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Como mitigar os efeitos do estresse hídrico nas lavouras de milho?

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Como mitigar os efeitos do estresse hídrico nas lavouras de milho?
O estresse hídrico é um grande problema nas lavouras de milho. Mas um novo bioativo promete ser mais uma ferramenta eficaz para mitigar os efeitos da falta de água. Conheça essa tecnologia!

Na agricultura brasileira, um dos grandes desafios dos agricultores é ter que lidar com o estresse hídrico. A cultura do milho não foge à regra, especialmente nas fases críticas de crescimento e desenvolvimento, onde a produção pode ser reduzida se faltar água.

Para mitigar estes efeitos do estresse hídrico, os agricultores precisam adotar diversas estratégias, tais como o escape (plantar a lavoura de milho em uma época a fim de não coincidir com o período crítico) e de genética (relacionada à escolha de um híbrido que consiga passar pelo período).

Mas uma pesquisa realizada pela Embrapa Meio Ambiente e a empresa NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola promete oferecer mais uma estratégia para conviver com o estresse hídrico nas lavouras de milho. O resultado dessa pesquisa é o AURAS®!

Essa é uma tecnologia de bioativo que proporciona maior segurança no ambiente de produção do milho, reduzindo os efeitos do estresse nas plantas e possibilitando a expressão do potencial das lavouras.

Neste artigo, vamos entender quais são as consequências do estresse hídrico para as lavouras de milho e como a tecnologia do AURAS® ajuda a mitigar os efeitos associados a esse fenômeno. Confira!

Estresse hídrico nas lavouras de milho: situação que reduz o potencial produtivo

A chuva, ou melhor, a falta dela, representa um dos desafios que produtores rurais têm que enfrentar no Brasil. Isso ocorre devido à dimensão continental de nosso país, que enfrenta grande variação climática.

A falta de água, além de inviabilizar o plantio, pode resultar na redução da absorção de nutrientes culminando em plantas debilitadas, suscetíveis a pragas e doenças, e consequentemente com baixo potencial produtivo e má qualidade de grãos.

Por essas características, Lucas Carvalho e Silva, Coordenador de Educação e Capacitação Técnica da NOOA, explica que os veranicos e as altas temperaturas estão entre as principais adversidades climáticas enfrentadas pelos produtores.

“Quando ocorrem em conjunto, os veranicos e as altas temperaturas têm potencial de redução da produtividade ainda maior, merecendo total atenção”, explica.

Silva também ressalta que essas perdas podem ser ainda mais expressivas em áreas arenosas, nos ambientes de produção com perfis de solo sem correção química, com impedimento físico, e/ou em solos com baixos teores de matéria orgânica.

Além disso, de acordo com um estudo publicado na revista científica Nature em 2021, as altas temperaturas podem levar a perdas produtivas de até 40% do potencial atingível das culturas no nosso país.

Exatamente por essa razão, adotar estratégias para mitigar os efeitos do estresse hídrico é imprescindível, e o AURAS® surgiu exatamente com este propósito.

AURAS®: o que é e como surgiu?

Fruto da parceria entre a Embrapa e a NOOA, o AURAS® é uma tecnologia de bioativo originado da Caatinga que proporciona maior segurança no ambiente de produção ao reduzir os efeitos do estresse nas plantas.

Essa tecnologia foi desenvolvida a partir do isolamento de bactérias da raiz de um cacto específico, o mandacaru. Segundo Lucas Carvalho e Silva, essa bioprospecção foi realizada por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente em um trabalho que se iniciou em 2009.

“Eles observaram que o microbioma da rizosfera das plantas estudadas na caatinga continha um conjunto de microrganismos durante a estação das chuvas e outro na estação da seca”, explica.

Depois de isoladas, as bactérias do período da seca foram selecionadas de acordo com as características relacionadas à tolerância à seca.

Após essa seleção, identificou-se que a bactéria Bacillus aryabhattai CMAA 1363 foi o isolado com a maior capacidade de proteger o cacto dos períodos de estiagem.

Com os estudos realizados ao longo dos anos, observou-se que essa bactéria não coloniza apenas as cactáceas, mas sim as raízes de plantas.

Em resumo, os pesquisadores perceberam que as comunidades bacterianas sofriam alteração dependendo do regime de chuvas — se chuvoso ou seco. Isso permitiu identificar potenciais microrganismos responsáveis pela resiliência ao estresse hídrico.

Benefícios conquistados com o AURAS®

Uma vez aplicado nas lavouras, o AURAS® proporcionará:

  • Maior capacidade de desenvolvimento e crescimento do sistema radicular. “Com AURAS® a planta explora uma área de solo maior, consequentemente pode melhorar sua absorção de nutrientes e água em camadas mais profundas”, salienta Silva;
  • Permite a colonização do sistema radicular com produção de substâncias que protegem e hidratam as raízes, otimizando o uso da água pela planta;
  • Controle da perda d’água pela parte aérea (decorrente da indução de resistência sistêmica);
  • Redução do acúmulo de substâncias que provocam o envelhecimento da planta, responsáveis por reduzir o ciclo produtivo e, por consequência, o potencial produtivo.

“Assim, com mecanismos de proteção ativos no ambiente mesmo durante a seca, AURAS® possibilita que a planta passe pelo estresse perdendo menos do seu potencial produtivo”, complementa o Coordenador de Educação e Capacitação Técnica da NOOA.

Resultados associados ao uso do AURAS®

Até o surgimento do AURAS® não existia no mercado brasileiro um bioinsumo registrado com o propósito de proteção das plantas ao estresse hídrico. 

Assim, para Silva, a grande característica, disruptiva, desse isolado é a sua capacidade de estar ativo no solo mesmo durante os períodos de seca.

Segundo o Coordenador de Educação e Capacitação Técnica da NOOA o AURAS® é capaz de levar para a cultura inoculada os mecanismos de proteção biológica desenvolvidos ao longo de anos de evolução entre a associação do mandacaru e o Bacillus aryabhattai.

“Com todos os eventos de estresse que vem ocorrendo nas últimas safras, AURAS® apresenta-se com uma tecnologia sustentável e indispensável para uma maior segurança dos ambientes de produção no Brasil”, explica.

Para explicar a eficiência deste bioativo para mitigar os efeitos do estresse hídrico, confira a imagem seguinte, relacionada ao projeto realizado pela Embrapa e NOOA.

AURAS

Fonte da imagem: Guia técnico sobre o AURAS® | Créditos: NOOA

Confira também mais alguns resultados sobre a proteção AURAS® neste material elaborado pela Embrapa e pela NOOA.

Diante dos resultados, o AURAS® é mais um exemplo do rumo que a agricultura moderna vem tomando.

Assim, além de garantir uma agricultura sustentável, alicerçada no desenvolvimento de tecnologias voltadas ao equilíbrio das terras brasileiras, essa tecnologia é mais uma ferramenta que ajuda a mitigar os efeitos dos estresses.

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