Fertirrigação com efluentes de frigoríficos: entenda essa técnica

Em todo o mundo, os efluentes líquidos estão se tornando uma das principais preocupações para frigoríficos, principalmente devido às elevadas quantidades de água utilizada durante o abate, processamento e limpeza das instalações. 

Mas existem soluções que podem ajudar a reduzir os impactos desse setor e, ao mesmo tempo, contribuir para o crescimento da produção. Um exemplo de destinação adequada dos efluentes gerados pela indústria frigorífica está na fertirrigação. 

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Neste artigo, você vai entender o que é fertirrigação, quais são suas vantagens para o produtor e como funciona a aplicação dessa técnica com o uso de efluentes de frigoríficos. Continue a leitura! 

O que é fertirrigação?

A técnica de fertirrigação, que é cada vez mais utilizada para o fortalecimento do solo para a agropecuária, consiste na aplicação de água e fertilizantes durante a irrigação da propriedade. 

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Essa combinação entre água e fertilizantes que caracteriza a fertirrigação é mais eficiente e econômica. Com a aplicação correta da técnica, haverá maior absorção dos nutrientes no solo e o aumento da produtividade no cultivo. 

Quais as vantagens da fertirrigação do solo?

Quando realizada da forma correta, a fertirrigação permite que o produtor tenha vantagens significativas com sua produção. Primeiro, por diminuir a quantidade de uso de fertilizantes convencionais. 

Mas as vantagens da fertirrigação vão muito além, com destaque para: 

• Aplicação dos nutrientes na quantidade e momento exatos requeridos pelas plantas; 
• Possibilidade de uso em diferentes sistemas de irrigação; 
• Redução da contaminação do meio ambiente; 
• Maior rapidez e eficiência no aproveitamento dos equipamentos de irrigação; 
• Economia no custo de aplicação de fertilizantes e menor necessidade de mão de obra e máquinas. 

Fertirrigação com efluentes de frigoríficos: conheça essa técnica

Devido ao elevado consumo de água em seus processos, a indústria frigorífica é continuamente criticada pela sua excessiva geração de efluentes. Mas é possível reduzir os impactos dessa atividade por meio da fertirrigação em fazendas.

“Em vez de descartarmos a água após utilizá-la em nossos processos produtivos, destinamos o efluente tratado à irrigação de áreas produtivas de fazendas próximas às nossas plantas”, explica Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig. “Isso gera ganho de produtividade nas plantações e até mesmo acelera o processo na cadeia de valor, com o incremento de peso do gado”, acrescenta. 

A empresa auxilia na fertirrigação de uma fazenda de 1200 hectares, em Tangará da Serra, no Mato Grosso, localizada a 7 km da unidade da companhia. Este processo garante uma alternativa sustentável ao descarte de efluentes, além da melhoria da produção na propriedade vizinha. “A matéria orgânica e os nutrientes presentes nos efluentes ajudam na melhoria do solo e do cultivo, além de garantir uma destinação sustentável aos resíduos que são originados pela indústria”, afirma Pianez. 

Tratamento de efluentes: exigência fundamental para uma produção mais sustentável

Além do alto consumo de água, nos processos da indústria frigorífica é grande o volume gerado de esterco, gorduras, vísceras, sangue, fragmentos de carne e ossos, entre outros. Consequentemente, o nível de matéria orgânica presente no efluente é bastante alto. 

Assim, para que o impacto gerado pelos efluentes seja minimizado, é necessário que eles passem por um rigoroso e adequado tratamento realizado nas ETEs (Estações de tratamento de efluentes). Basicamente, 4 etapas são adotadas: 

1. Tratamento preliminar: é realizada a separação de substâncias sólidas — como pelos, ossos, penas, vísceras, entre outros; 
2. Tratamento primário: neste momento há o uso de um sistema físico-químico de decantação e flotação; 
3. Tratamento secundário: realizado a partir de um sistema biológico anaeróbio e sistemas de lodos ativados e aeradores; 
4. Tratamento terciário ou avançado: esta etapa é modificada de acordo com a finalidade do efluente, se o mesmo será encaminhado para reuso ou para o descarte, muitas vezes sendo necessários processos mais avançados para a obtenção da qualidade desejada no efluente. 

Neste contexto, Pianez explica que todas as unidades da companhia adotam processos para garantir o descarte correto dos efluentes (resíduos líquidos) e minimizar os impactos sobre o meio ambiente. “Atualmente, os efluentes gerados pela nossa operação são devolvidos ao meio ambiente ou encaminhados ao sistema público de tratamento de esgoto”, indica. 

Pianez comenta que, por aliar produção e retornos ambientais sustentáveis, a fertirrigação será cada vez mais aplicada nas operações da empresa. No Brasil, 16% das unidades da companhia já adotaram a fertirrigação em suas rotinas de trabalho. Outros 16% estão em fase final de instalação do processo, e 16% finalizaram estudos ambientais em 2021, concluindo os projetos técnicos. Além da fertirrigação, a empresa também pratica a coleta de biogás no tratamento de efluentes e sua respectiva queima, tanto nas operações da América do Norte quanto na América do Sul.

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