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Colheita de Café: fatores essenciais para garantir qualidade da produção

Article-Colheita de Café: fatores essenciais para garantir qualidade da produção

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Uma eficiente colheita de cafés depende de uma série de fatores essenciais. Confira quais são!

Dentre todas as etapas relacionadas à produção do café, a colheita é responsável por grande parte dos custos, além de influenciar na produtividade. É também um dos fatores que mais interferem no sabor da bebida. 

Consequentemente, saber como realizar a colheita é primordial. Essa medida visa atender à crescente exigência do mercado consumidor por um bom padrão de qualidade do café. Consequentemente, isso vem tornando essa atividade cada vez mais tecnificada.

Assim, todas suas etapas - desde a seleção do tipo e dos métodos utilizados para a retirada dos grãos de café do pé, até o transporte ao local de pré-processamento - devem ser cuidadosamente planejados. 

Continue a leitura deste artigo e tire suas dúvidas sobre a colheita de café!

Ciclo de crescimento do café: o início de tudo!

O café tem um ciclo de crescimento que requer uma compreensão profunda dos estágios de desenvolvimento da planta, desde a semente até a colheita. 

Entender este ciclo permite um melhor manejo da safra e ajuda a garantir a produção de grãos de excelente qualidade. A seguir você irá conferir os principais estágios da produção do café:

  • Germinação da semente

O ciclo de vida de uma planta de café começa com a germinação da semente. Para isso há a necessidade de um solo bem drenado sob condições adequadas, especialmente quanto à nutrição. 

Quando essas condições são oferecidas, a semente germina dentro de 2 a 3 meses, com o surgimento da raiz principal (radícula). Em seguida, a muda começa a desenvolver seu primeiro par de folhas. Essas folhas, conhecidas como cotilédones, não são folhas verdadeiras, mas atuam como fonte de nutrição para a planta jovem.

  • Estágio de muda

O estágio de plântula segue a germinação e é caracterizado pelo desenvolvimento das primeiras folhas verdadeiras da planta. Durante esse estágio, que normalmente dura cerca de seis meses, a planta continua a desenvolver seu sistema radicular e começa a formar um caule. 

Neste estágio, as mudas são particularmente vulneráveis, exigindo cuidados adequados, incluindo proteção contra condições ambientais adversas e pragas.

  • Fase Juvenil

Neste estágio, que dura aproximadamente 2 a 3 anos, o cafeeiro terá um crescimento considerável, podendo atingir até 1 metro de altura, e continuará desenvolvendo seu sistema radicular. Ela começará a produzir mais folhas e galhos, mas ainda não é capaz de florescer ou produzir frutos.

  • Estágio reprodutivo (maduro)

Com aproximadamente 3 a 4 anos de idade, os pés de café entram no estágio reprodutivo, quando começam a florescer e produzir frutos. Os pés de café são normalmente podados a uma altura de 2 metros para facilitar a colheita. As flores geralmente aparecem após um período de chuva forte e florescem por alguns dias antes de cair. Os frutos, conhecidos como cerejas de café, começam a se desenvolver a partir das flores fertilizadas.

  • Desenvolvimento da fruta

Este estágio é crucial dentro do ciclo de crescimento do café. As cerejas de café geralmente levam de 6 a 9 meses para amadurecer, dependendo da variedade e das condições ambientais. 

Inicialmente, as cerejas são verdes, mas, à medida que amadurecem, ficam amarelas, depois vermelhas e, finalmente, de um carmesim profundo. Cada cereja geralmente contém dois grãos de café.

  • Colheita

Como já destacado, a colheita é crucial para o ciclo de crescimento do café. Geralmente é feito à mão ou usando máquinas. A colheita manual - onde apenas as cerejas maduras são colhidas - é mais trabalhosa, mas garante uma colheita de maior qualidade, pois apenas as cerejas maduras são colhidas. 

A colheita mecânica é mais eficiente, mas pode resultar em uma mistura de cerejas maduras e verdes. Após a colheita, as cerejas do café são processadas para extrair os grãos, que são secos, torrados e, finalmente, moídos para fazer o café.

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Pré-colheita do café também merece atenção!

A colheita do café é essencial para garantir boas produções e um café de melhor qualidade. Mas a etapa da pré-colheita é também muito importante. 

É nessa etapa que o produtor precisa se atentar para o volume e qualidade do café a ser produzido, ao método de processamento a ser utilizado, se sua estrutura está dimensionada para atender a demanda de processamento.

Também é a etapa essencial para verificar o estado do maquinário a ser utilizado, revisar a qualidade dos materiais e adquirir peças e equipamentos para ter uma colheita eficiente e produtiva.

Durante a pré-colheita, são planejadas e trabalhadas as seguintes ações:

  • Levantamento da mão de obra necessária, além da capacitação dos colaboradores;
  • Monitoramento da maturação dos cafés, visando uma colheita com o mínimo de cafés verdes (imaturos) e com o máximo possível de cafés maduros, desde que isso não esteja associado a uma queda significativa de cafés no chão (desprendimento da planta); 
  • Revisão, aferição e manutenção de maquinários, equipamentos e utensílios, visando minimizar imprevistos durante a colheita dos cafés;
  • Verificação de peças de reposição e aquisição de demais itens (panos, lonas, peneiras, sacarias, bags) para a colheita;
  • Reparos e manutenção em estradas, carreadores e terreiros, além de preparo da lavoura para a colheita, como exemplo, a arruação;
  • Limpeza de estruturas, maquinários e equipamentos;
  • Verificação do código de segurança dos colaboradores;
  • Preparo da rastreabilidade que será adotada nos lotes;
  • Instalação de sistema de prevenção e combate a incêndio, evitando acidentes e perda da produção.

Técnicas de colheita: 3 possibilidades

Com a pré-colheita bem realizada, o cafeicultor deve escolher e planejar o tipo de colheita a ser realizada.

No Brasil e em todo o mundo, existem vários tipos de colheitas de café possíveis de serem executadas. Mas, de forma geral, há três técnicas mais comuns: manual, semimecanizada e mecanizada. 

1 - Colheita manual

Este é o método no qual a retirada dos frutos é feita de forma manual. Por isso, há a necessidade de participação de muitos profissionais, além de ser um processo mais oneroso, já que envolve vários regressos à lavoura.

Em contrapartida, esse é um tipo de colheita que confere maior consistência ao café, garantindo preços mais altos que ajudam a cobrir os custos com muitos colaboradores. 

Este tipo de colheita é realizado em algumas etapas:

  • Arruação e varrição para levantamento os frutos caídos;
  • Realização da derriça sobre panos/peneiras;
  • Levantamento, abanação e transporte do café.

Para este modo de colheita manual, a recomendação é que a lavoura esteja com a maior quantidade de grãos cereja possível. Afinal, a colheita só ocorre uma vez por ano.

2 - Colheita semimecanizada

Integral ou seletiva, este tipo de colheita consiste na utilização de derriçadoras motorizadas portáteis. Elas têm a função de balançar os galhos dos cafeeiros e facilitar o trabalho e aumentar o rendimento dos trabalhadores.

A colheita semimecanizada é realizada do seguinte modo:

  • Manual: com uma lona esticada no chão é feita a poda por 4 trabalhadores, através da remoção dos frutos;
  • Mecanizada: com uma lona também esticada no chão com os galhos e frutos, a máquina colhe tudo e depois realiza a chamada trilhagem, que é a separação entre os frutos e os galhos de café.

3 - Colheita mecanizada

Tracionadas por tratores agrários ou automotrizes as colhedoras de café realizam a colheita plena ou seletiva dos frutos, sem causar grandes danos à planta. Mas para isso, é necessário o treinamento constante do operador da máquina.

Para bons resultados, este modelo de colheita é indicado para lavouras instaladas em terrenos planos que possibilitem a passagem das máquinas.

Há também a recomendação de definir o espaçamento entre as linhas da plantação com base no tamanho das máquinas que serão utilizadas.

Para escolher a colhedora ideal, são recomendados: 

  • Avaliar previamente à colheita a altura; 
  • Diâmetro dos pés de café: 
  • Expectativa de produtividade; 
  • Inclinação do solo.

Além disso, o plantio das mudas deve ser feito de forma arranjada, reduzindo a quebra de ramos da planta e das varetas do maquinário.

Por fim, é importante ressaltar que o método de colheita a ser escolhido deve se basear no nível tecnológico do produtor, seus objetivos e as demandas dos clientes compradores.

A colheita foi bem-feita! Qual é o próximo passo?

A colheita foi finalizada, mas o processo ainda não acabou. Após a retirada dos grãos do campo, o teor de água é elevado. Por isso, o próximo passo é a secagem.

Ela pode ser feita em terreirões ou em terreiros suspensos, com estes sendo mais comuns para a fabricação de cafés especiais.

O café precisa estar entre 10,5% e 11,5% de umidade para ser beneficiado. O cuidado com a temperatura é bastante importante. Neste caso, é necessário revolver de tempos em tempos o café durante a secagem.

Após a secagem, o próximo passo é o beneficiamento. A máquina que realiza esse processo pode ser móvel ou fixa.

Nessa etapa ocorre a separação de impurezas diversas (pedras, restos vegetais, entre outros), além da separação dos grãos da casca seca.

Depois de beneficiados, os grãos são alocados em sacarias ou big-bags. Eles devem ser armazenados sobre paletes em local arejado, piso impermeável, limpo e sem iluminação solar direta.

Dicas para uma colheita mais eficiente

Como você viu, muitos são os detalhes relacionados à colheita que garantem um fruto (e sua bebida) da melhor qualidade. São elas:

  • Opte por separar as lavouras conforme o histórico de qualidade nos cafés, visando uma boa logística de acesso das lavouras, conforme o distanciamento da unidade de processamento pós-colheita e maturação dos cafés;
  • Preze pela máxima limpeza. Os cafés mais consistentes são produzidos em propriedades que realizam a limpeza diária das estruturas, maquinários e implementos;
  • Faça o melhor por todos os lotes de cafés. É claro que em sua propriedade você terá cafés melhores e outros nem tanto. Mas a dica é não focar em um ou poucos lotes, trabalhe uma boa seleção de frutos, secagem, descanso dos grãos em todos os cafés e aguarde os resultados;
  • Invista em maquinários qualificados garantindo uma pós-colheita melhor, contribuindo com a qualidade dos cafés;
  • Setorização e rastreabilidade. Setorizar as etapas de produção é uma forma de controle. E a rastreabilidade refina o quê, quando e como aconteceu;

E o principal: instrua, treine, informe a equipe de colaboradores. Não adianta cobrar resultados sem mostrar como deve ser feito. Lembre-se: as pessoas são as maiores responsáveis pelos bons frutos, diante de um bom trabalho.

Aproveite para conferir nosso artigo sobre o mercado de cafés especiais e entender porque este é uma oportunidade para cafeicultores brasileiros

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