Luís Carlos Hernani
Alba Leonor Martins
Pesquisadores da Embrapa Solos
Original de regiões temperadas e introduzido no Brasil na década de 1970, o Plantio Direto (PD) constitui uma tecnologia caracterizada pela manutenção da palha sobre a superfície do solo e mobilização de solo restrita à linha de semeadura e está inserido nos preceitos da Agricultura Conservacionista.
Entretanto, o PD apresentou algumas limitações especialmente por não envolver necessariamente a diversificação de culturas o que induzia a não manutenção de adequada estrutura do solo e às elevadas taxas de decomposição dos restos culturais, ocorrência comum nas condições de solo e clima das regiões tropicais e subtropicais. Por isso, o PD precisou ser submetido a uma forte adaptação que culminou com o Sistema Plantio Direto (SPD).
Plantio Direto, porém, é diferente de Sistema Plantio Direto.
O SPD é adaptado às regiões tropicais e subtropicais, e que além da ausência de preparo de solo para o plantio e manutenção de resíduos culturais sobre a superfície do solo, enfatiza o uso das plantas vivas e diversificação de espécies, via rotação e/ou consorciação de culturas, incorporando o processo colher-semear, que representa a minimização ou supressão do intervalo de tempo entre colheita e semeadura, prática relevante para elevar o número de safras por ano agrícola e construir e/ou manter o solo fértil.
Adotar esse sistema requer, portanto, a geração contínua de fitomassa em quantidade, qualidade e frequência compatível com a demanda de solo e clima, e com isso mantém a cobertura permanente do solo. Para isso, é fundamental o não revolvimento ou preparo de solo.