A boa fase na agricultura tem afastado o fantasma do cenário negativo de crise. Ao menos é este o resultado de uma sondagem feita com 88 associados da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) no último mês de fevereiro.  “O setor agrícola não está mal, o agricultor tem colhido boa safra e os preços estão razoáveis. Estamos atrelados a isso, o que nos dá suporte”, diz Pedro Estevão Bastos, presidente da CSMIA (Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas) da ABIMAQ.

Para se ter uma ideia, no ano passado, as vendas do segundo semestre diminuíram 20% em relação ao primeiro e, nesse momento, a queda permanece no mesmo patamar. Esse sinal de estabilidade é considerado uma tendência do mercado. “Nossa amplitude de variação é grande e uma queda de até 20% não chega a assustar tanto quanto em outros mercados”, avalia.

Nossa amplitude de variação é grande e uma queda de até 20% não chega a assustar tanto quanto em outros mercados

Para entender esses números e a onda de otimismo é preciso olhar para trás. De 2011 a 2013, a venda para o mercado interno foi acima da média, impulsionada pela seca nos Estados Unidos que impactou a produção de grãos e elevou o custo da importação da soja. Foi também um período de intenso financiamento de máquinas a taxas baixas. Passado isso, a retração de 30% sentida em 2014 foi considerada uma fase natural de estabilização.A baixa na aquisição de novas máquinas agrícolas só foi sentida efetivamente pela indústria no ano passado, quando a compra de produtos foi 27% menor do que o volume normal muito em razão do conservadorismo adotado pelos empresários em novos investimentos.

Futuro promissor

A perspectiva de melhora comercial está ligada ao restabelecimento da confiança no investimento, a partir de um acerto político. “Preocupa, também, o recurso para financiamento disponível. Estamos em um pleito que pede mais R$ 2,5 bilhões”, afirma Celso Casale, vice-presidente da CSMIA. Atualmente, estão disponíveis pelo programa Moderfrota, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), R$ 1,5 bilhão até o meio do ano.