Atualmente 99,9% dos silos destinados ao gado leiteiro e de corte apresentam cobertura e vedação com filme plástico. De acordo com o Engenheiro de Aplicações da TechAgro, Lucas Bosso, a tecnologia multicamadas, no processo de coextrusão, vem a agregar propriedades de diferentes resinas termoplásticas ao mesmo material. Essa tecnologia protege e veda sua silagem contra patógenos, gases externos, além de manter a temperatura interna e reduzir significativamente a passagem de raios UV.

Vale lembrar que “quando fazemos um silo, nosso objetivo é o melhor aproveitamento das propriedades nutricionais da cultura ensilada”. O princípio da silagem é a conservação, manter os nutrientes do alimento próximo ao natural. A utilização de um filme dupla-face multicamadas de qualidade apresenta as seguintes características: boa pigmentação das faces branca e preta, aumento significativo dos parâmetros mecânicos e nos possibilita até barreira de oxigênio. Estas características, somadas com as boas práticas de aplicação do filme plástico, garantirão uma maior conservação do material ensilado”, explica o engenheiro de aplicações da AzulPack, Lucas Bosso.

O planejamento forrageiro sempre foi fundamental para o sucesso em fazendas de gado de corte ou de leite. A partir do número de cabeças e categorias animais se faz o aporte necessário para que o rebanho se mantenha produtivo durante todo o ano. A silagem é a maneira mais utilizada de conservação de alimentos, porém temos que observar todos os aspectos técnicos para que haja o mínimo de perdas.

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De acordo com o zootecnista Edson Poppi, um exemplo para ilustrar como seria essa conservação é nos pensarmos nas perdas nas silagens: é comum acontecer uma redução de volume no silo, normalmente chamada pelo produtor de “acomodação”, entretanto essa “acomodação” não existe! “O que acontece é perda de matéria seca. Se abrirmos os silos veremos uma camada escurecida no topo da silagem, camada de até 10 centímetros significa que 30 centímetros foram perdidos”, ensina.

“Como você reagiria se aplicasse R$ 100 mil no banco e o gerente avisasse que 25% dessa quantia “sumiu”?” questiona Poppi. “Provas de campo no estado de São Paulo, mostraram que há até 25% de perda de silagem. Os produtores acham essa perda natural. Mas não é. Não pode ser. Nenhum sistema produtivo sobrevive a isso” , explica Poppi.

O zootecnista comenta que o adequado é trabalhar com compactação em que cada metro cúbico tenha uma densidade de pelo menos 700 quilos. Consideremos agora, um silo de 500 metros quadrados de superfície (50 metros de comprimento x 10 metros de largura). Multipliquemos 500 por 0,30 (os tais 30 centímetros que “baixaram”) e teremos como resultado da equação 150 metros cúbicos que se multiplicado por 0,7 (valor referente aos 700 quilos por metro cúbico) nos mostra que perdemos 105 toneladas.

Transformado em Reais:

R$ 150,00 por tonelada

R$ 150,00 x 105 (perdas superficiais) = R$ 15.750,00 perdidos.

(Neste inverno de 2021 se vendeu silagem de milho de R$450,00 à R$ 600,00 a tonelada)

“Se você trabalhar com compactação adequada, uma densidade de 700 quilos por metro cúbico de silagem e uma cobertura que evite a troca gasosa (entrada de oxigênio e saída de gás carbônico) as perdas chegam no máximo a 7%”, explica Poppi. Nenhum sistema produtivo sobrevive a isso”, explica Poppi.

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Tipos de silo

 

O Silo de Superfície é feito diretamente sobre o solo tendo formato abaloado sem necessidade de construção. Normalmente é utilizado em locais estratégicos da propriedade podendo ser mudada sua localização a cada ano dependendo da necessidade. É possível conseguir boas compactações e perdas muito pequenas, porém os cuidados obrigatoriamente têm que ser maiores, observando largura e altura que atingirmos. É necessário mantermos uma relação “altura versus largura” de no máximo um para três, ou seja: a cada metro que subirmos no centro do silo teremos que ter três metros de cada lado para que a compactação seja perfeita.

 

Evita-se colocar lona na arte inferior do silo, pois na silagem úmida pode ocorrer lixiviação e se tiver a lona vai haver uma fermentação indesejável prejudicando a qualidade do silo na parte baixa.

 

O Silo de Trincheira é normalmente construído perto do local de trato para facilitar o manejo e em geral é feito calçamento no trajeto do silo aos comedouros para evitar o acúmulo de barro nos períodos de muita chuva.  Aqui é aconselhado que as paredes laterais sejam envolvidas com lona, daí se faz o silo, coloca-se lona sobre o silo e faz envelopamento.  O silo deve construído com uma caída para a boca para que se porventura houver acúmulo de água, esta naturalmente seja escoada.

 

“Posso dizer que uma lavoura bem conduzida, momento ideal de corte, equipamentos de corte adequados, compactação, utilização de um inoculante específico e cobertura eficiente são os pilares de uma silagem de qualidade”, afirma Poppi.

 

Iniciamos este texto falando em planejamento forrageiro que não existe se todas as etapas do processo de silagem não forem bem conduzidas. Às vezes temos boas lavouras que depois perdem muito em qualidade e quantidade por uma conservação inadequada. A utilização de uma cobertura que propicie a manutenção do ambiente anaeróbico necessário para uma boa conservação da forragem é fundamental, e como já comentado, se torna viável porque evita um percentual alto de perdas.

Logo, podemos concluir que alcançar o sucesso na qualidade e conservação do material ensilado, depende muito de lonas plásticas multicamadas, que garantem a preservação das propriedades nutricionais da sua silagem.