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Conheça o pó de basalto: alternativa no uso de fertilizantes

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O pó de basalto vem sendo estudado para reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados e os resultados mais recentes indicam que isso é plenamente possível.

O agronegócio brasileiro é um grande consumidor de fertilizantes, mas não somos grandes produtores. Dependemos da importação desses insumos, seguindo o preço exercido pelo mercado. Para reduzir essa dependência, uma nova possibilidade vem sendo motivo de pesquisas: o pó de basalto.

O uso deste produto como fertilizante vem sendo pesquisado desde 2019 pela Prefeitura Municipal de Uberlândia (PMU) em parceria com muitos outros centros de pesquisa.

O objetivo destes estudos é definir como utilizar o pó de basalto de maneira apropriada no preparo do solo para o desenvolvimento de diferentes culturas agrícolas.

Necessidade de redução da dependência externa de fertilizantes

Ao longo dos dois últimos anos, o mercado mundial de fertilizantes vem passando por muitos desafios, desde a interrupção da cadeia de suprimentos por falta de produto durante a Covid-19 até o embargo econômico imposto pela União Europeia e Estados Unidos sobre Belarus, em decorrência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

A consequência desses fatos foi a grande valorização dos principais fertilizantes usados na agricultura, resultando no aumento dos custos de produção.

Tal cenário vem abrindo os olhos de produtores brasileiros, exigindo deles a adoção de estratégias para reduzir a dependência de fertilizantes importados, como explica Odelmo Leão, prefeito de Uberlândia (MG) e um dos entusiastas das pesquisas sobre o uso do pó de basalto no campo.

70% dos insumos usados para formular o adubo NPK é comprado do exterior. O Brasil não pode e não deve se tornar refém de um cenário muito dinâmico. Possuímos, em abundância, recursos como as rochas silicáticas, que têm em sua composição quase toda a tabela periódica dos elementos”.

E é neste cenário que o prefeito destaca o pó de basalto. “O pó de basalto se torna um aliado do produtor, pois impacta no uso racional de fertilizantes sintéticos, possibilitando, a médio prazo, menor necessidade desses recursos para bons resultados econômicos e ambientais”. 

Além disso, o uso deste insumo ajuda a reduzir o uso de defensivos agrícolas, uma vez que as plantas com deficiências minerais é que estão mais suscetíveis às pragas e doenças.

Principais características do pó de basalto como fertilizante

Os estudos sobre o uso do pó de basalto na agricultura vêm sendo conduzidos desde 2019 pela Prefeitura de Uberlândia e já chamam a atenção pelos ótimos resultados. Mas o que é, de fato, este produto?

Odelmo Leão explica que o pó de basalto é um insumo produzido a partir da moagem do que até então era considerado apenas um resíduo da mineração. “Do basalto, as mineradoras produzem a brita, a areia de brita e um pó, que costumava ser rejeitado, virando um passivo ambiental”. 

Entretanto, os últimos estudos mostraram que esse pó é na verdade um “tesouro”. Ele vem de uma rocha silicática de origem vulcânica cheia de minerais importantes para a sanidade do solo e, consequentemente, das plantas. 

Na região de Uberlândia, temos mais de 16 mil hectares desse mineral, com boas concentrações de nutrientes de plantas, incluindo minerais como cálcio, magnésio e potássio, além de uma grande riqueza em micronutrientes, que também são de grande relevância para esse desenvolvimento”, complementa o prefeito.

Assim, ao ser aplicado no solo a ser cultivado, os estudos indicam que o pó de basalto atua como um remineralizador, devolvendo para a terra elementos que tornam as plantas mais fortes e resistentes ao ataque de pragas. 

Nos estudos, tivemos resultados positivos para a produtividade e sanidade das plantas tanto em pequenas e médias propriedades quanto em grandes lavouras”, complementa o prefeito da cidade mineira.

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Saiba mais sobre os estudos realizados

As pesquisas para uso do pó de basalto para remineralizar o solo agrícola ocorrem em diversas vertentes, com variação do tamanho da área e objetivos. Odelmo Leão destaca que a Prefeitura de Uberlândia possui algumas parcerias para a condução de estudos sobre a aplicação do pó de basalto. 

O prefeito explica que para pesquisas em grandes propriedades, há um acordo de cooperação com a empresa Companhia de Promoção Agrícola e Tecnologia (Campo). 

Pensando no pequeno produtor, são conduzidos testes em alface, rúcula, couve, tomate, beterraba e pastagem. 

Nesse último foco, contamos com a parceria da Fundação de Excelência Rural de Uberlândia (Ferub), que pertence à Prefeitura, e da professora Adriane de Andrade Silva, que integra o quadro de docentes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)”, complementa Leão.

Essas pesquisas realizadas apresentaram ótimos resultados. Leão cita como exemplo os testes realizados na cultura de tomate e em pastagens. 

Os pesquisadores constataram que com a aplicação de 8 toneladas de pó de basalto por hectare, a produtividade do tomate aumentou 20% em comparação com áreas que receberam a adubação padrão. O ganho foi de 80 toneladas por hectare, com frutos maiores e mais pesados”. 

Já na pastagem, o quilo de massa verde aumentou 68,22% por hectare com a aplicação de 12 toneladas do remineralizador por hectare. 

 “Tanto em grandes culturas e pastagens, quanto no cultivo de hortaliças constatamos aumento da produtividade e sanidade das plantas. Isso mostra que temos um produto de alta qualidade que pode reduzir os custos do produtor com o preparo do solo e no cuidado das plantas”, esclarece o prefeito. 

Benefícios em várias vertentes 

Além dos benefícios para o solo e para as diferentes culturas, o prefeito de Uberlândia também destaca os muitos benefícios do pó de basalto em muitas outras vertentes. “Nós identificamos que o uso do pó de basalto não só traz benefícios para a economia regional, mas sim para toda a população”. 

Em primeiro lugar, o prefeito ressalta que esse é um produto natural, feito a partir do resíduo gerado pela mineração e que, tratado de forma adequada, pode ser reaproveitado em benefício da produção de alimentos. 

Seu uso reduz a dependência de fertilizantes sintéticos e a necessidade de empregar defensivos agrícolas. Ao mesmo tempo, temos plantas mais resistentes e robustas”.

Portanto, o pó de basalto tem impacto positivo sobre o meio ambiente, sobre a saúde das pessoas e nos investimentos feitos pelo produtor, uma vez que reduz custos, com aumento do potencial de ganho, como consequência de cultivos que se tornam melhores e com maior produtividade.

Aproveite para conhecer detalhes sobre os bioinsumos e entender como eles aliam tecnologia e sustentabilidade para conservação do solo

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