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Manejo sustentável do solo: como fazer da forma correta?

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Manejo sustentável do solo
Realizar as diversas práticas de manejo sustentável do solo é projetar o futuro da agricultura conservacionista. Conheça as principais técnicas de manejo sustentável e saiba como realizá-las na sua propriedade!

Na nossa sociedade, o solo tem significativa importância para a manutenção da vida na Terra. Exatamente por tudo isso, o manejo sustentável do solo representa uma grande necessidade. 

O manejo sustentável do solo consiste na adoção de um conjunto de práticas e técnicas que permitem produzir alimentos, fibras, biocombustíveis e matérias-primas de qualidade e em grande quantidade, sem permitir processos acelerados de degradação da terra. 

Mas, mesmo tendo muitas práticas e técnicas à disposição, não são todos os produtores que entendem quais delas mais se adequam às suas necessidades. Outros não sabem os benefícios que elas proporcionam. 

Entenda, a seguir, o que é manejo sustentável do solo, quais são os benefícios dessa prática e como realizar corretamente esse processo! 

O que é manejo sustentável do solo? 

O manejo sustentável do solo refere-se ao uso de práticas conservacionistas de manejo que visam preservar a qualidade ou saúde do solo. Segundo o Professor Maurício Roberto Cherubin, do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP, essas práticas garantem que o solo desempenhe adequadamente as suas funções. 

“Dentre as práticas mais comuns posso citar o crescimento das plantas, regulação do fluxo de água, ciclagem de nutrientes, habitat para biodiversidade, sequestro de carbono, entre outras”. 

Manejo sustentável e manejo convencional: qual a diferença? 

Para um melhor entendimento sobre o tema, o pesquisador Pedro Luiz de Freitas, da Embrapa Solos, indica as diferenças entre o manejo sustentável do solo e os manejos convencionais.  

Segundo ele, o manejo considerado convencional se baseia no preparo intensivo do solo com arados, grades e subsoladores e na monocultura, mantendo o solo coberto somente durante a safra agrícola (no caso de culturas anuais) e sem qualquer manejo na entressafra. 

“No caso de culturas perenes, o solo entre árvores é mantido descoberto todo o tempo. No caso de semiperenes, a colheita, quando não antecedida pela queima, retira toda a palhada deixada pela colheitadeira”, explica Freitas. 

O manejo sustentável, por outro lado, consolida todo o conhecimento técnico-científico para a produção agrossilvipastoril nas condições tropicais e subtropicais. Esses aspectos são verificados a partir da observação dos efeitos prejudiciais do manejo convencional, como: 

  • degradação da terra; 
  • erosão hídrica do solo; 
  • compactação; 
  • salinização (acúmulo excessivo de sais minerais); 
  • arenização (formação de bancos de areia) do solo. 

“O manejo sustentável começa com o entendimento da não necessidade de preparo intensivo do solo e da necessidade de promover a biodiversidade através da rotação plurianual de culturas e, por fim, mas mais importante, da cobertura permanente do solo usando espécies específicas para esse fim”, completa Freitas. 

Qual a importância do manejo sustentável do solo? 

Quando realizado de forma planejada o manejo sustentável do solo é, segundo Cherubin, fundamental para que nossa agricultura seja muito mais resiliente e produtiva. 

“O investimento em práticas de manejo sustentável é fundamental para que o produtor entre no ‘círculo virtuoso’, melhorando a qualidade do solo, resultando em maior produtividade das culturas, revertendo em mais renda aos produtores”, comenta o pesquisador. 

Com isso, Freitas explica que o manejo sustentável implica em muitos benefícios, tais como: 

  • manutenção da saúde e da qualidade do solo
  • manutenção da qualidade dos recursos hídricos envolvidos; 
  • manutenção da biodiversidade (flora e fauna em geral, micro-organismos e microfauna presente no solo). 

Além disso, o pesquisador da Embrapa Solos explica que a aplicação dos princípios básicos para o manejo sustentável do solo viabilizou sistemas com forte viés agroecológico, como: 

  • sistema de plantio direto; 
  • obtenção de duas ou três safras ao ano (safrinha, dupla safra, safrinha de boi etc.) em uma mesma área no processo de Intensificação Sustentável da Agricultura; 
  • integração entre diferentes usos da terra – agricultura/lavoura, pecuária e floresta (iLPF, iLP, SAFs etc.). 

Consequentemente, produtores mais capitalizados vão investir mais no manejo do sistema de produção e, assim, o círculo virtuoso vai continuar girando. 

Principais técnicas de manejo sustentável do solo

As práticas de manejo sustentável mais promissoras para nosso país são apresentadas por Cherubin: 

  1. Adoção do sistema plantio direto: “Essa estratégia tem como princípios a ausência de revolvimento, a cobertura do solo e a rotação de cultura”, complementa o pesquisador; 
  2. Recuperação de pastagens: correção e adubação; introdução de leguminosas; controle de pastejo; 
  3. Uso de sistemas integrados: incluem a combinação de dois ou mais componentes, tais como sistema de integração lavoura-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta; 
  4. Uso de produtos biológicos: alguns exemplos são os inoculantes, biodefensivos, ativadores e repositores da biota do solo; 
  5. Boas práticas no uso de defensivos e fertilizantes
  6. Uso de tecnologias que contribuam para um uso mais racional dos recursos (combustível, fertilizantes, água, defensivos etc.). 

Dentre essas práticas de manejo sustentável, Pedro Luiz de Freitas dá maior destaque ao Sistema de Plantio Direto. Ele explica que esse manejo inclui práticas mecânicas e vegetativas, atendendo a princípios básicos: 

  • não revolvimento do solo (ou revolvimento restrito à cova ou linha de semeadura); 
  • cobertura permanente do solo.

“Recomendo o uso de espécies dedicadas à formação de palhada e enraizamento no solo, além da rotação plurianual de culturas anuais, forrageiras e florestais”, indica o pesquisador. 

Por que adotar o manejo sustentável do solo?

A adoção de práticas e técnicas de manejo sustentável são assim chamadas por aumentarem a riqueza de espécies vegetais, promovendo o enriquecimento do solo em matéria orgânica e o aumento da atividade biológica do solo. 

Diante disso, os sistemas sustentáveis de manejo oferecem, segundo Freitas, impactos bastante positivos para a agropecuária em geral, tais como: 

  1. Plena oferta de alimentos com preços razoáveis; 
  2. Redução de inundações e de risco à segurança alimentar; 
  3. Águas mais limpas e maior recarga de aquíferos; 
  4. Aumento da consciência ambiental por parte de agricultores e da sociedade em geral; 
  5. Consumo mais racional de óleo diesel; 
  6. Reduzir ou zerar a demanda pelo desmatamento de terras pela intensificação de uso; 
  7. Aumento da biodiversidade. 

“Diante das muitas possibilidades, o principal benefício do manejo sustentável do solo é a preservação desse recurso finito, que é o maior capital que o produtor possui”, finaliza Cherubin. 

Para saber mais sobre o assunto, confira nosso material exclusivo com dicas para manter a produtividade dos solos!

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