Uma das perguntas mais comuns no agronegócio atualmente é se animais transmitem coronavírus. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) publicou material das médicas veterinárias Clarissa Silveira Luiz Vaz e da Iara Maria Trevisol dedicado aos avicultores; é preciso saber que os Coronavírus (CoV) são uma família de vírus que causam infecções comuns em humanos ou animais, pois alguns CoV são zoonóticos (transmissíveis entre humanos e animais), entretanto, a maioria não é. Exemplo disso é o vírus da Bronquite Infecciosa é um CoV que acomete apenas galinhas, nas quais causa doença altamente contagiosa e perdas econômicas na avicultura. Em humanos, há CoV que causam síndromes respiratórias leves ou graves.

O vírus é transmitido de pessoa a pessoa por meio de gotículas expelidas pelo nariz ou boca do indivíduo infectado, que também se depositam em superfícies e objetos. Pessoas saudáveis se infectam ao inalar essas gotículas exaladas ou ao tocar superfícies contaminadas, tocando posteriormente os olhos, nariz ou boca sem que as mãos tenham sido adequadamente higienizadas. Os principais sintomas são febre, tosse seca, dor de cabeça, perda das sensações do olfato e paladar, além de dificuldade respiratória.

O avicultor pode contrair a COVID-19 durante o trabalho?

A doença é altamente contagiosa entre as pessoas, levando a uma alta taxa de disseminação do vírus entre humanos. Por isso, a real possibilidade de infecção durante o trabalho na granja é pelo contato direto ou indireto com pessoas infectadas pelo vírus.

Tem se levantado a possibilidade de que os humanos possam contaminar os animais. Existem estudos iniciais sobre a transmissão desse vírus a cães por meio do contato próximo com os tutores infectados, mas que ainda não têm evidências científicas. Uma vez que tal relação de proximidade entre homem e ave não é rotina na produção avícola, a possibilidade de a pessoa infectada contaminar as aves não é considerada relevante.

O que o avicultor pode fazer para prevenir a COVID-19 durante suas atividades?

Restrinja o acesso desnecessário à granja ou ao ambiente de produção. Cuide para que as pessoas que precisam estar na granja sigam rigorosamente as orientações recebidas;

Chame o Médico Veterinário ou extensionista somente se realmente necessário;

Esteja atento às medidas de biosseguridade da granja;

Reforce o uso do arco de desinfecção e dos pedilúvios;

Pratique a desinfecção rotineira do que entrar na granja;

Garanta a disponibilidade de torneiras e sabão para lavagem frequente das mãos;

Aumente a frequência de limpeza com desinfetante de todas as superfícies frequentemente tocadas, como maçanetas, torneiras, interruptores, etc;

Durante o trabalho, mantenha distanciamento mínimo de um metro entre pessoas, mesmo que não apresentem sintomas da doença;

Avicultores e colaboradores do grupo de risco (pessoas acima de 60 anos, pessoas portadoras de outras doenças e gestantes) devem permanecer em casa. Pessoas com sinais de gripe ou mal–estar devem permanecer em casa, sem ir à granja. Se apresentar sintomas como febre, tosse e dificuldade respiratória, permaneça em casa e siga as instruções da Unidade de Saúde em seu município.