Prof. Dr. José Luiz Tejon*
Com Bolsonaro eleito, vem a emoção da transição dos próximos ministros e a ansiedade de saber se será cumprida a sua proposta de fundir e diminuir alguns ministérios. O Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, já descarregou: “Salvaremos o nosso Ministério da Indústria apesar do industrial brasileiro“ e desceu o relho, e propôs unir o Ministério da Fazenda com o da Indústria e Planejamento. Logo o setor industrial entrou em pânico, ou melhor, as entidades como CNI e outras. No setor do agro fica a pergunta: “Quem será o ministro? Será bom ou ruim a união do Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura? Opiniões se dividem.
Uns acham ótimo, pois assim poderia haver um entendimento e uma sincronia de assuntos comuns. Outros consideram desastroso, pois o meio ambiente é muito maior do que somente a agricultura. Se uníssemos o Meio Ambiente a Agricultura, abriríamos um flanco imenso para nossos competidores internacionais, para as ONGs e com consequências graves nas nossas relações com as 500 maiores corporações do agro que movimentam cerca de 70% do agribusiness mundial. Juntar o Ministério da Agricultura com Meio Ambiente, na minha opinião, vai dar errado. Por que não um Ministério do Agronegócio? Se houver a junção do Ministério da Fazenda com Indústria, Comércio e Serviços, Paulo Guedes ficará com cerca de 70% do agronegócio.
Comércio, serviços, agroindústria, indústria química, máquinas, transportes, finanças, tecelagem, seguro, educação, informática, satélites, celulares, veículos serão 70% do agro e os 30% da produção agropecuária do MAPA. É hora do Ministério do Agronegócio, ou então, convoquemos o Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços ao lado do MAPA para assumir projetos e responsabilidades perante o principal setor econômico e social do Brasil.