O agronegócio, por muito tempo, teve uma presença masculina mais forte nas decisões estratégicas. Mas a realidade mudou. Hoje, as mulheres assumem posições de liderança, gerenciam fazendas, ocupam cargos de gestão, impulsionam a pesquisa e comandam associações e cooperativas. Segundo o IBGE, elas já representam cerca de 30% da força de trabalho no campo, e essa participação cresce a cada ano.
Essa mudança não se resume a números, mas reflete uma evolução natural do setor. Cada vez mais, mulheres no agro se conectam, compartilham experiências e fortalecem sua atuação. Eventos voltados para o público feminino têm ganhado espaço, criando oportunidades para networking e capacitação. Um exemplo disso é o ”Agrishow Pra Elas”, um espaço dentro da maior feira agrícola da América Latina que destaca o protagonismo das profissionais do setor. Como embaixadora da Agrishow, acompanho essa movimentação de perto e vejo mulheres ocupando palcos, estandes e fechando grandes negócios, algo que, há alguns anos, era menos comum.
Recentemente, participei de um evento voltado para mulheres da pecuária, um setor tradicionalmente comandado por famílias e lideranças masculinas. O que vi ali foi inspirador, pecuaristas altamente capacitadas, discutindo desafios do setor e compartilhando estratégias para inovação na gestão, tecnologia e produtividade.
Como jornalista no agro, sempre encontrei espaço para minha voz e meu trabalho. Mas sei que essa não é a realidade de todas. Muitos relatos mostram que algumas mulheres ainda enfrentam desafios para serem reconhecidas como gestoras, especialmente na sucessão familiar, onde as propriedades costumam passar para os filhos homens, mesmo quando há mulheres igualmente preparadas para assumir a administração.
Apesar disso, a presença feminina no agro é cada vez mais consolidada. Redes de apoio entre pecuaristas, agricultoras e empreendedoras têm criado novas oportunidades e impulsionado negócios. Além disso, estudos indicam que a gestão feminina traz resultados positivos, como maior eficiência administrativa, melhor uso de recursos e um olhar estratégico voltado para inovação e sustentabilidade.
Neste mês da mulher, a reflexão que fica é: como podemos acelerar essa evolução e garantir que todas as profissionais do agro tenham oportunidades para crescer e contribuir ainda mais com o setor? O caminho já está sendo trilhado, e cada passo dado fortalece um agronegócio mais inovador, competitivo e aberto a quem realmente faz a diferença.
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