No início desta semana, entre os dias 06 e 07 de julho, a cidade do Rio de Janeiro recebeu a 17ª Cúpula dos Chefes de Estado do Brics. Um dos destaques foi o agronegócio brasileiro como um dos motores de transformação da economia global.
Os países do Brics representam 48,5% da população mundial, 36% do território do planeta, 40% do PIB global e 21,6% do comércio internacional. Membros do Brics ainda respondem por uma grande parcela da produção agrícola global, são cerca de 52% da produção mundial de arroz, 46% da produção de soja e 42% da produção de trigo.
No último ano, o agro brasileiro foi responsável pela exportação de US$165 bilhões em produtos agrícolas, o que posiciona o país como um dos líderes no setor.
Confira a seguir destaques e novidades anunciados para o agro durante a reunião dos Brics.
Potencial do agronegócio brasileiro e oportunidades de mercado
O encontro contou também com a presença do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que destacou o protagonismo brasileiro no “diálogo e construção de pontes” entre países.
O Ministro ainda destacou oportunidades para a agropecuária brasileira com as exigências do mercado para boas práticas e produções sustentáveis.
“O mundo está cada vez mais atento à procedência dos alimentos e é natural que seja assim. O consumidor não aceita mais produtos de origem ambiental questionável, envolvendo desmatamento, queimadas ilegais ou degradação. Também não aceita produtos sem boas práticas sanitárias”, explicou em nota oficial do Ministério da Agricultura.
Outro ponto de destaque para Fávaro foram as novas aberturas de mercado e comemorou a exportação do pirmeiro lote de carne bovina brasileira ao Vietnã, que aconteceu no último sábado (05).
O Ministro também aproveitou o momento para falar sobre a robustez do sistema sanitário brasileiro, principalmente na eficiência e rápido enfrentamento aos casos de gripe aviária neste ano, e, comentou o processo em curso para a recuperação de mercados.
“Hoje, apenas nove países ainda mantêm restrições à carne de frango brasileira. Desses, três não têm relação comercial relevante conosco. Então, são apenas seis países em que precisamos focar para retomar as vendas. Tive a oportunidade de tratar do assunto durante a bilateral entre o presidente Lula e o primeiro-ministro da China. Ele disse que já estava ciente do caso e que os protocolos estão sendo revistos rapidamente para retomar as compras”, relatou.
Brasil e China fecham parceria para criação de Laboratório de Inteligência Artificial no agro
Ainda durante o Brics, Brasil e China anunciaram um acordo comercial para ampliar o uso de Inteligência Artificial na agricultura, uma parceria história entre os países.
As discussões para o acordo tiveram início no último mês, em Brasília, quando Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, reuniu-se com Lin Xin, vice-ministro da Ciência e Tecnologia e secretário de Desenvolvimento Tecnológico da China.
Como uma das primeiras ações do acordo, os países devem criar um Laboratório de IA, que terá foco na agricultura familiar em regiões semiáridas, que abriga aproximadamente 22 milhões de pessoas e cobre cerca de 11% de todo território nacional.
Neste momento do projeto, o grande objetivo é integrar IA às máquinas comuns, em fazendas de pequenos produtores, para aprimorar o monitoramento ambiental e a qualidade dos solos.
O Laboratório de IA será desenvolvido através da parceria de institutos reconhecidos: do lado do Brasil, o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), já do lado da China, a Universidade Agrícola da China.
Fonte: Exame