Agricultores familiares produzem uma parcela significativa dos alimentos que chegam à mesa: 40% do valor bruto da produção agropecuária de acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Diante dessa relevância, transição para agroindústria é apontada como salto importante para um modelo que deixa para trás a falta de processos e passa a ser organizado por etapas como beneficiamento, armazenagem, processamento e comercialização da produção agropecuária. Quem entende do assunto, ensina os passos para que os pequenos produtores rurais consigam realizar o sonho da agroindústria familiar.

Quem pretende trabalhar com empreendimentos agroindustriais alimentares deve conhecer as legislações trabalhistas, fiscal, ambiental e sanitária desse segmento. Confira esses passos:

  1. De acordo com o Sebrae o empresário deve entender que processar a produção requer estudo de mercado, estruturas físicas necessárias, legislação vigente, sazonalidade e quantidade de matéria-prima para operar a agroindústria;
  2. Pesquise e converse com órgãos reguladores e fiscalizadores. Iniciar as buscas com a Secretaria Municipal de Agricultura por eventuais informes e estudos ajudam no estudo de cenário. Além disso, procure pela Secretaria Estadual de Agricultura;
  3. É condição vital conhecer o produto que se quer processar, identificar a logística ao seu redor, a oferta da matéria-prima e a qualidade desta e os requisitos que envolvem, por exemplo, o escoamento da produção;
  4. O volume de matéria-prima necessária para a agroindústria, pode ser ampliado caso o produtor trabalhe com uma cooperativa ou com produtores associados que sustentem o fornecimento durante todo o ano, sem sazonalidade de ofertas das matérias-primas. O campo de visão deve ser amplificado e a análise de mercado é necessária, assim, a atividade não se restringe apenas a produzir o produto;
  5. Tenha atenção nas boas práticas de fabricação, que possam ser ameaças de prováveis contaminações dos produtos fabricados. Preste atenção a escolha do local para instalação da agroindústria, seu projeto sanitário, a escolha dos equipamentos, a qualificação dos manipuladores e a procedência da matéria-prima;
  6. Cuidado com a localização da sua propriedade. Na escolha de uma área para implantar a agroindústria devemos pensar nos riscos de contaminação que podem resultar de uma simples proximidade de uma estrada, ou mesmo de uma via expressa que poderão estar carreando, de acordo com os ventos dominantes, poeira ou fuligens para dentro do estabelecimento;
  7. Evite locais propícios aos criatórios de pragas, depósito de lixo ou resíduos. Os acessos das agroindústrias devem ser próprios a elas e as saídas planejadas de modo a facilitar a remoção de lixo e resíduos. É necessário cuidado com pouca ventilação interna de dentro para fora pode aumentar custos e proporcionar o acúmulo de gases, fumaças, vapores de condensação e desconforto térmico. Além disso, a disposição solar deve favorecer a iluminação do ambiente e permear seus espaços de produção.
  8. Cuidado com a proximidade de rios e lagoas observadas devido a regulamentações ambientais, que podem vir a impedir o funcionamento do estabelecimento. Atenção com a possibilidade de enchentes e poluição das superfícies terrestre e dos mananciais de água, pois a existência destas possibilidades pode vir a propiciar a contaminação dos alimentos que possam estar sendo processados;
  9. Resolvido o “endereço” da agroindústria é hora de apresentar os documentos exigidos e a planta da edificação para as instâncias responsáveis pelo registro da agroindústria.