Boa parte dessa tecnologia de Internet das Coisas (IoT) ainda é considerada um conceito que já está sendo utilizado nas fazendas, mas que ainda está evoluindo. Mesmo assim, a IoT é considerada a maior transformação na produção de bens e serviços desde a segunda revolução industrial.
Nesta conjuntura, o agronegócio é um ramo que pode se beneficiar bastante da IoT, já que “o setor do agronegócio é um campo muito fértil para testes e adoção destas tendências tecnológicas”, opina chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvia Massruhá.
Além disso, o uso da internet das coisas na fazenda se configura como uma das bases da Agricultura Digital (ou Agricultura 4.0), baseada em conteúdo digital e conectado.
Neste contexto da agricultura 4.0, o uso de sensores, câmeras, tecnologias inteligentes e conectividade permite que produtores monitorem, em tempo real, diversos processos na sua fazenda, desde o desenvolvimento de culturas/rebanhos até o desempenho de máquinas.
Silvia explica que a robustez do agronegócio brasileiro representa um dos fatores que favorece o uso dessas novas tecnologias, mas ela faz algumas ressalvas.
“O País ainda terá de superar os desafios relacionados com capacitação, deficiências na infraestrutura de telecomunicações, regulação, definição de padrões e segurança da informação, além de superar os custos elevados”, opina Silvia.
Todo tipo de fazenda se beneficiará da IoT
Muitas pessoas do meio rural costumam ter uma certa aversão à tecnologia. Muitas, inclusive, acreditam que esse tipo de tecnologia é exclusividade das grandes fazendas que têm alto capital de investimento, o que hoje deixou de ser verdade.
Segundo a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, as ferramentas ligadas à Internet das coisas na fazenda podem ser usadas em propriedades de qualquer tamanho e para qualquer cultura.
Silvia inclusive cita um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). “O estudo avaliou o efeito de novas tecnologias em propriedades familiares e mesmo nas pequenas notou-se que a adoção de automação de processos e a mecanização aumentam consideravelmente sua produtividade”.
Porém, para que tenha eficiência, é relevante considerar que a adoção da tecnologia dependerá, dentre outras variáveis, do modelo de negócio adotado. É o que indica um estudo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) sugerido pela pesquisadora da Embrapa. Veja o que diz o estudo.
“No agronegócio, há diferentes modelos de negócios que podem ser adotados para viabilizar o uso de novas tecnologias geradoras de saltos de produtividade não só para os grandes produtores, mas também para os médios e pequenos, de maneira a incrementar a eficiência do Brasil no setor”.
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