O Brasil apresenta grande destaque mundial no uso de energias renováveis. Prova disso é que mais de 80% da eletricidade produzida por aqui vem de usinas hidrelétricas, a mesma porcentagem representa a frota brasileira de veículos flex, movidos a gasolina e etanol. Agora chegou a hora de conhecer o etanol de segunda geração.

Mais eficiente e mais barato, a novidade do etanol de segunda geração, também conhecido como E2G, promete revolucionar o mercado da energia renovável nos próximos anos e o Brasil, novamente tem grande participação nessa “revolução sustentável”.

Para saber mais sobre as principais características, além das vantagens da produção do etanol de segunda geração, conversamos com Rodrigo Pacheco, gerente industrial de E2G, na Raízen.

 

O que é o Etanol de segunda geração?

 

O etanol de segunda geração é um biocombustível gerado a partir dos coprodutos da cana-de-açúcar (caso da palha e do bagaço). Por utilizar os resíduos da cana-de-açúcar, a tecnologia usada na produção desse biocombustível reduz a formação de dejetos, aumentando a eficiência da linha de produção, já que será extraído mais combustível de uma mesma matéria-prima.

Pacheco explica que essa nova tecnologia permite incrementar a produção anual de etanol no Brasil, sem que exista a necessidade de aumentar a área cultivada.

Em novembro de 2014, a Raízen iniciou a operação da primeira planta industrial para a fabricação do biocombustível em escala comercial. Finalizada em tempo recorde, a planta localizada na cidade de Piracicaba (SP) possui a capacidade instalada para produzir 42 milhões de litros de etanol”, explica Pacheco.

 

Vantagens dessa nova tecnologia na produção de etanol

 

A produção do E2G, como é chamado mundialmente o etanol de segunda geração, apresenta diversas vantagens e benefícios. Entre as mais importantes, pode-se citar:

 

  • Máximo aproveitamento dos subprodutos da cana-de-açúcar;
  • Possibilidade de utilização de insumos já disponíveis nas unidades produtores de álcool e açúcar, apresentando uma vantagem logística;
  • Aumento da fabricação de etanol em até 50% sem ampliar a área de cultivo;
  • Possibilidade em produzir biocombustível mesmo durante a entressafra da cana;

 

Pacheco salienta ainda que a fabricação do etanol de segunda geração proporciona “considerável redução da emissão de carbono durante a produção, que contribui para gerar um combustível ainda mais limpo”.

Além disso, Pacheco ressalta que a tecnologia E2G é fundamental para a evolução da matriz energética brasileira e para a economia global de baixo carbono, “tendo em vista a meta da COP21”, complementa.