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Lideranças do Agro com mente aberta

Article-Lideranças do Agro com mente aberta

Lideranças do agro com mente aberta
“Junto com o desafio de uma nova maneira de agricultar vem também a sinceridade de que as coisas não acontecem da noite para o dia, porém são mais duradouras e, com isso, os produtores que aderem deixam o seu legado no Agro”. Em sua coluna para o Agrishow Digital, Lilian Dias reflete sobre as transformações inevitáveis no agronegócio e a necessidade de produtores estarem abertos às novas demandas do campo.

Recentemente, realizei uma entrevista com uma liderança do setor cafeeiro e confesso que não esperava um discurso tão aberto, flexível e extremamente preocupado com as boas práticas ambientais. Não quero dizer com isso que o Agro, como um todo, em seus mais variados segmentos, incluindo a pecuária, não se preocupe com o meio ambiente, mas o que presenciei foi uma narrativa totalmente desarmada, sem a velha e ultrapassada necessidade de se defender o tempo todo e traçar uma autoimagem ilibada, pura, incapaz de cometer erros.

Foi exatamente o oposto disso. Foi uma postura de quem admite, sim, que ainda existe resistência para uma agricultura menos agressiva, refém de intenções exploratórias, mas que aposta na boa informação, educação e capacitação como ferramentas para arejar a cabeça de determinados produtores e trazê-los à luz de uma nova realidade mundial, com consumidores cada vez mais exigentes, preocupados com a origem dos alimentos e, principalmente, com a forma como são produzidos.

Produtor rural observando propriedade

Mais do que falar sobre as boas práticas, nosso bate-papo começou de um modo inverso, ou seja, pontuando primeiramente o que não deve ser feito no processo de produção. E o que surgiu foram citações de atitudes simples e que nem sempre são levadas tão a sério. Entre elas: não usar defensivos agrícolas de maneira consciente e responsável; não ter um acompanhamento adequado sobre questões agronômicas; não proteger as nascentes; não respeitar o valor humano ao deixar de registrar colaboradores ou de fornecer EPI (equipamento de proteção individual). Resumindo, segundo a liderança Agro, realizar boas práticas é não fazer para o outro, ou para a natureza, aquilo que o produtor não gostaria que fizesse para ele.

Porém, a melhor definição de todas foi quando esse líder disse que “maltratar o solo é como matar a galinha dos ovos de ouro”. O conceito vai além, porque quando o agricultor não pensa desta forma, ele deixa de ter produtividade, deixa de lucrar e ainda deixa como herança para a sociedade o ônus da consequência dos efeitos climáticos. Só não enxerga quem não quer, mas o fato é que obter produtividade a qualquer custo perde força a cada dia, pois, a longo prazo, as perdas são infinitamente maiores, incluindo as perdas monetárias quando o solo é exaurido e a propriedade acaba junto com ele.

A boa notícia é que lideranças como essa estão cada vez mais presentes e dispostas a mudar velhos conceitos. Está nascendo todos os dias uma nova maneira de pensar que se preocupa com as futuras gerações, que não se acomoda com o conforto de soluções imediatas e que passa a investir na chamada agricultura regenerativa, que visa a conservação e reabilitação de sistemas alimentares e agrícolas. Junto com o desafio de uma nova maneira de agricultar vem também a sinceridade de que as coisas não acontecem da noite para o dia, porém são mais duradouras e, com isso, os produtores que aderem deixam o seu legado no Agro.

Está nascendo todos os dias uma nova maneira de pensar que se preocupa com as futuras gerações, que não se acomoda com o conforto de soluções imediatas e que passa a investir na chamada agricultura regenerativa, que visa a conservação e reabilitação de sistemas alimentares e agrícolas.

Legado que tem como um dos defensores o vice-presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, Marco Pimenta, que ajudou a promover recentemente um Dia de Campo no Campus Muzambinho, em Minas Gerais, intitulado Cafeicultura Consciente, tendo como tema central a agricultura regenerativa.

Pois é... Os tempos estão mudando e a mentalidade das lideranças do Agro também.

Lilian Dias é comunicadora Agro, possui MBA Executivo pela ESPM, com foco em habilidades de gestão de pessoas, práticas de liderança e marketing. É autora do e-book "Os Pilares do Agronegócio". Site: www.novoagro.com.br - Instagram: @jornalistalilian - E-mail: [email protected]

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Os colunistas do Agrishow Digital são livres pra expressarem suas opiniões e estas não necessariamente refletem o pensamento do canal.

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