A pesquisa “Mulheres no Agronegócio Brasileiro”, encomendada pela ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e IEAg (Instituto de Estudos do Agronegócio), revela que o percentual da participação das mulheres no agronegócio e na renda familiar do campo é 42,4%, e que elas são mais abertas às novidades e conectadas à internet.
A análise ouviu 301 mulheres que disseram não ser necessário tocar o negócio da mesma maneira que era no passado, e que podem fazer as coisas de um modo diferente em relação ao anterior. Elas entendem que os benefícios devem gerar bons resultados para proprietários, trabalhadores, meio ambiente, animais e o planeta. Além disso, 60% responderam que as demandas do trabalho no campo não interferem na vida pessoal.
Em relação ao otimismo, o estudo mostra que na agricultura, o percentual chega a 85% e na pecuária alcança a casa de 97%, superando em muito a média dos brasileiros otimistas, que não passa de 58%. O “Mulheres no Agronegócio Brasileiro” ainda mostra que:
- 60% têm curso superior
- 25% possuem pós-graduação
- 88% são independentes financeiramente
- 69% acessam a internet todos os dias
- 80% delas usam redes sociais
- 48% estão no segmento de soja, 42% trabalham com de milho, 31% se dedicam ao hortifrúti e 13% trabalham com arroz
- No campo de atuação, 42% trabalham na agricultura, 25% na pecuária, 20% na agropecuária e 13% na agroindústria
- 71% das entrevistadas afirmam já terem sofrido alguma experiência de discriminação na atividade pelo fato de ser mulher, 43% dizem ser desobedecidas pelos funcionários e 41% encontraram resistência familiar quando se interessaram pelo negócio
O estudo indicou ainda quatro diferentes dinâmicas na adoção da profissão, sendo dois deles considerados processos mais recentes.
- Modelo tradicional em que as entrevistadas vêm de famílias de produtores, casando com outro agricultor e se mantendo no comando compartilhado. Agricultoras e pecuaristas entrevistadas descendem de famílias produtoras no setor.
- Executivas pioneiras em empresas do agronegócio. As da área de insumo e distribuição são de famílias de imigrantes.
Os dois novos modelos de dinâmica são:
- Herança programada, em que a pessoa é de família de produtores e foi estudar Ciências Agrárias para voltar ao negócio da família.
- Herança não programada. Atuava em outra atividade, em grande centro, recebe a propriedade, o que é encarado como desafio profissional.