Rondonópolis (MT) e Londrina (PR) são as primeiras cidades – de um grupo de sete – a receberem projeto-piloto do Ministério das Comunicações e do MAPA (Ministério da Agricultura, Pesa e Abastecimento) de internet 4G e 5G. Também participam do projeto Padef (DF), Uberaba (MG), Ponta Porã (MS), Rio Verde (GO), Petrolina (PE) e Bebedouro (SP) que devem receber infraestrutura até o final de 2021.

No Mato-Grosso a iniciativa conta com a participação da TIM e Nokia usando o chamado “5G puro”, aquele que não depende da rede 4G, e serão realizados na fazenda modelo do IMA (Instituto Matogrossense de Algodão) para o cultivo de algodão.

A escolha pela cidade paranaense acontece por ser sede do primeiro Polo Tecnológico do Agro, instalado pelo MAPA em 2019, mas ainda depende da instalação de antenas de 5G no segundo semestre de 2021. Também acontece na segunda parte do ano o leilão para a implantação da tecnologia.

Estudo Esalq

A implantação do projeto-piloto é consonante ao estudo elaborado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), “Cenários e perspectivas da conectividade para o agro”, que mapeia a situação atual da conectividade rural no País e aponta soluções e custos.

Durante a apresentação pelo MAPA dos resultados da análise, o diretor de Inovação da pasta, Cleber Soares, apontou que a deficiência de conectividade no campo ainda é grande: “O Brasil tem em média apenas 23% de cobertura de conectividade na área rural, utilizando-se do modelo 4G, 3G ou 2G”.

Como solução ao desafio da expansão da conectividade na área rural, o estudo traz duas possibilidades a serem realizadas em um período de até quatro anos: instalar mais de 4.400 antenas ou torres de celular no País em até dois anos ou 15.182 novas antenas teriam de ser instaladas num prazo de quatro anos, levando-se em conta a atual capacidade de instalação desses equipamentos no Brasil.

Soares indica que caso se consiga uma cobertura de 89% nos próximos quatro anos, haverá um impacto positivo no valor bruto da produção agropecuária (VBP agro) de 10%, ou R$ 102 bilhões, considerando a projeção do Ministério da Agricultura do VBP para 2021, de R$ 1,057 trilhão, só pelo provimento de maior conectividade. Em dois anos, o avanço do VBP poderia chegar a 4,5%, ou R$ 47 bilhões.

Para o ministro das Comunicações, Fábio Faria (que também participou da apresentação dos resultados do estudo) forte impulsionador da maior conectividade no campo serão os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), recentemente aprovado pelo Congresso.

Com informações da Folha de Londrina, CBN Londrina, Amazonas Atual e Guarulhos Atual.