Manejo do solo, especialmente aquele desertificado, costuma ser um desafio para produtores rurais. Com a proposta de manter os nutrientes do solo, o plantio direto começou a ser implantado na década de 1940 nos Estados Unidos por Edward H. Faulkner, e três décadas depois chegou ao Brasil, pelas mãos de agricultores paranaenses.
Dentre as culturas que se adaptam ao plantio direto podemos listar o café, soja, milho, arroz, feijão e trigo. No plantio direto o solo é manuseado apenas durante o plantio. Abre-se um sulco e sementes e fertilizantes são depositados. Não há mais manipulação do terreno depois disso; apenas atenção para o controle de ervas daninhas. Aragem e gradagem são eliminados e a palha fica intacta sobre o solo antes e depois do cultivo.
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Muito do sucesso do plantio direto deve-se a palha; das culturas de cobertura na superfície do solo, que junto com os resíduos das culturas principais ou mesmo comerciais oferecem um ambiente favorável para o crescimento vegetal, contribuindo, assim, para uma produção mais estável além da recuperação e manutenção do solo.
Importância da palha no plantio direto
A quantidade de palha sobre o solo e sua distribuição ajudam a avaliar preliminarmente as condições nas quais o plantio direto está se desenvolvendo. Aproximadamente seis toneladas por hectare quadrado são consideradas quantidade adequada ao plantio direto.
Cobrindo o solo, a palha impede o impacto direto das gotas de chuva com o terreno, impede o escorrimento superficial da água e o arrastamento de partículas do solo pela enxurrada – o que reduz a erosão -, também protege o solo do vento e raios solares, diminui taxa de evaporação, o que permite melhor infiltração e armazenamento de água pelo solo.
De composição lenta e gradativa, a palha aumenta a matéria orgânica no solo, que é fonte de energia para microorganismos; com aumento da atividade microbiana, aliada à mineralização, há maior oferta de nutrientes para as plantas. As principais fontes de palha são as gramíneas como sorgo, milheto, milho, aveia-preta, aveia-branca, centeio, trigo, arroz e triticale.
Preparo do plantio direto
De acordo com a WWF (World Wide Fund for Nature), o plantio direto é uma importante ação ambiental brasileira em atendimento às recomendações da conferência da Organização das Nações Unidas (Eco-92).
Entre as vantagens da técnica, podemos destacar:
- O controle da erosão;
- Mais matéria orgânica disponível no solo;
- Uma melhor estrutura do terreno;
- Menor perda de água da terra;
- Manutenção do equilíbrio na temperatura do solo com a palha e restos de materiais;
- Maior atividade biológica;
- “Sequestro” de carbono no solo, isso evita excesso de liberação do gás para a atmosfera;
- Plantio pós-colheita.
Isso só acontece, pois, o solo é mantido sem revolvimento permitindo menos oxidação da matéria orgânica, deixando o solo mais livre de contaminações e preservando nutrientes. Para começar a utilizar o sistema de plantio direto, o produtor rural deve:
- Utilizar defensivos agrícolas a fim de controlar plantas invasoras;
- Adotar torração de culturas;
- Eliminar compactação ou camadas adensadas e realizar manutenção da cobertura morta para proteger da erosão;
- Manter o solo úmido e diminuir a evaporação do solo;
- Treinar e gerenciar a mão de obra.