões de empregos indiretos, com produção ocorrendo em 98,8% dos municípios brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades.
Novas IN aumentam a qualidade e a segurança do leite
Nada melhor do que o dia mundial do leite para conhecer os principais desafios relacionados ao aumento da qualidade e da segurança do leite produzido.
Tal necessidade está em conformidade com a exigência de um consumidor cada vez mais atento e exigente quanto à qualidade e origem de tudo o que consome.
Ou seja, produzir leite com qualidade é fundamental para qualquer produtor que deseja manter-se no mercado.
E é para aumentar a qualidade e segurança do leite para os consumidores brasileiros, que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) editou, no final de 2018, duas normativas que trouxeram mudanças na cadeia produtiva do leite.
Conhecidas como Instruções Normativas n° 76 e 77, essas novas regras estabelecem procedimentos desde a produção na propriedade leiteira até os critérios finais de qualidade dos leites pasteurizados.
As normas são válidas para todo o território nacional e devem ser cumpridas por todos os produtores de leite do Brasil. Veja detalhes:
Instrução Normativa n° 76 / 2018
A IN 76 aprova os regulamentos técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A.
Instrução Normativa n° 77 / 2018
A IN 77, por sua vez, estabelece os critérios e procedimentos para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru em estabelecimentos registrados no serviço de inspeção oficial.
Dicas extras para aumentar a qualidade da produção leiteira
Todo pecuarista que investe na atividade leiteira tem grandes desafios pela frente. Cabe a ele produzir um produto que atenda às necessidades de bem-estar animal, social, econômico e de sustentabilidade.
Para atingir tais objetivos, todo produtor deve seguir algumas práticas importantes. Veja alguns exemplos, incluindo os previstos pela legislação vigente:
- Manutenção da higiene do local e equipamentos;
- Cuidados com a alimentação adequada dos animais e o armazenamento;
- Utilização de água tratada;
- Cuidados com a refrigeração e estocagem do leite;
- Higiene pessoal e saúde de todos os trabalhadores;
- Higiene de superfícies, equipamentos e instalações;
- Controle constante de pragas;
- Correto descarte de animais que apresentem a forma crônica de mastite;
- Capacitação contínua e treinamento dos trabalhadores;
- Manejo de ordenha e pós-ordenha: higiene do ordenhador, limpeza e secagem dos tetos, a limpeza e higienização de todos os equipamentos e utensílios;
- Adequação das instalações, equipamentos e utensílios para produção de leite;
- Adoção de práticas de manejo racional e de bem-estar animal.
Conheça o Programa de biosseguridade da Embrapa
Nos dias 16 e 17 de abril, aconteceu na sede da Embrapa, em Brasília, o 2º Fórum Nacional do Leite, promovido pela Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite).
No evento, ocorreu o lançamento do Programa de certificação em biosseguridade para propriedades lácteas.
Desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Boehringer-Ingelheim Saúde Animal, com base nas boas práticas e procedimentos operacionais padrão, o programa é mais um avanço em segurança alimentar do leite.
O termo “biosseguridade” refere-se às medidas e práticas destinadas à prevenção da propagação de agentes infecciosos em ambientes biológicos, como laboratórios, hospitais e centros de pesquisa.
Por meio deste programa, o conceito enfim chega às fazendas leiteiras, permitindo a adoção de medidas mais eficazes para:
- Uso de equipamentos de proteção individual;
- Procedimentos de segurança;
- Controles de biossegurança;
- Implementação de protocolos para minimizar o risco de exposição tanto de pessoas quanto de animais a agentes patogênicos.
Em reportagem do portal da Embrapa, o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Bruno Campos de Carvalho destaca que essa é uma medida que protege a todos.
“A biossegurança é fundamental para proteger a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente”, diz.
Segundo Carvalho, o Programa se apoia no conceito de “saúde única”. “O Programa tem como objetivo integrar a saúde dos rebanhos e das pessoas que atuam na fazenda, além da conservação ambiental de uma forma holística e preventiva”.
Dessa forma, o dia mundial do leite é mais um momento de reflexão, com cada agente dessa ainda imensa cadeia devendo pensar em soluções para atender as demandas da segurança alimentar e promover a preservação ambiental.
Neste contexto, a ciência já oferece ferramentas que fazem com que possamos usar insumos e recursos com eficiência, ou seja, produzindo o mesmo litro de leite com menos água, energia ou fertilizantes químicos.
Então: consuma leite! Nossa saúde e o meio ambiente agradecem!
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