A banana é, sem dúvida, uma das frutas mais democráticas e amadas do Brasil. Ela é prática para comer, nutritiva e que vai bem em qualquer hora do dia.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) esta é a fruta mais popular e consumida em todo o mundo, com um consumo anual de 88 milhões de toneladas.
Por toda essa representatividade que a banana tem um dia para chamar de seu. No dia 22 de setembro celebra-se o Dia Nacional da Banana.
E, para comemorar a data e conhecer detalhes sobre essa fruta diferenciada, convidamos Glorielly Nunes, Especialista em Desenvolvimento de Mercado da Yara Brasil. Acompanhe!
Mas afinal, o que é a banana?
A banana é uma das frutas mais consumidas no mundo e uma das mais presentes em países tropicais, como o Brasil.
Possuem um formato alongado, uma coloração amarela ou vermelha e um sabor doce. Além disso, por ser um fruto partenocárpico, não possui sementes.
Porém, a variedade é muito grande. Segundo a especialista da Yara Brasil, há mais de 1.000 tipos de banana no mundo.
“Cada variedade tem seu sabor, tamanho e outras características próprias que afetam seu modo de cultivo”.
No Brasil, os cinco tipos de banana mais consumidos são:
- Banana Cavendish (popularmente conhecida como nanica):
- Banana Gross Michel (mais conhecida como prata);
- Banana maçã;
- Banana Lady Finger (conhecida como banana ouro);
- Banana da Terra.
Essa fruta é também uma excelente fonte de vitamina C, vitamina B6, potássio, magnésio, fibras e antioxidantes.
Também é rica em frutose e fibras, auxiliando no funcionamento do intestino e no equilíbrio da flora intestinal.
Panorama da produção de banana no Brasil
No Brasil, a cultura tem grande representatividade, sendo consumida por toda a população, e também por ser uma das frutas mais acessíveis do mercado.
Segundo Glorielly Nunes, o Brasil é o quarto maior produtor de banana do mundo, com destaque para SP. “O estado de São Paulo é o maior produtor do país, com cerca de 25% da produção nacional”, complementa.
Com 7 milhões de toneladas colhidas na safra 2021/2022, em uma área de mais de 450 mil hectares, segundo dados citados pela Apta Regional, a produção nacional é menor que somente a Índia, a China e a Indonésia.
Uma pequena parte dessa produção é destinada ao mercado externo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 2022, foram embarcadas 83 mil toneladas.
Os maiores importadores são a União Europeia e os países do Mercosul.
“A exportação brasileira é mínima porque praticamente toda a produção é para o consumo interno”, destaca a especialista.
Como realizar a produção da banana?
Para o cultivo da bananeira, não é preciso ser um profissional. No entanto, Nunes destaca que é muito importante ter atenção ao processo e aos detalhes desse tipo de cultivo.
“O produtor precisa estar sempre atento às condições do solo para este cultivo, fazer análises de solo, e adubá-lo da maneira mais adequada”, afirma.
A bananeira prefere solos com as seguintes características:
- Areno-argilosos;
- Ricos em matéria orgânica;
- Com boa profundidade, plano ou levemente inclinado;
- Não sujeitos a inundação;
- Vegetando bem em pH variando entre 4,5 e 7,0.
O preparo da área deve ser feito com aração e gradagem, devendo ser tão profundo quanto possível.
Importante reforçar que a bananeira não se desenvolve bem em solos mal-drenados e nem excessivamente secos.
Glorielly reforça a importância da avaliação do potencial produtivo da banana. “Este fator está muito ligado à genética desta planta”, diz.
Também é importante fazer um bom controle dos fatores nutricionais e fitossanitários da bananeira, para amenizar impactos de doenças e pragas.
“A bananeira exige muito potássio e magnésio. Os micronutrientes também são muito importantes”, complementa a técnica.
Neste caso, a aplicação de adubos deve se basear nas recomendações da análise do solo, devendo ser feita parceladamente, num mínimo de três vezes, usando-se, neste caso, apenas 1/3 da dose recomendada para o ano em cada aplicação.
Quando aplicado nas fases iniciais de desenvolvimento, antes do aparecimento do cacho, permite que a planta disponha de fertilizantes durante o ano todo.
Com isso, os filhos, nascidos em diferentes meses, podem absorver o adubo e produzir cachos melhores.
Já para os bananais em produção, os adubos em cobertura devem ser aplicados ao redor do “filho”, após desbaste e capina, permitindo à planta nova melhor aproveitamento de nutrientes.
Práticas agrícolas sustentáveis aplicadas na produção de banana
Uma planta bem nutrida e saudável expressa sempre seu melhor potencial produtivo em qualidade de frutos e produtividade.
Diante disso, Glorielly Nunes destaca que os elevados investimentos em inovação e desenvolvimento de soluções de alto valor agregado para a cultura da banana.
“Como exemplo, temos os fertilizantes de matriz orgânica com extrato de algas e magnésio. Eles ajudam a amenizar o estresse climático e das plantas, favorecendo a qualidade e produtividade”.
A nutrição foliar também tem favorecido bastante este manejo, especialmente em relação aos micronutrientes.
“Muitos produtores já têm um olhar mais técnico e investem em nutrição de alta qualidade, melhor absorção de nutrientes, NPK no grânulo. Eles são bem receptivos para novas tecnologias com base nos resultados positivos que estão conquistando”.
Há também o investimento em fertilizantes com menor pegada de carbono, visando um futuro alimentar positivo para a natureza, fator que já tem sido valorizado pelo mercado da banana.
“Hoje contamos com certificações e selos de qualidade, mas para isso é preciso fazer boas análises de solo, análises foliares e manter a planta bem equilibrada”, destaca a especialista.
Novos horizontes para a banana nacional
Nos últimos anos, a cultura da banana vem ganhando novos locais de produção, representando uma grande oportunidade para produtores.
As principais regiões produtoras são Vale do Ribeira, Norte de Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e Ceará. O Centro-Oeste já passa a alcançar uma boa produção e a tendência é expandir para todo o país.
Já entre os principais desafios, a especialista em Desenvolvimento de Mercado da Yara Brasil destaca alguns pontos que merecem atenção.
“Ainda precisamos equilibrar o custo do investimento com a produtividade, minimizar os efeitos dos fatores ambientais e enfrentar a falta de mão de obra qualificada”, finaliza.