Para se manter competitivo, o agronegócio brasileiro vai precisar de profissionais mais qualificados e devidamente preparados para a alta competitividade e tecnologia que precisarão conviver. Assim, preparar os profissionais do futuro e, principalmente, preparar os profissionais do campo, será requisito primordial para o sucesso de qualquer atividade relacionada ao campo.
Mas como preparar e capacitar esses profissionais do campo?
Habilidades dos profissionais do campo no futuro
O mundo está mudando muito rapidamente, assim como mudam as atividades e tecnologias ligadas ao campo. Para o professor sênior da ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Pauloa) e presidente do Pecege (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas), Pedro Valentim Marques, o que mudarão também serão as habilidades que permitem a sobrevivência neste mundo empresarial que será extremamente competitivo.
Em razão dessa mudança, mais do que nunca, o profissional deverá adquirir e priorizar habilidades específicas sugeridas pelo presidente do Pecege:
- Os profissionais do campo devem ter a capacidade de gerenciar equipes e resolver conflitos;
- Devem ter capacidade de argumentação oral e escrita, além de serem capazes de apresentar suas ideias de forma clara e concisa;
- O espírito de liderança e de iniciativa será fundamental para o profissional do futuro, uma vez que cada um vai precisar construir seu espaço, mesmo diante da alta tecnologia;
Por fim, os novos profissionais do campo deve ser capaz de planejar, executar, cobrar e acompanhar projetos ligados à sua atividade.
Principais áreas de interesse para o futuro dos profissionais do campo
Em razão do que é apresentado para o futuro do profissional do campo, algumas áreas que antes eram colocadas como menos essenciais, se tornarão cada vez mais importantes.
Por isso, se o profissional do campo quiser ter reconhecimento, deverá construir sua carreira em áreas específicas ligadas ao agronegócio, como sugere Marques:
“Cursos ligados aos Agronegócios, Gestão de Negócios e Projetos, Finanças, Marketing e até tecnologia devem estar presentes no radar do profissional do futuro”.
Além do mais, para o professor da Esalq/USP, o profissional do futuro deve conhecer muito bem sobre as ferramentas para gestão de equipes e de projetos. “Essas habilidades irão permitir acompanhar e cobrar resultados de sua equipe”, garante.
Cursos necessários para os futuros profissionais do campo
Cursos historicamente ligados ao ambiente rural ainda serão os grandes formadores de profissionais do futuro. Assim, Agronomia, Zootecnia, Medicina Veterinária e técnico em Agropecuária são exemplos de cursos que ainda serão os maiores formadores dos profissionais do campo no futuro próximo.
Porém, tratando-se da graduação, Marques acredita também em cursos que ao lado de uma boa formação técnica de produção também fornecerão conhecimentos de economia e gestão do negócio. O professor recomenda para o profissional do campo iniciar-se pela formação técnica de produção (agronomia, zootecnia, por exemplo), mas ele sugere um algo a mais.
“Mesmo estando na graduação tradicional, o profissional do futuro já deve começar a buscar conhecimento posterior numa pós-graduação (MBA ou mesmo curso Stricto Sensu), aumentando seus conhecimentos específicos”.
Mas afinal, como preparar os profissionais do futuro?
O agronegócio é uma atividade que está em constante modernização, assim como o conhecimento ligado ao campo que é bastante dinâmico. Assim Marques opina que não é mais suficiente ensinar os alunos da área sobre questões atuais, “devemos ensiná-los também a procurar as atualizações do conhecimento”.
Assim, temas como Internet das Coisas (IoT), Transgenia e Big Data (que hoje ainda estão se popularizando), serão lugar comum no agronegócio nos próximos anos. Tudo indica que conhecer mais sobre essas tecnologias será uma necessidade dos profissionais do futuro, e não mais um diferencial.
Marques sugere também que os Profissionais do campo deve ter uma base sólida de conhecimento, em que se inclui capacidade de comunicação em inglês e espanhol. “Isso irá permitir que tais profissionais possam interagir com o mundo profissional e acadêmico da área, podendo acompanhar as constantes mudanças”.