É assim mesmo que deve ser escrito: Agronegócio com letra maiúscula. Nos últimos tempos, o setor tem sido alvo de constantes ataques de esquetes humorísticas e debates televisivos por causa de uma desinformação que denigre a imagem do agricultor e do pecuarista, transformando-os no estereótipo do vilão do meio ambiente. O que essas pessoas não sabem, ou fingem não saber por interesses velados, é que o setor agropecuário brasileiro possui o código florestal mais rígido do mundo. Pois é, o produtor rural não tem direito a fazer empréstimo no banco se não estiver em dia com as obrigações ambientais.

         Quer mais exemplos? O produtor rural também não pode plantar ou criar se não tiver uma Área de Preservação Permanente (APP) estabelecida por lei. Vamos em frente: mais de 63% da vegetação nativa brasileira está intacta e, desse total, mais de 20% são preservados graças aos produtores rurais. Nos Estados Unidos, nação que tem 1,3 milhão de quilômetros quadrados de território a mais que o Brasil, são preservados apenas 19,9%. Façamos as contas: a fatia de preservação ambiental promovida só pelos produtores rurais brasileiros é maior do que a parte de preservação do país norte-americano como um todo.

         Mas quem sabe disso, além do próprio setor ou aqueles que sabem e deturpam tudo? Quase ninguém mais. Existe uma lacuna na comunicação entre o Agro e a sociedade. E quando a classe produtora resolve falar é, na maioria dos casos, para se defender de alguma ação ofensiva.

         Num bate-papo informal com um produtor rural sobre como se comunicar com a sociedade, ele me disse o seguinte: “Falta uma liderança para nos instruir em relação à correta comunicação que o setor deve fazer”. Gentilmente, discordei. Chega de salvadores da pátria. Se tem alguém que pode e deve fazer uma comunicação efetiva, perene, e que chegue a todos, é o próprio agente do campo: o produtor rural e todos os profissionais ligados ao Agronegócio.

        Como? É muito simples: deixando o coração falar sobre as coisas boas feitas no campo e dividir isso de forma massiva nas redes sociais. Madre Teresa de Calcutá não lutava contra a guerra, mas a favor da paz. O nosso maior erro é que gastamos energia demais lutando contra o que não gostamos, em vez de a favor do que acreditamos. Assim, você que é produtor rural, engenheiro agrônomo, veterinário, zootecnista, técnico agrícola, vendedor de máquinas, implementos e insumos, enfim, você que é do Agro, e tem tanto amor pelo setor, deixe a boca falar o que o seu coração sente sobre as coisas boas do campo e multiplique a sua comunicação positiva mostrando a verdadeira face do Agronegócio.

Confira no nosso material exclusivo e gratuito quais as inovações que vão mudar o agro!

 

Lilian Dias é palestrante e jornalista especializada em agronegócio, possui MBA Executivo pela ESPM, com foco em gestão de negócios e liderança estratégica de pessoas, e é autora do e-book “Os Pilares do Agronegócio”. Workshops pelo link: https://www.liliandias.com.br/treinamentos . Instagram: @liliandias.agro – E-mail: [email protected]

Os colunistas do Agrishow Digital são livres pra expressarem suas opiniões e estas não necessariamente refletem o pensamento do canal.