Stanislaw Ponte Preta foi um escritor, humorista, teatrólogo, ex-funcionário do Banco do Brasil, que escreveu em 1966 o Festival de Besteira que Assola o País (Febeapá).
Agora em 2019, existe também um show de grandes besteiras que assola o Brasil. Ouvimos generalizações horrendas sobre o agronegócio, coisas do tipo:
“A plantação de soja e a pecuária são responsáveis por falta d’água em São Paulo”, ”A economia vai entrar em colapso com o modelo do agronegócio”, “O agronegócio só serve para poucos ganharem dinheiro à custa da vida de muitos”, “Estamos em recessão, 14 milhões de desempregados e precisamos que as pessoas se alimentem bem”.
Tudo isso dito com assertividade, com ausência de dúvida, com fé mesmo…
Ao ouvir esse ‘Febeapá contemporâneo’ sobre o agronegócio, fica aqui a pergunta: “Onde está a responsabilidade pela proliferação dessas generalizações estonteantes?”
No próprio setor que ainda não compreendeu a importância de organizar a sua comunicação educadora, desde a ciência até a explosão de mitos sobre nutrição saudável nos consumidores finais. Associar a falta d’água em São Paulo com plantação de soja no cerrado é ilusão de quem leu o efeito borboleta aplicado aos seus devaneios.
O modelo do agronegócio não é só agropecuária, e mesmo dentro dela, temos 5 milhões de propriedades rurais no Brasil, onde 90% são micros e pequenos produtores familiares, com 1 milhão deles em cooperativas, gerando alimentos com elevada competência.
Agronegócio é toda agroindústria, média e pequena, milhões de panificadoras, bares, supermercados, um sistema imenso popular e com um setor gigantesco de hortifruticultura, além das grandes commodities, a maioria dos seus produtores são sempre médios e pequenos.
Esse festival de besteira que assola o país pra cima do agronegócio… não devemos culpar os naives, ingênuos, não embasados cientificamente, os apaixonados por algum ideal que se esconde atrás de todas as estrelas. Esse ‘não saber’, essa ignorância propalada com ausência de dúvida, passa a merecer das lideranças do agro a consciência para a necessidade da educação da sociedade como um todo.
E como Ray Goldberg, Prof° de Harvard disse, e Pedro Camargo Neto, doutor em engenharia de produção e Vice-Presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), em entrevista a Jovem Pan, reafirma: “Vivemos uma agrocidadania agora, acima de somente agronegócio”.
É hora do novo agronegócio… agrocidadania. Hora de educação, comunicação e explosão de mitos.