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Bioinsumos: aliando tecnologia e sustentabilidade para conservação do solo

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Com a capacidade de aliar tecnologia e sustentabilidade, os bioinsumos são cada vez mais adotados por agricultores para promover a conservação do solo.

No campo, é comum que produtores constantemente tenham que lidar com adversidades que afetam suas lavouras e comprometam a conservação do solo. Esta não é tarefa fácil e demanda a adoção de múltiplas estratégias. Os bioinsumos, por exemplo, ganham cada vez mais espaço.

Com o avanço da tecnologia e a necessidade de maior sustentabilidade, os bioinsumos estão se tornando uma alternativa ecológica e econômica e dão a liberdade para que produtores possam fazer um manejo mais eficiente para conservar o solo.

Os bioinsumos são “amigos do meio ambiente” a ponto de permitir uma agricultura mais sustentável, representando uma das tecnologias que mais crescem no setor produtivo, a ponto de impactar a agropecuária brasileira.

O que são bioinsumos?

Bioinsumos são produtos derivados de substâncias naturais que possuem a capacidade de promover o crescimento e desenvolvimento de plantas de uma forma mais natural, além de protegê-las contra doenças e pragas.

Segundo Maurício Varela, engenheiro agrônomo e CO-founder da agtech SIMA, esses produtos são considerados alternativas mais sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente quando comparados aos insumos químicos tradicionais.

Os bioinsumos podem ser obtidos a partir de diferentes fontes naturais, como microorganismos benéficos, extratos vegetais, compostos orgânicos, entre outros. Pode envolver também processos biotecnológicos, como fermentação, extração e purificação de compostos naturais”, complementa.

O engenheiro agrônomo explica que entre os principais bioinsumos utilizados na agricultura estão os biofertilizantes. 

Os biofertilizantes são compostos por microrganismos fixadores de nitrogênio, como bactérias e fungos, que auxiliam no aumento da produtividade e qualidade das plantas”. 

Outros exemplos de bioinsumos são os extratos de algas marinhas, que contêm hormônios vegetais e nutrientes, que estimulam o crescimento das plantas, e os biopesticidas, que são compostos por microrganismos e extratos vegetais que controlam pragas e doenças nas culturas.

Bioinsumos utilizados na conservação do solo

Na agricultura brasileira, a quantidade de bioinsumos é crescente e contribuem em uma série de manejos. Especificamente para melhorar as características dos solos, há os inoculantes, como ressalta Jerri Zilli, pesquisador da Embrapa Agrobiologia.

Segundo o pesquisador estes produtos são definidos como produtos contendo microrganismos vivos que executam uma determinada função, como a fixação de nitrogênio, melhor enraizamento de plantas e melhoria da absorção dos nutrientes dos nutrientes. 

Esta ação microbiana culmina com uma melhor eficiência do uso de fertilizantes e mesmo a substituição de produtos químicos por biológicos. Assim, por melhorar o status nutricional das plantas e por haver a substituição/redução de produtos químicos inevitavelmente ocorre a melhoria da qualidade do solo”, salienta Zilli.

O pesquisador recorda que práticas de manejo envolvendo componentes biológicos dentro dos sistemas agrícolas são também consideradas bioinsumos. 

Práticas que levem ao aporte de matéria orgânica ao solo, previna doenças e melhoram o aproveitamento de nutrientes certamente contribuirão com a melhoria da qualidade do solo”, ressalta.

Benefícios do uso de bioinsumos na conservação do solo

Como você pode acompanhar, muitas são possibilidades para o uso dos bioinsumos e que podem melhorar as características dos solos. Esses benefícios podem ser obtidos de diversas maneiras, como os citados por Varela, CO-founder da agtech SIMA:

  • Aumenta a fertilidade do solo: Biofertilizantes e compostos orgânicos, por exemplo, podem adicionar nutrientes importantes para o solo, como nitrogênio, fósforo e potássio, melhorando a fertilidade e a produtividade do solo;
  • Melhora a saúde do solo: os biofertilizantes e microrganismos solubilizadores de fosfato, por exemplo, podem ajudar a melhorar a saúde do solo, fornecendo microrganismos benéficos que auxiliam no desenvolvimento das raízes e na fixação do nitrogênio, por exemplo;
  • Aumentam a retenção de água no solo: o uso de Ácido húmico e fúlvico, por exemplo, podem melhorar a capacidade do solo de reter água. “Essa possibilidade é especialmente importante em áreas onde a escassez de água é um problema”, ressalta Varela;
  • Promove o controle biológico de pragas e doenças: Biopesticidas e microrganismos destinados ao controle biológico de doenças de plantas, por exemplo, podem ajudar a controlar pragas e doenças nas plantas de forma natural, sem o uso de pesticidas químicos;
  • Estimulam o crescimento das plantas: Bioestimulantes, como extratos vegetais e hormônios vegetais, por exemplo, podem estimular o crescimento das plantas, melhorando a absorção de nutrientes e a tolerância a estresses ambientais.

Diante dessas muitas possibilidades, Varela ressalta que a escolha do bioinsumo adequado deve ser feita com base nas características específicas do solo e da cultura. “Somente assim o produtor conseguirá obter os melhores resultados”, cita. 

Além disso, a utilização de bioinsumos deve ser planejada e realizada de forma estratégica, levando em consideração as condições climáticas e os objetivos do produtor.

Recomendações para escolher o melhor bioinsumo para cada necessidade

Bioinsumos não são opções milagrosas e sim produtos que podem auxiliar o produtor no manejo agrícola. Diante disso, Jerri Zilli ressalta que é necessário entender a necessidade do sistema agrícola.

Se o solo é pobre em matéria orgânica, o produtor deve adotar práticas que promovam a melhoria dessa característica. Por outro lado, se o objetivo é fornecer nitrogênio para a soja, precisa-se fazer a inoculação com Bradyrhizobium”. 

O pesquisador da Embrapa Agrobiologia complementa: “Se o objetivo é melhorar o aproveitamento de nutrientes em milho, por exemplo, o Azospirillum e Bacillus e muitos fungos compõem produtos que melhoram o desenvolvimento de raízes das plantas e a absorção de nutrientes no solo”.

Assim, para complementar, Maurício Varela sugere algumas dicas importantes na definição dos bioinsumos ideais:

  • Realizar a análise do solo, para determinar quais nutrientes estão faltando e quais estão em excesso;
  • Avaliar as necessidades da cultura em questão;
  • Verificar a composição do bioinsumos;
  • Considerar as condições climáticas, que podem influenciar na eficiência dos bioinsumos. “Em áreas com clima seco, por exemplo, os bioinsumos que ajudam a reter água no solo podem ser mais adequados”, sugere Varela;
  • Avaliar a compatibilidade. Alguns bioinsumos podem interagir com outros insumos, afetando sua eficácia;
  • Buscar orientação profissional.

Seguindo essas dicas, todo produtor terá a capacidade de escolher os melhores bioinsumos para melhorar as características do seu solo e promover o crescimento saudável de suas plantas.

Quer saber mais sobre o tema? Então confira nosso material exclusivo sobre o que são e como são usados os bioinsumos na agricultura.

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