A capacidade de manter a oferta de alimentos e matérias-primas renováveis tem ratificado a importância do agro brasileiro para o mundo. Os recordes de safra e as exportações crescentes reforçam o papel deste setor para o desenvolvimento socioeconômico de nosso país e para a segurança alimentar global, que inclui a saúde e a nutrição humana.
Contudo, o potencial do agro brasileiro é muito maior, pois temos oportunidade de ampliar nosso protagonismo mundial na produção sustentável de alimentos, fibras e energias renováveis.
A ciência agronômica tropical liderada pela Embrapa – aliada às áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação de empresas, cooperativas, indústrias e ao empreendedorismo do produtor rural – tem possibilitado a aplicação de técnicas, manejos e metodologias que garantem a disponibilidade de nutrientes no solo. Isso contribui para a preservação de florestas e outros biomas, ampliando a produtividade por hectare, com menos pressão sobre recursos naturais.
Esse cenário revela que o agro brasileiro pode exportar mais tecnologias e serviços focados no mundo tropical, contribuindo para que outros países alcancem um patamar de elevada produtividade, associada à relação equilibrada com o meio ambiente. Com isso, poderemos continuar avançando na batalha contra a fome e as desigualdades.
A trilha do protagonismo não é fácil, ainda mais em um período de transformações geopolíticas, de mudanças no comportamento de investidores e consumidores, e de conflitos que ameaçam a paz mundial. Entretanto, o agro brasileiro é resiliente e tem superado obstáculos de todas as ordens, para manter uma trajetória de crescimento continuar contribuindo com a sociedade brasileira e com outros países.
Nesse sentido, dois pilares são fundamentais para o contínuo desenvolvimento do agro: governança e inovação. Um grau mais elevado de governança, tanto no setor privado como no âmbito público, e os investimentos em inovação, ajudarão a ampliar a competitividade e a produtividade das cadeias produtivas, nos aproximando ainda mais das metas de descarbonização.
Por serem dois temas estratégicos ao agronegócio, é importante conhecer o trabalho realizado por diferentes atores do mercado, para aprimorar a governança e conhecer novas tecnologias, em desenvolvimento ou que já podem ser aplicadas.
Desse modo, o 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), um dos principais eventos do setor no Brasil, reunirá especialistas para tratar do tema Brasil Agro: Inovação e Governança, por meio de quatro painéis: Cadeias Produtivas e Inovação; Inovação e Mercados; Geopolítica e Governança; e Governança e Perspectivas. Uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e da B3, a bolsa do Brasil, o CBA acontecerá no dia 7 de agosto, em formato híbrido.
O evento também abordará como o aprimoramento da governança passa pela união entre a iniciativa pública e o setor privado, para que seja formulada uma narrativa positiva e realista do agro brasileiro, para regulamentação do mercado de carbono, fortalecer as instituições nacionais para promover novos acordos comerciais e apoiar instituições internacionais multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). Já a inovação resulta em competitividade, rentabilidade, redução de custos, aprimoramento de processos e práticas sustentáveis, com menos emissão de carbono.
As janelas de oportunidades estão abertas para o agro brasileiro liderar a produção sustentável de alimentos no mundo. Ao aprimorar a governança e investir em ciência e inovação, nosso setor manterá sua posição de mantenedor da segurança alimentar, colaborando para a harmonia mundial.
Por Gislaine Balbinot, diretora-executiva da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio
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