O cultivo de cana vem se destacando como uma cultura com forte expansão em todo o território brasileiro nos últimos anos. Essa expansão vem ocorrendo para atender a demanda na produção de açúcar, etanol e alimentação animal em fazendas de pequeno, médio e grande porte.

Entretanto, como em toda cultura, a cana é atacada por uma série de insetos-praga desde o momento da sua implantação até o corte. Por isso, o agricultor deve ficar sempre atento ao ataque destas pragas, responsáveis por grandes perdas nas lavouras.

Para evitar tais perdas, o uso do controle biológico vem representando uma técnica de combate com grande eficiência, principalmente em razão da atual preocupação mundial com a sustentabilidade.

Com o objetivo de entender a eficiência do controle biológico no cultivo da cana, conversamos com Harley Nonato de Oliveira, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Ele nos mostra as principais pragas do cultivo de cana no país, além dos maiores benefícios obtidos com o controle biológico.

Broca e cigarrinha: principais pragas do cultivo de cana no Brasil

Historicamente, a cana-de-açúcar é conhecida como uma cultura que utiliza baixos níveis de agrotóxicos. Porém, ela sofre com incidência de algumas pragas que quando são incorretamente manejadas podem ocasionar sérios prejuízos econômicos a produção canavieira.

Por isso, o conhecimento das principais pragas relacionadas ao cultivo de cana que podem afetar a produtividade faz-se fundamental. O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) explica que várias são as pragas relacionadas ao cultivo de cana. A principal delas é, sem dúvidas, a broca da cana-de-açúcar, como ele mesmo ressalta:

Na sua fase de lagarta, a broca da cana-de-açúcar abre galerias no interior do colmo da planta, ocasionando danos diretos e indiretos bastante importantes”.

Como dano direto, Oliveira explica que a lagarta causa a morte da gema apical e enraizamento aéreo, reduzindo sua produtividade. Já os danos indiretos têm relação com a podridão vermelha, resultante da ação de microrganismos oportunistas que penetram no colmo por meio do orifício aberto pela lagarta.

Uma outra importante praga ressaltada pelo pesquisador é a cigarrinha-das-raízes. “Na fase de ninfa, a cigarrinha se fixa nos coletos e radicelas da cana-de-açúcar e começa a sugar seiva da planta, ao mesmo tempo injeta toxinas que causam redução no tamanho e grossura dos entrenós, que ficam fibrosos e curtos”, explica.