Além dos benefícios para as atividades na fazenda, o Big Data garante também maior competitividade para as empresas pecuárias, proporcionando maior valor agregado na definição de suas estratégias.
“O tratamento Big Data torna-se um elemento diferenciador em uma multiplicidade de setores, incluindo o setor agrícola e pecuário, já que no mundo todo 2,5 milhões trilhões de bytes de informação são criados diariamente. Neste sentido, as tecnologias Big Data podem fazer a diferença, oferecendo novos níveis de inovação e competitividade”, garante pesquisador da Embrapa Sudeste (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Alberto Bernardi.
Ainda de acordo com o pesquisador, o uso do Big Data na pecuária possibilita a criação de uma infraestrutura de armazenamento, processamento e analise de grandes volumes de dados nas nuvens, que por sua vez, garantirão vantagens competitivas às empresas pecuárias.
Veja algumas dessas vantagens competitivas sugeridas pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Guilherme Cunha Malafaia:
- Melhor análise de dados:Buscando melhorar substancialmente a tomada de decisão dentro da empresa, minimizando assim, seu risco. “Algumas organizações já estão otimizando suas decisões, analisando dados de clientes, funcionários ou mesmo sensores incorporados nos produtos”, explica.
- Auxilia na avaliação dos produtos:“A análise de dados possibilita a obtenção de informações valiosas que permitem criar novos produtos ou formas de comercialização”, diz Malafaia.
- Maior segmentação de clientes para personalizar ações:“Com o Big Data, as empresas podem segmentar seus serviços e atender às necessidades de seus consumidores de forma mais específica”, garante o pesquisador.
Quer adotar a tecnologia Big Data? Esteja preparado previamente
Você está pensando em adotar tecnologias de Big Data no seu negócio pecuário? Então fica um alerta: o Big Data sozinho não resolverá seus problemas, sendo necessárias ações prévias quanto ao sistema de produção.
Bernardi destaca que existe o momento certo para o produtor a adotar estas tecnologias. “Se o produtor não faz o básico, se ele não executa as boas práticas de manejo, como alimentação, sanidade e manejo adequado, não adianta achar que o uso de tecnologias vai resolver os problemas”.
Segundo Alberto Bernardi, o produtor precisa conhecer e dominar bem o sistema de produção. Isso porque a tomada de dados não será feita em todo sistema, e também não serão coletados todos dados possíveis.
Mas quais dados medir e armazenar?
Bernardi indica que depende do sistema e do que se quer medir. Ele dá exemplos:
“Medidas de ganho de peso são dados simples, mas de grande valor em sistema de confinamento que analisados juntamente com dados de consumo, será possível tirar informações sobre eficiência dos animais. Já em um sistema de leite, os dados de produção individual são os essenciais”.
Por isso, é muito importante também o auxílio técnico, para auxiliar na interpretação dos dados. “Com a automatização dos sistemas é possível de tornar estas interpretações parte do sistema, possibilitando que sejam criados alertas para os produtores e técnicos”, sugere Bernardi.
Malafaia indica também ser fundamental ao produtor buscar o apoio de instituições e empresas que facilitam a utilização de ferramentas inovadoras. “Embora não pareça, as tecnologias baseadas em dados estão presentes em cada etapa no processo produtivo da cadeia produtiva da pecuária, e estar a par delas é imprescindível”, finaliza.
A tendência é que o uso do Big Data cresça rapidamente na pecuária, aumentando a capacidade da gestão da atividade. Assim, pecuaristas e empresas do setor pecuário precisam se preparar para adotar essas tecnologias.