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Conheça o primeiro nanossatélite brasileiro de monitoramento agrícola

Article-Conheça o primeiro nanossatélite brasileiro de monitoramento agrícola

Primeiro nanossatélite brasileiro para monitoramento de grãos
Desenvolvido com o objetivo de aumentar a eficiência nas estimativas de aplicações agrícolas, o nanossatélite brasileiro promete revolucionar o monitoramento de operações no campo. Saiba tudo sobre essa inovação!

Apenas 12 quilogramas e do tamanho de uma caixa de sapatos: essas são as características do primeiro nanossatélite concebido integralmente pela indústria brasileira para validar tecnologias de aplicações agrícolas.

Com previsão para ser colocado em órbita no início de 2023, o primeiro nanossatélite brasileiro, que foi batizado como Visiona CUB (VCUB), realizará o monitoramento agrícola e a estimativa de produção de soja e milho no Maranhão.

A primeira missão da VCUB foi acordada este ano por meio de cooperação técnica e financeira assinada entre a empresa Visiona Tecnologia Espacial e a Embrapa Agricultura Digital.

Para entender mais sobre esse inovador projeto do agronegócio nacional, com seus benefícios e perspectivas, conversamos com João Antunes, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e participante do projeto.

O que é o nanossatélite VCUB?

Assim que entrar em órbita, no início de 2023, o VCUB será o primeiro satélite projetado pela indústria nacional e deverá demonstrar a capacidade da tecnologia brasileira em conceber sistemas espaciais de alto desempenho.

Apesar de estar situado na classe dos nanossatélites, possuir apenas 12 quilos de massa e ter a dimensão de uma caixa de sapato, o VCUB possui uma arquitetura altamente sofisticada, com equipamentos de última geração.

Este nanossatélite irá orbitar a Terra com uma câmera de alta resolução espacial. Ela será capaz de coletar imagens com qualidades radiométrica e geométrica superiores às encontradas no mercado.

Com isso, as aplicações agrícolas e de monitoramento de grãos atingirão um nível de eficiência e precisão bem maior, garantindo estimativas mais assertivas sobre a produtividade de lavouras, como explica João Antunes.

“Essa gestão é melhorada a partir do aprimoramento da API Agritec. Essa é uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital, que reúne informações para apoiar a tomada de decisão no gerenciamento da produção agrícola”, explica.

Neste caso, o pesquisador explica que a época ideal de plantio baseada no ZARC, relação de cultivares mais aptas, indicação de adubação e correção de solo, bem como as condições climáticas antes e durante a safra são parâmetros imprescindíveis para estimar a produtividade das culturas agrícolas e serão melhorados com essa tecnologia.

Como vai funcionar o nanossatélite para monitoramento agrícola da Visiona/Embrapa?

Para entender o funcionamento deste nanossatélite, é preciso saber como o monitoramento das operações a campo é feito na atualidade.

As imagens públicas de satélites governamentais americanos e europeus são largamente utilizadas em suporte ao monitoramento da safra brasileira.

Estes dados e informações são obtidos de forma gratuita pelas instituições. Porém, há o consenso de que esse serviço carece de aperfeiçoamento na visualização de alvos agrícolas, localizados no solo, abaixo das nuvens.

Diante disso, os especialistas relacionados ao projeto acreditam que as tecnologias modernas embarcadas no VCUB representam uma solução inédita para se obter estimativas com maior precisão sobre a produtividade das lavouras.

Mas como essa inovação tecnológica vai funcionar na prática?

Quando se associa dados agrometeorológicos com dados espectrais, os modelos de estimativa de produtividade podem ganhar mais precisão. “Para isso, no momento estamos incorporando informações de imagens públicas de satélites americanos e europeus na API Agritec”, complementa Antunes.

O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital explica também que a utilização futura de informações das imagens do nanossatélite da Visiona tem o potencial de trazer maior assertividade nas previsões de produtividade das culturas da soja e milho no estado do Maranhão, chegando ao nível da propriedade rural.

Preparação total para a Internet das Coisas (IoT)

A atual fase da agricultura digital é marcada pelo uso combinado de sensores, aplicativos e inteligência artificial. Com isso, as instituições, empresas e produtores buscam, cada vez mais, adotar soluções de tecnologia da informação para dar total suporte em seus processos de tomada de decisão.

Assim, os modelos que associam dados agrometeorológicos com imagens de satélite tendem a ganhar bastante precisão, permitindo maior assertividade nas decisões.

Além disso, João Antunes ressalta que o sistema de coleta de dados poderá atender ao mercado de internet das coisas (IoT) em localidades com pouca infraestrutura.

“O nanossatélite da Visiona possibilitará conjugar imagens com alto detalhamento espacial e coletar dados de sensores no campo para aplicações agrícolas. Assim, por meio de modernas tecnologias, será possível atender localidades com pouca infraestrutura de comunicação, principalmente em regiões de fronteira agrícola no Brasil”, garante o pesquisador.

Daí a importância da aproximação com uma integradora de sistemas espaciais como a Visiona, visando melhorar o desempenho e aumentar a sustentabilidade socioeconômica e ambiental do setor.

Diante disso, o VCUB é um marco para o avanço e autonomia da indústria aeroespacial brasileira, que ganha significado ainda maior por ter como primeira missão atender ao agronegócio, setor de fundamental importância para o país.

Curiosidades sobre o nanossatélite brasileiro para monitoramento de operações agrícolas

Confira a seguir algumas das curiosidades sobre o nanossatélite brasileiro que será utilizado em diversas aplicações agrícolas:

Tamanho

O VCUB utiliza uma plataforma de 12 quilos, com dimensões de 30 centímetros de comprimento, 20 centímetros de altura e 10 centímetros de largura.

Trajeto em sentido contrário

O nanossatélite vai passar 14 vezes em órbita quase polar (sentido norte-sul, aproximadamente), girando em direção oposta à da Terra.

Vida útil

O VCUB é programado para operar por três anos, mas existem satélites que têm a vida útil planejada para cerca de cinco anos e operam há mais de 15 anos.

Constelações

A partir de três satélites em operação conjunta, já se considera uma constelação. Estudos mostram que nove satélites seriam suficientes para cobrir o Brasil inteiro em 20 dias.

SpaceX

Para realizar o lançamento do VCUB, a Visiona contratou a norte-americana SpaceX, companhia privada de serviços de transporte espacial pertencente ao empresário Elon Musk.

Lançamento em 2023

O nanossatélite foi projetado e construído pela Visiona, que é uma empresa brasileira de tecnologia espacial. A previsão para seu lançamento é no primeiro trimestre de 2023.

“Após o lançamento, será testada a comunicação com o satélite, se a câmera a bordo está coletando os dados corretamente e deve ser feita calibração das imagens com a coleta de dados em solo, o que deve durar de três a seis meses”, explica Antunes.

Somente após esse período é que o nanossatélite entra em operação para aplicações agrícolas, trazendo muitos benefícios. “A utilização de imagens do nanossatélite da Visiona tem como objetivo aumentar a precisão das estimativas até o nível de talhão”, finaliza João Antunes.

Aproveite e saiba também qual a importância do geoprocessamento e do sensoriamento remoto na agricultura!

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