A agricultura de precisão e o uso de tecnologias no campo já é uma realidade e têm sido motivo de investimento por parte de produtores rurais que entendem esse universo importante para manter a competitividade. Para se ter ideia, recursos da chamada Agricultura 4.0 (em referência à Indústria 4.0, baseada na produção digital), permitem vantagens como criar valor agregado ao produto, reduzir custos operacionais e agilizar a produção. Assim, tecnologias como big data e nuvens de dados, e expressões como internet das coisas, têm ganhado o campo.
Diversas empresas estão trabalhando para conectar o campo com a internet, afirma o especialista em soluções integradas da John Deere Brasil, Maurício Menezes. “Com isso, o cliente foca no negócio dele, que é produzir, e gente de confiança dele toca toda a gestão da fazenda”. O desafio, porém, está na conectividade. Um dos nossos gargalos, de acordo com Menezes. Opinião semelhante a do gerente de Inovação da Adama, Roberson Marczak, para quem a qualidade cobertura do sinal de internet ou celulares ainda é ruim e oscila muito de uma região brasileira para outra.
Como solução, Marczak cita aplicativos que funcionam sem wi-fi e que atualizam automaticamente as informações ao se aproximarem de locais que tenham sinal. De acordo com ele, ainda que a Agricultura 4.0 seja um desafio, ela precisa acontecer e lista características do mercado que vão forçar essa mudança.
- O perfil do agricultor mudou nos últimos dez anos;
- “Quem comanda as fazendas hoje, devido à sucessão familiar , é mais ávido e quer velocidade para fazer acontecer”;
- Inconformados trouxeram ideias de aplicativos do setor bancário para o agronegócio;
- Querem conteúdo e conectividade;
- Eles entenderam que há uma forma nova de fazer as coisas;
- Querem economia de recurso. Fazer mais com menos.
A chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, acrescenta itens à lista.
- A necessidade de aumentar a produção agrícola sem ampliar a área plantada;
- Dados da UIT (União Internacional de Telecomunicações) de que o número total de assinaturas de banda larga móvel deve atingir 3,6 bilhões até o fim de 2016, no mundo;
- Estima-se a presença de 50 bilhões de dispositivos móveis conectados à internet em 2020;
- O acesso à internet por meio do celular passou de 4% para 24% na área rural, no período de 2008 a 2014, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios do CGI (Comitê Gestor da Internet) de 2014.