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As melhores estratégias de controle de nematoides em lavouras

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Nematoides são os maiores inimigos das lavouras, trazendo bilhões de reais em prejuízos. Isso exige monitoramento e estratégias de manejo adequadas. Veja as dicas para fazer o controle de nematoides da forma correta!

Nematoides em lavouras: você já ouviu falar? Eles são considerados os maiores inimigos das lavouras, sendo reconhecidos como uma das maiores ameaças à agricultura de forma geral.

Estes inimigos invisíveis das lavouras têm o potencial de atacar todas as culturas e quase todas as partes da planta, incluindo raízes, caules, folhas, frutos e sementes.

Exatamente por isso, convidamos Bruno Francischelli, coordenador de marketing da DVA Agro no Brasil, e Jorge Mendonça, diretor comercial da Harvest Agro, para falar sobre os nematoides e as melhores estratégias de manejo destes grandes inimigos das lavouras.

O que são os nematoides?

Nematoides são caracterizados como vermes que possuem o corpo cilíndrico, alongado e com extremidades afiladas. Já algumas fêmeas, em certas fases da vida, podem ter o corpo com formato globoso, de pera, limão ou rim.

Eles são seres vivos que vivem na rizosfera, ou seja, na região de contato entre o solo e as raízes da planta. Possuem também um tamanho bastante variado, entre 0,3 a três milímetros de comprimento.

Assim, Francischelli explica que se engana quem pensa que os nematoides são fungos, insetos ou bactérias. “Os nematoides não são fungos, nem bactérias e também não são insetos. São vermes parasitas com potencial de danos também variáveis; está aí um dos motivos do controle dessa praga ser um dos problemas mais complexos na agricultura”, complementa.

E essa preocupação tem fundamento, pois, segundo informações da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), os nematoides causam prejuízos de R$35 bilhões ao ano para o agronegócio brasileiro.

Essas perdas comprometem a segurança alimentar, exigindo um controle mais efetivo do nematoide, promovendo aumento na oferta de alimentos em escala vertical, sem a necessidade de aumentar área plantada, preservando as reservas florestais.

Quais são os principais tipos de nematoides?

Entre os principais nematoides que habitam lavouras, Mendonça cita como principais:

  • Nematoide de Cisto (Heterodera glycines);
  • Nematoides de Galha (Meloidogyne incognitaMeloidogyne javanica);
  • Nematoides das Lesões Radiculares (Pratylenchus brachyurusPratylenchus zeae);
  • Nematoide Reniforme (Rotylenchulus reniformis).

Veja, no infográfico abaixo, as culturas afetadas pelos principais tipos de nematoides:

O que os nematoides causam às lavouras?

Os nematoides causam danos ao sistema radicular das plantas, deformando-o. Como resultado, a planta terá menor absorção de água e nutrientes e, consequentemente, menor produtividade.

“Os nematoides possuem um estilete bucal que, além de retirar substâncias nutritivas das plantas, injetam substâncias tóxicas no interior da célula. E assim podem geral uma abertura para entrada de outros problemas como fungos e bactérias danosos ao sistema radicular”, explica Francischelli.

Como fazer o controle de nematoides nas lavouras?

Pelos intensos prejuízos que podem causar às lavouras, o correto controle de nematoides é uma necessidade recorrente. Porém, para Francischelli, mais importante do que o controle é o manejo.

“Não podemos falar em controle, necessariamente precisamos falar em manejo. Somente uma solução de controle não irá proporcionar resultados sustentáveis para o agricultor”, recomenda.

Essa opinião é complementada por Mendonça: “Na atualidade o manejo de nematoides compõe um cenário desafiador para a agricultura brasileira, especialmente no bioma cerrado, onde condições de clima e solo são favoráveis ao seu desenvolvimento e proliferação destes microrganismos”.

Ferramentas de manejo de nematoides

Tanto o coordenador de marketing da DVA Agro quanto o diretor comercial da Harvest Agro sugerem como melhores ferramentas de manejo:

  • Realizar análises de monitoramento, conhecendo as espécies e níveis populacionais da sua propriedade;
  • Escolher as variedades e cultivares menos propícios para o desenvolvimento destes microrganismos;
  • Promover a rotação de culturas com plantas não hospedeiras de nematoides com a finalidade de reduzir a população destes microrganismos do solo;
  • Uso de plantas antagonistas capazes de impedir o desenvolvimento de nematoides por meio de inibição de seu crescimento, devido à liberação de substâncias tóxicas aos nematoides. "Crotalárias, cravo-de-defunto e mucunas são exemplos de plantas antagonistas que são utilizadas com sucesso no controle de nematoides", recomenda Mendonça; e
  • Adequada nutrição mineral de plantas, pois plantas bem nutridas são mais resistentes a stress, como os causados pelo ataque de nematoides.

E os nematicidas?

No caso do uso de nematicidas, Francischelli explica que existe, na agricultura atual, uma mudança do que conhecíamos até então. “Somente o uso de nematicidas químicos não atende as nossas necessidades”, ele salienta.

Por isso, o engenheiro agrônomo recomenda o uso de nematicidas biológicos e extratos de plantas nesse manejo. “Hoje já temos excelentes ferramentas de controle biológico de nematoide, inclusive alguns extratos botânicos vêm ganhando maior relevância no mercado”.

Assim, quando falamos de nematicidas biológicos, a recomendação é se utilizar de consórcios de fungos e bactérias de espécies e cepas diferentes, pois são organismos vivos e cada ambiente é diferente do outro, podendo assim recuperar essa microbiota do solo e gerar melhores resultados para o agricultor.

O controle biológico tem, como premissa, exercer ação restritiva ao desenvolvimento de pragas/doenças agrícolas com o uso de organismos vivos, como vírus, fungos, bactérias e insetos benéficos (predadores/parasitoides).

“A utilização dessa estratégia não só permitirá melhor manejo de nematoides, mas de outros efeitos como melhorar o enraizamento, melhorar a absorção de nutrientes, entre outros”, complementa Francischelli.

Dessa forma, não podemos mais olhar para o controle de nematoides com ferramentas isoladas, e sim com um manejo sustentável que traga benefícios para toda a agricultura.

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