Você sabia que negócios ligados ao campo gerenciados por famílias, são considerados um dos pilares do agronegócio brasileiro? Isso prova o sucesso do agronegócio familiar do Brasil. Porém, mais cedo ou mais tarde, chega o momento em que esses negócios devem passar de pai para filho, num processo de sucessão familiar.

O que ocorre é que, por vezes, isso pode não ser saudável para o negócio familiar, devido à falhas, erros e falta de preparação.

De fato, o momento em que o poder e o patrimônio são repassados para a próxima geração é uma prática muito comum no agronegócio, mas deve exigir máximo planejamento e preparação para que o negócio não seja prejudicado, se os novos responsáveis por ele não souberem como conduzi-lo adequadamente.

Sendo assim, saiba como realizar um processo de sucessão familiar mais natural e eficiente garantindo um novo ciclo para a empresa rural.

Toda empresa rural está sujeita à sucessão familiar

Por definição, todo tipo de empresa familiar rural, independente do seu tamanho ou área de atuação pode (e deve) passar, em algum momento, pelo processo de sucessão.

Porém, o professor do curso de PME do Proced/FIA (Fundação Instituto de Administração), Armando Lorenzo, explica que a sucessão vem sendo menos recorrente em grandes empresas. Ele explica o principal motivo para isso:

Atualmente temos notado que as empresas de grande porte têm procurado outras alternativas como a venda da empresa, profissionalização da gestão e da sociedade dentro de um sistema de governança corporativa específico para este tipo de empresa”.

Em contrapartida, Lorenzo indica que as empresas de médio e pequeno portes ainda têm realizado a sucessão para herdeiros da própria família, “muito embora em alguns casos para profissionais de dentro da própria empresa, mas mantendo a propriedade na família”, complementa.

Como trazer bons frutos com a sucessão familiar?

Nunca existiu e nunca existirá uma maneira universal de realizar a sucessão para que ela traga resultados certos de sucesso. Isso porque cada caso exige um tipo de alternativa no processo sucessório.

Mas, o professor do curso de PME do Proced/FIA ressalta que há três aspectos com grande relevância no processo de sucessão familiar de empreendimento rural. São eles:

  1. Reduzir a centralização dos fundadores, iniciando o processo de sucessão em vida. Neste sentido, o planejamento faz-se imprescindível, pois será ele que indicará quem pode ser o melhor sucessor. Caso nenhum dos herdeiros tenha capacidade técnica, de gestão e liderança, o recomendado será contratar uma empresa para administrar o negócio.
  2. Preparar adequadamente os sucessores dentro dos pilares de educação formal. Lorenzo ressalta que os sucessores devem passar por experiências desafiadoras e serem acompanhados por um mentor. “Durante o processo de sucessão o papel dos fundadores e fundadoras é relevante no aconselhamento dos futuros sucessores”, ressalta.
  3. Trabalhar com ferramentas que possam reduzir os conflitos nas empresas familiares quando eles existirem. Porém, mesmo com esses aspectos bem alinhados e definidos, não há a garantia de sucesso da sucessão, como ressalta Lorenzo: “Ações como estas podem contribuir, mas não garantir uma sucessão de geração bem-sucedida”.