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Goiaba: saiba como produzir frutos de qualidade e evitar o bicho da goiaba

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Fruta tropical genuinamente brasileira, produtores de goiaba vem desenvolvendo novas técnicas de manejo, visando frutos de maior qualidade e disponíveis o ano todo.

Com um odor bastante característico, a goiaba (Psidium guajava, da família das mirtáceas) é um dos representantes principais da fruticultura brasileira. 

Em plena safra ‒ que vai de janeiro a março (goiaba de mesa) e de março a maio (goiaba para indústria) ‒, a goiaba pode ser encontrada em supermercados, feiras e empórios. 

Consumida in natura ou na forma de suco ou sobremesas, a goiaba é destaque no cardápio de bares, restaurantes e lanchonetes, bem como na mesa de toda a população.

Porém, muitas pessoas ainda têm receio em consumir esse tipo de fruta tropical em razão do temido bicho da goiaba, comprometendo a qualidade do fruto.

Para evitar esse e os demais problemas que afetam a qualidade da goiaba, buscamos dicas e recomendações com o engenheiro agrônomo José Henrique Conti, que também é responsável pela Casa da Agricultura (CATI) de Valinhos. Boa leitura!

Conhecendo a goiaba

A goiaba é uma fruta da goiabeira (Psidium guajava), que é nativa no Brasil. Com características tropicais, ela é cultivada em quase todo o País, com destaque para os Estados das regiões Nordeste e Sudeste.

Por ser uma planta nativa da região central do Brasil, a goiabeira tem ampla adaptação climática em nosso país, sendo cultivada com sucesso desde o estado do Paraná até as regiões do Centro Oeste e Nordeste. As maiores produções se concentram na região Sudeste.

Em 2022, o Brasil, considerado o maior produtor mundial de goiabas vermelhas, produziu 564.764 toneladas de goiaba, com um rendimento médio de 24.956 kg por hectare.

Além disso, José Henrique Conti explica que as variedades cultivadas no Brasil, em sua maioria, foram selecionadas na região de Campinas/Valinhos pela colônia japonesa com a ajuda dos órgãos de pesquisa do Estado de São Paulo, com destaque para o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Com maior destaque temos a goiaba branca (variedade Kumagai) e a goiaba vermelha (variedade Pedro Sato), entre diversas outras”. 

Conti destaca também o crescimento da goiaba variedade tailandesa, que recebeu este nome pois foi selecionada em Valinhos por imigrantes japoneses, neste século, através do cruzamento de variedades vindas da Tailândia com goiabas locais. 

Hoje é a variedade mais cultivada no país, devido a suas características que associam tamanho elevado e boa produtividade”. 

Por essa razão, grande parte dos pomares antigos estão sendo substituídos por esta variedade. “A goiaba tailandesa possui valor de mercado superior a goiaba vermelha “cascudinha” tradicional”, complementa o engenheiro agrônomo.

Nova técnica é capaz de garantir a produção de goiaba o ano todo

Foram os imigrantes japoneses que chegaram em Valinhos na década de 50 e iniciaram o processo de transformação da goiaba nativa em goiaba cultivada. 

Para isso selecionaram variedades novas, criaram um sistema complexo de podas, incluindo poda de formação e poda de produção, melhoraram a adubação e passaram a irrigar a cultura.

Com o avanço das tecnologias e técnicas de manejo, a goiaba se expandiu principalmente no cultivo de mesa, caracterizado por exigir frutos de melhor qualidade.

Já a partir da década de 90, a cultura começou uma expansão para o Brasil todo, adotando estas novas tecnologias desenvolvidas pelos produtores da região de Valinhos.

Um exemplo é o sistema de condução por espaldeira, tradicional para o cultivo das uvas, e que foi adaptado para a goiaba pelo produtor Henrique Losqui, que mantém 3.000 pés de goiaba tailandesa.

Nesse sistema, as goiabeiras são amparadas por um arame esticado e suspenso por mourões. A técnica também aprimora a poda da goiabeira, que permite a colheita da fruta várias vezes no ano.

Nessa técnica, a poda, normalmente feita a cada dois meses, é crucial para a produção da goiaba. “Se não for bem podada, bem conduzida desde o início, a planta não vai produzir goiabas grandes, bonitas. Ou seja, a base de produção da goiaba comercial é certamente a poda”, explicou Henrique Conti.

Assim, com o avanço de técnicas de manejo da poda, irrigação e adubação, é possível ter colheita praticamente o ano todo, mesmo no sistema tradicional.

O bicho da goiaba ainda se configura como um problema

Mesmo com toda a qualidade depositada, ainda há consumidores que têm “receio” de morder uma goiaba e encontrar o tão temido bicho da goiaba.

Popularmente conhecido como mosca-das-frutas, o bicho da goiaba representa um grupo de insetos da ordem Diptera, da família Tephritidae. No Brasil existem apenas quatro gêneros que chegam a causar danos. Os gêneros Rhagolethis e Bactrocera ocorrem somente em algumas regiões ou em algumas frutíferas.

O inseto fura a goiaba e oviposita. Neste lugar se cria a larva que é o bicho da goiaba que encontramos na fruta”, complementa Conti.

No entanto, além do bicho da goiaba, há várias outras doenças e pragas que podem atacar a cultura da goiaba. Por isso, a recomendação técnica do engenheiro é investir no ensacamento. 

A melhor maneira de se combater o bicho da goiaba e outras doenças e quebrar o ciclo de aproximadamente 5 insetos que atacam a goiaba é o ensacamento, feito manualmente, fruto por fruto”, recomenda. 

Sem esta técnica, o engenheiro agrônomo diz que é quase impossível fazer o controle desta praga obedecendo a legislação. Lembrando que não há agrotóxicos registrados para combater o bicho da goiaba. 

Para mim, o ensacamento é prática obrigatória para um manejo correto e legalizado na cultura da goiaba. Além de combater a mosca-das-frutas ou bicho da goiaba, ele combate mais insetos, ajudando a deixar o fruto bonito e com maior qualidade”, finaliza.

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TAG: goiaba
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