O tomate é conhecido como uma cultura de grande importância dentro do cenário internacional. Muito apreciado por seu sabor, seja in natura ou processado, é uma das hortaliças mais consumidas no mundo todo, inclusive no Brasil.

Mas o Brasil não só é um grande consumidor de tomate. É também um eficiente produtor desta hortaliça, sendo o 9º maior produtor mundial. Também há maior destaque tanto pelo volume produzido como pelas tecnologias disponíveis e adotadas para a produção no país.

Por isso, com base em informações da Conab e do Hortifruti/Cepea apresentaremos a vocês qual é o cenário do tomate no Brasil, assim como suas tendências de cultivo e dificuldades relacionadas ao setor.

Cenário do tomate brasileiro: quase 4 milhões de toneladas em 54,5 mil hectares

Mesmo sendo classificado botanicamente como um fruto, o tomate é estudado dentro do grupo das hortaliças, haja vista fazer parte da dieta brasileira, em conjunto com outras espécies, como parte integrante das saladas. Entre todas as hortaliças, o tomate destaca-se entre as mais consumidas.

Segundo o IBGE, em 2019 (dado mais recente), o Brasil produziu exatos 3.917.967 toneladas de tomate em uma área de 54,5 mil hectares, com um rendimento médio de 71,8 toneladas por hectare.

E de acordo com a revista Hortifruti Brasil, em sua edição especial, lavouras de tomate estão espalhadas em quatro regiões brasileiras (Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), com 50 mil estabelecimentos, dos quais boa parte é de gestão familiar.

O segmento de mesa, atualmente, representa em torno de 63% da produção de tomate, distribuída em várias regiões do País. O plantio das cultivares do grupo indeterminado, sob sistema de tutoramento, é o mais comum e representativo no Sudeste e no Sul”, indica a revista.

Já o tomate rasteiro para mesa está concentrado no Nordeste e no estado de Goiás. Para processamento, os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo são mais representativos, principalmente por estarem próximos das indústrias processadoras.

Preço do tomate: varia de acordo com o clima, demanda e sazonalidade

O tomate é produzido em várias regiões. Estas ofertam o produto, por vezes, na mesma época. Com isso, o volume desse produto se eleva, reduzindo o preço pago ao produtor.

Além disso, problemas climáticos também podem causar oscilações de oferta, tanto para mais quanto para menos, o que também interfere nos preços. Já verões com temperaturas altas aceleram a maturação dos frutos, refletindo no aumento da oferta e redução dos preços.

Chuvas em excesso, por sua vez, aumentam a pressão de doenças, como consequência podem reduzir a qualidade e a quantidade dos frutos, resultando em aumento dos preços. E foi isso que aconteceu recentemente.

Para o atual momento, uma nota emitida no site da HF Brasil indica que os valores do tomate salada longa vida 3A caíram em várias cidades, em função da maior oferta de tomates.

Além disso, neste mesmo período deu-se início à colheita em novas lavouras de inverno. Se as temperaturas caírem na próxima semana, como já é esperado, o ritmo de maturação deve se desacelerar, o que pode reduzir a oferta de tomate no mercado, e com isso, haver alguma recuperação nos preços, beneficiando produtores.

Muitas são as possibilidades, mas falta organização para o setor

Apesar da rentabilidade positiva na safra de verão 2019/20, as incertezas causadas pela pandemia e o aumento dos custos de produção limitaram os investimentos na 2020/21, que foram 1,8% menores. Diante da pouca mudança na área ao mercado de mesa, a expectativa é de que os preços fiquem acima dos custos de produção.

Mas para 2021 e safras seguintes, muitas são as tendências no segmento que o produtor precisa estar bastante atento, como:

  • Variedades com alta performance produtiva com pacote de resistências mais robustos;
  • Diversificação de produtos oferecidos ao mercado consumidor;
  • Opções de porte que se adequem às porções demandadas;
  • Produtos voltados para o mercado de higienizados e processados; e
  • Produtos voltados ao mercado de orgânicos

Porém, uma grande dificuldade do setor é que ele é pouco organizado. Um dado ajuda a explicar isso: o setor Hortifruti movimenta em torno de US$ 66 bilhões ao ano. Porém, desse montante a cultura do tomate representa apenas US$ 1 bilhão/ano.

Quem está ganhando com isso? O varejo. Por isso é preciso reforçar que produtores de tomate precisam se organizar muito bem para colocar as tendências em prática e ter maior lucratividade com isso!

Prova disso é que aqueles produtores melhor estruturados e capitalizados plantam bem e conseguem vender com maior lucratividade, pois vendem direto ao supermercado, sem atravessadores.

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