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Tomate: quais cuidados adotar com a estiagem na safra de inverno?

Article-Tomate: quais cuidados adotar com a estiagem na safra de inverno?

Cuidados com a estiagem na safra de inverno do tomate
Mediadora de diversas pragas, a estiagem é um problema que afeta a safra de tomate. Por isso, adotar estratégias de controle é fundamental para lidar com a situação

Em muitas regiões, a chegada do inverno significa um período de seca que irá durar pelo menos dois meses. Este cenário acende um sinal de alerta aos agricultores quanto à presença de pragas que afetam a safra de tomate

Cabe ao produtor de tomate ter cuidados redobrados com sua lavoura, principalmente quanto à presença de traças-do-tomateiro, mosca-branca Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B e ácaros. 

Segundo Jairo Augusto de Oliveira, engenheiro agrônomo na DVA Agro, estas pragas, se não controladas, podem causar “prejuízos enormes à produção de tomate, com perda de frutos e má qualidade deles”

Veja, então, quais são as principais pragas que podem afetar a produção de tomate no período de estiagem e quais devem ser as estratégias de controle para combatê-las de forma eficiente:

Principais pragas que podem comprometer a safra de tomate

Não há dúvidas de que a estiagem é um prato cheio para diversas pragas que atacam o tomateiro. Elas causam prejuízos enormes à produção de tomate, com significativa perda de frutos e comprometimento de sua qualidade.  

Veja, a seguir, as principais pragas em que todo produtor de tomate deve redobrar suas atenções na estiagem: 

Traça-do-tomateiro

A traça-do-tomateiro é o primeiro e um dos maiores problemas aos quais todo produtor deve estar alerta. João Henrique Dias, Consultor técnico da Mogiana TecnoAgro, destaca que essas pragas atacam desde as folhas até os frutos, exigindo muita atenção ao menor sinal de presença deste inimigo indesejado. “Já houve casos de lavouras com alto ataque de traças, que impossibilitavam qualquer tipo de colheita. São casos extremos, mas acontece”, comenta Dias.

O consultor técnico explica que também é comum a traça riscar o fruto e assim comprometer o seu valor de mercado. “Se uma caixa de tomate seria vendida a R$100, com esses ataques, passa a valer R$ 30”. Além disso, há desfolha, e com isso impacto na capacidade de fotossíntese da planta, alterando seu desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. 

Mosca-branca

Outro problema que pode comprometer a safra de tomate e merece total atenção é o ataque da mosca-branca. 

Em cenário favorável ao seu desenvolvimento (tempo seco e temperatura mais amena), essa praga se torna incrivelmente agressiva, provocando enormes perdas na produção de tomate. 

Os danos diretos da mosca-branca são o ataque aos frutos, com liberação de excrementos com alta concentração de açúcares, favorecendo o aparecimento de estruturas escuras de fungos (fumagina). 

João Henrique Dias complementa: “Os tomates também apresentam amadurecimento desigual e ficam com a parte interna parecendo um isopor, o que os deixam impróprios para o comércio”

Há ainda os danos indiretos, pois a mosca-branca pode transmitir dois tipos de vírus à planta: os geminivírus e os crinivírus.  

Dias explica, também, que o produtor deve ter atenção especial com todos os estágios de desenvolvimento da praga (ovo, ninfa e adultos), adotando manejo com aplicações de controle semanal assim que identificada a presença dos insetos na área. 

“Essa praga pode causar em plantas mais novas a virose. Na mais adulta, já colhendo, causa danos ao fruto, manchando-o e, sem uma boa coloração, perde valor de mercado também”. Nas plantas novas, se tiver problema de virose, a produção pode cair de 30 a 40%. 

Importante ressaltar que a mosca-branca também é uma das principais pragas do algodão no Brasil

Ácaros

Outra preocupação do produtor de tomate durante a estiagem é com o ácaro. Ele causa o amarelamento das folhas do tomateiro, fazendo com que elas percam a capacidade de fotossíntese e, assim, diminuindo a produção, principalmente da ponteira da planta, interferindo na qualidade do fruto e até na produção total por área, estimada em redução de 5% a 10%. 

Estratégia, monitoramento e prevenção: as melhores formas para proteger a safra de tomate

Para evitar a ocorrência de todos estes problemas é dever do agricultor realizar o acompanhamento semanal da sua lavoura, com verificação visual e monitoramento constante, e controle fitossanitário, sempre que necessário. 

“Estes cuidados resultam em aplicações preventivas, com atenção ao período de carência dos ativos para ter um produto zero resíduos, exigência dos órgãos regulatórios e de fiscalização, tanto no Brasil quanto no exterior”, complementa Jairo Augusto de Oliveira. 

Mas, segundo o engenheiro agrônomo, além do manejo fitossanitário, é preciso ter cuidados com o solo e a nutrição das plantas para passar por períodos de estresse intenso — como é o caso da estiagem — com o mínimo de problemas. 

Assim, um manejo mais eficiente para garantir a safra de tomate é obtido com a adoção das seguintes recomendações: 

  • Adotar rotação de culturas; 
  • Destruir os restos culturais imediatamente após a colheita; 
  • Manter a lavoura livre de plantas daninhas e outras hospedeiras de insetos e ácaros; 
  • Utilizar cultivares mais adaptadas à região; 
  • Obedecer às recomendações de controle dos insetos e ácaros quanto ao produto, dosagem, horário e frequência de pulverizações.

Demais recomendações para manter uma boa produção de tomate

Segundo o especialista da DVA Agro, um bom enraizamento de planta é fundamental para ajudar os tomateiros nos próximos meses. Ele também recomenda que o produtor conheça a área de plantio. 

Além das recomendações já apresentadas, uma dica mais recente é utilizar produtos como os bioativadores de desenvolvimento radicular. Eles funcionam como biocarreadores para melhor aproveitamento dos nutrientes no solo. 

“Com estes produtos, o produtor pode ter plantas bem nutridas, estimuladas quanto à capacidade fotossintética. Serão também mais equilibradas e irão sofrer menos com ataques de pragas e doenças neste período”, complementa Jairo de Oliveira.

Para isso, a empresa possui uma solução fertilizante composta por extratos botânicos e que deixa zero resíduos nos frutos, trazendo, por consequência, um alimento mais saudável para o consumidor. 

Além disso, o fertilizante tem efeito antioxidante, que retarda o envelhecimento da planta e a torna mais vigorosa e com maior sanidade. 

Também estão sendo observados os resultados de produtos botânicos superiores aos químicos a campo, já que as pragas têm desenvolvido resistência a essas formulações sintéticas, e esses extratos agem nelas por mecanismos com diversas moléculas e modos de ação, fazendo com que não seja possível driblá-los. 

O mundo está voltado para a produção e consumo de alimentos cada vez mais saudáveis e ter uma safra de tomate produtiva e segura é fundamental para isso. 

Grandes produtores e redes de abastecimento estão cientes e focados na busca de soluções com baixo índice de resíduos e alta performance, indo de encontro ao aumento das fiscalizações pelos órgãos responsáveis e de rastreabilidade. 

“Por isso é missão de todos trabalhar cada vez mais com produtos com certificação orgânica, com efeito, por exemplo, no controle de pragas, mas que ao mesmo tempo não represente risco algum no consumo humano”, reforça Oliveira. 

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