Confesso que comecei no agronegócio por acaso. Não sou filho de produtor, não tenho fazenda, e também nunca desejei trabalhar com agronegócio.

Eu era jornalista de um site de cinema e escrevia notícias sobre lançamentos de filmes.

Certo dia, fui procurar emprego em uma agência de publicidade e a oportunidade surgiu.

Era uma agência 100% focada no agronegócio, que atendida empresas que fabricavam tratores, pulverizadores etc.

Perguntaram se eu tinha interesse em trabalhar lá, e aceitei o desafio.

Logo, veio o choque!

O fato narrado acima ocorreu há 20 anos e, até hoje, tenho a sensação de que trabalhar com agronegócio não é fácil.

É, na verdade, complexo, desafiador e exige um aprendizado contínuo.

Imagina, então, você começar a trabalhar com agronegócio, sem ter experiência e conhecimentos.

Esse era eu.

Então, é claro veio o choque:…. afinal, como eu posso trabalhar com agronegócio?

Eterna busca por conhecimento

Eu tenho uma frase, que sigo a risca. Quando você tem oportunidade e informação, é só deixar a vida te levar.

Nesse caso, eu tinha a oportunidade de trabalhar com agronegócio e faltava a informação.

Então, comecei a entrar em contato com jornalistas, produtores etc.

Fiz várias perguntas e aprendi muito.

Também li bastante, sobre diversos aspectos do nosso agro, do plantio a colheita.

Foi bastante produtivo.

Mas, talvez, você esteja se perguntando: pessoas de outras áreas vem trabalhar no agro, ou o Capella foi uma exceção?

Será verdade que o agronegócio atrai profissionais?

Para se ter ideia, vou compartilhar com vocês aqui um resultado do estudo que realizei, junto ao MBA USP/Esalq, sobre contribuições do marketing para a governança corporativa das empresas de agronegócio.

Em uma das questões, perguntamos qual a formação dos profissionais de marketing de agronegócio que participaram da pesquisa.

Tivemos 42,7% formados em Agronomia; 12% com formação em marketing; 12% em Medicina Veterinária; e 0,9% em Jornalismo.

Até aí dentro do esperado.

Mas, quando continuamos a análise, encontramos…

… 12% dos participantes formados em Administração e expressivos 23,10% com outra formação, comprovando sim, que o nosso agronegócio tem atraído profissionais de outras áreas.

Mas, por que atrai?

Ah! Os motivos são variados e seria preciso um novo artigo para listá-los.

Mas, tem quem deseje trabalhar no agronegócio, apesar de ser formado em outra área.

Tem quem começa a trabalhar por acaso.

Independente do motivo, uma coisa é certa: o agronegócio é apaixonante, vibrante e acolhedor.

Quem começa a trabalhar com agro, dificilmente sai.

Obrigado agronegócio. Vamos juntos, sempre.

Rodrigo Capella é Diretor Geral da Ação Estratégica, empresa de comunicação e marketing com ampla experiência no segmento de agronegócio. Pós-graduado em Jornalismo Institucional, Capella (como é conhecido no mercado de agronegócio) é autor de diversos livros e artigos sobre comunicação e marketing. Idealizador do projeto “Alertas do Agronegócio”, que leva demandas do setor para o Executivo e o Legislativo, e fundador do site Marketing no Agronegócio.

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