Médios e grandes produtores rurais podem economizar com a compra de energia livre, uma vez que esse mercado é viável para empresas que têm demanda igual ou maior que 500 kW, de acordo com a Tradener, empresa de comercialização de energia elétrica. Existem duas esferas principais nas relações de compra e venda de energia no atual modelo brasileiro, conforme explica a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o ACR (Ambiente de Contratação Regulada) e o ACL (Ambiente de Contratação Livre).

Contratos no ambiente regulado têm regulação específica para itens como preço da energia e vigência de suprimento, não passíveis de alterações bilaterais pelos agentes, como explica a CCEE. Já no mercado livre, geradores, comercializadores, importadores e exportadores de energia e consumidores livres e especiais têm liberdade para negociar e estabelecer em contratos os volumes de compra e venda de energia e seus respectivos preços. Todos os contratos, tanto os celebrados no ambiente livre quanto no regulado, são registrados na CCEE. A seguir, Walfrido Avila, presidente da Tradener, explica os pontos principais que os interessados nessa modalidade precisam conhecer.

Economia

Consumir energia livre significa não comprar da modalidade convencional, que representa a maior parte da energia disponível no País, afirma. “O mínimo que se economiza com energia livre é em torno de 10%. Conforme a bandeira em que se opera, amarela ou vermelha, esse desconto pode chegar a 40%. Em uma média de 5 anos, essa economia pode variar entre 15% e 18%. Essas comparações são em relação à energia convencional.”

Modalidades ou fontes de energia livre mais usadas no agronegócio

A modalidade é definida pelo tamanho. Uma grande cooperativa pode usar energia convencional no sistema livre e consegue bons descontos, embora não tenha “desconto no fio” como o consumo é maior. “Pequenos produtores não podem comprar energia convencional, eles têm que comprar energia efetivada, ou de PCH (Pequena Central Hidrelétrica), eólica (em menor escala ainda no Brasil), solar (também incipiente no país) ou proveniente de biomassa. Isso porque a energia livre é mais barata do que a incentivada, e todas as modalidades são mais baratas do que a regulada.”

Atenção aos contratos

Avila alerta para o perigo de que hoje existem muitos atravessadores no mercado de energia e muitos consumidores estão sendo enganados. “Quem quer entrar no mercado livre precisa se aconselhar com grandes empresas, já estabelecidas, com histórico de fornecimento e de contratos”, avisa. “Principalmente em um momento de crise, às vezes nem ao menos existe energia disponível para o fornecimento que está sendo prometido”, observa o especialista.