Conhecimento sobre nutrição de plantas e a adoção das melhores práticas formam uma combinação fundamental para o sucesso de qualquer cultura. “Hoje, os produtores têm à disposição muitas opções e a decisão de investimento é de extrema importância para os resultados obtidos. Existem no mercado fertilizantes de alta tecnologia, que conseguem trazer maior produtividade para a cultura da cebola em um tempo menor de colheita, resultando em uma lavoura mais rentável e sustentável”, explica o especialista agronômico da Yara Brasil, Daniel Teixeira.
É vital entender a fundo, primeiramente, a aplicação do conceito dos 4’Cs (Dose Certa, Época Certa, Local Certo e Fonte Certa), que faz sentido para diversas culturas e é amplamente difundido pelo International Plant Nutrition Institute (IPNI). Além disso, devemos também zelar pela manutenção e atividade do sistema radicular da cebola durante todo o ciclo de cultivo.
Teixeira lista os três nutrientes fundamentais para o cultivo, com detalhes de sua atuação:
• Fósforo (P): possui um papel fundamental no desenvolvimento inicial e na produtividade da cebola e é considerado o elemento com maior nível de resposta. Como o mecanismo de absorção, ocorre principalmente por difusão, o nutriente é absorvido em espaços mínimos. Para melhorar sua eficiência, se inicia com o processo de distribuição do fertilizante. Porém, vale alertar que fertilizantes com formulações de mistura NPK convencionais sofrem com o que chamamos de ‘segregação de grânulos’. Este item terá problemas de uniformidade, ou seja, de estar localizado próximo das raízes das plantas e não de maneira uniforme, em toda a área de cultivo.
• Nitrogênio (N): é o primeiro em quantidade absorvida, e vem após o fósforo em termos de resposta de produção. Para este nutriente, as estratégias para atingir a absorção radicular são também muito importantes. Fontes amídicas, como a ureia, tem um grande potencial de perda por volatilização, além de causar desbalanço iônico na planta, devido à predominância de cargas positivas. O mesmo vale para fontes exclusivamente amoniacais em termos de desbalanço – como o sulfato de amônio, DAP e outras fontes amoniacais. Estes produtos resultam em um fluxo menor de absorção para as fontes nítricas, uma vez que a sua carga positiva é atraída pela carga negativa do solo, o que pode dificultar a disponibilidade do nutriente, sobretudo em momentos de alta demanda. Essa característica também tem uma influência negativa em virtude do escasso sistema radicular da cebola.
• Potássio (K): segundo nutriente em ordem de absorção, o potássio possui um papel fundamental na estrutura da planta, além de diversos processos fisiológicos. É vital conhecer e selecionar bem a fonte de fertilizante a ser utilizada com o produto, pois esse preserva todo o sistema radicular das plantas. Com o nutriente, trabalhamos por meio de duas fontes: a base de cloreto de potássio, que possui alto efeito salino sobre as raízes do planta, provocando desidratação e, em casos mais graves, a morte da planta; e a base de fontes menos salinas de potássio, que são estratégicas para a preservação radicular. Ou seja, comparando ambas, o cloreto de potássio tem índice salino de 116%, enquanto o sulfato de potássio tem 46% – uma diferença considerável em termos de salinidade. Experimentos demonstraram ganhos de até 10% de produtividade na substituição de cloreto por sulfato de potássio, além da garantia no aporte de enxofre.
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