O nitrato de amônio é um composto químico de fundamental importância para o desenvolvimento da agricultura, atuando como um excelente fertilizante. “O Nitrato de Amônio é um fertilizante nitrogenado que contém o nitrogênio na forma nítrica e amoniacal”, dizem os representantes da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).

Os nitratos, caso do nitrato de amônio, são conhecidos como importantes aliados do produtor rural na busca por uma produtividade sustentável em suas lavouras.

Na agricultura, comparados a outras fontes de nitrogênio, os fertilizantes à base de nitrato contribuem para:

  • Aumentar a eficiência do uso do nutriente ao não volatilizarem (ou seja, perderem parte de sua composição como forma de gás ao serem aplicados em determinadas condições climáticas);
  • Reduzem as emissões de gases de efeito estufa (GEE); e
  • Diminuem o impacto ambiental

Além desses benefícios, os nitratos garantem rendimentos mais elevados em algumas culturas, especialmente em regiões tropicais.

Por possuir o nitrogênio na forma nítrica e amoniacal, que são menos voláteis, o nitrato de amônio é preferido no uso de lavouras de cana, principalmente nos cortes mecânicos, em que não se queima a palhada”, diz a ANDA que complementa que como o corte ocorre em meses mais secos os nitrogênios nestas formas, nítrica e amoniacal, permanece mais tempo sobre a palhada e guando ocorre mais umidade as raízes absorvem. “Nestas circunstâncias, meses secos e corte mecânico, o uso de ureia, que é mais barata não é o ideal”.

Mas, além da cana-de-açúcar, outras lavouras como café, citros e frutas dão maior preferência ao Nitrato também em épocas mais secas.

O Brasil importa a maioria do nitrato de amônio que consome

Mesmo sendo um grande consumidor deste composto químico, o Brasil produz apenas 500 mil kg de nitrato de amônio, porém, mais da metade vai para a produção de explosivos.

Nosso país produz cerca de 500 mil kg de nitrato de amônio por ano, mas apenas 220 mil tem como destino a agricultura e o restante vai para a indústria de explosivos”, indica a ANDA.

Porém, a demanda por este fertilizante é bem maior que o volume de produção, por isso o Brasil importa nitrato de amônio da Rússia. Segundo a ANDA, o Brasil importa cerca de 1,4 milhão/ano de nitrato, tendo a Rússia como o principal exportador para o Brasil.

Como importar e armazenar este fertilizante?

No Brasil, a regulamentação das questões envolvendo o nitrato de amônio são de responsabilidade da diretoria de fiscalização de produtos controlados (DFPC), ligada ao exército brasileiro.

O diretor de projetos da Yara, Renato Tavares, lembra que o nitrato de amônio possui normas específicas de segurança voltadas à estocagem e ao transporte. Há inclusive uma portaria recente sobre o tema, que é a Portaria Colog nº 147, que contou com a participação efetiva de um Grupo Técnico de Trabalho da ANDA.

A empresa solicitante precisa de uma licença de importação e o Exército, sendo essa a entidade responsável por liberar a movimentação do produto”, indica a ANDA.

Quanto ao armazenamento, tanto a Associação quanto Tavares indicam que esse produto deve ser armazenado em armazéns ou boxes, de preferência fechados.

Os cuidados para esse armazenamento são:

  • Ficar distante de produtos que possam provocar chamas, tais como madeira, fios, elétricos, fenos e demais produtos que facilitem incêndios etc.
  • Manter aparelhos que permitam apagar fogo nas proximidades.
  • Ter pessoal de brigada de incêndios devidamente preparado e treinados;
  • Apresentar câmaras de controle;
  • O piso do armazém deve ser mantido limpo e seco;
  • O transporte só deve ocorrer em veículos específicos e credenciado

Tavares completa: “Os big bags devem ser armazenados na forma de uma pirâmide, não mais que 3 camadas de elevação, para garantir a estabilidade“.

Caso o armazenamento seja ao ar livre, o diretor de projetos da Yara indica que é importante seguir as recomendações de melhores práticas. “É importante cobrir com plásticos ou lona que possam resistir ao mau tempo, mantendo as mesmas recomendações citadas anteriormente“, diz.

Além disso, a ANDA salienta que obedecendo todas as normas de regulação não há limite para o armazenamento de fertilizantes para uso na agricultura. Em contrapartida há limites bastante específicos para armazenamento deste composto para produção de explosivos ou para uso na indústria. “O regulamento estabelece uma série de requisitos a serem cumpridos, que vão desde as rígidas exigências sobre locais para armazenamento até o manejo para aplicação no solo, visando eliminar quaisquer riscos. Por isso a ANDA entende que as operações com nitrato de amônio são seguras”.