O setor sucroenergético brasileiro enfrenta desafios constantes para manter sua competitividade global. Entre os fatores críticos para o sucesso das lavouras, a qualidade das mudas de cana-de-açúcar se destaca como elemento central para garantir produtividade dos canaviais. Neste cenário, a InPlant apresentou no Agrishow Labs 2025 uma abordagem inovadora que está transformando a cadeia produtiva do setor.

Biotecnologia a serviço do campo

Nascida da expertise acadêmica da ESALQ/USP, a InPlant desenvolveu um sistema completo de produção de mudas de cana-de-açúcar que integra biotecnologia avançada e rastreabilidade digital. A empresa, formada por uma equipe multidisciplinar de agrônomos e especialistas em produção vegetal, conquistou reconhecimento internacional ao ser premiada pela NASA no desafio Deep Space Food Challenge, evidenciando o potencial de suas tecnologias.

“Nossa missão é garantir que o produtor tenha acesso a mudas com alto padrão genético e fitossanitário, eliminando as incertezas que tradicionalmente afetam o início do ciclo produtivo da cana”, explicou a equipe da InPlant durante sua apresentação no Agrishow Labs.

Cadeia produtiva verticalizada e eficiente

O diferencial está na verticalização completa do processo produtivo. A empresa atua desde o planejamento varietal, passando pela clonagem em laboratório, multiplicação e rustificação das mudas. Com laboratório próprio capaz de produzir até 960 mil mudas in vitro anualmente, a empresa garante controle total sobre cada etapa do processo.

O sistema desenvolvido pela InPlant resolve problemas críticos do setor:

  • Eliminação de perdas por mudas de baixa qualidade
  • Rastreabilidade completa do material genético
  • Redução significativa de custos logísticos
  • Maior taxa de pegamento no campo

Tecnologia blockchain aplicada ao agro

Uma das inovações mais destacadas da empresa é a aplicação de blockchain para rastreabilidade das mudas. Cada lote produzido recebe um token digital, permitindo que o cliente acompanhe em tempo real todo o processo produtivo.

“A tokenização das mudas traz um novo patamar de transparência para o setor. O produtor consegue verificar a origem, as condições de produção e todo o histórico do material que está adquirindo, garantindo a procedência e qualidade”, destacou a empresa durante o evento.

Processo produtivo rigoroso

O sistema da InPlant segue um cronograma preciso que garante a qualidade das mudas:

  1. Introdução (30 dias): seleção e preparação do material genético
  2. Multiplicação (15 dias): reprodução controlada em laboratório
  3. Biorreator (90 dias): desenvolvimento em ambiente controlado
  4. Aclimatização (75 dias): preparação gradual para condições de campo

Este processo rigoroso resulta em mudas com alto vigor, livres de patógenos e com características genéticas preservadas, prontas para maximizar o potencial produtivo no campo.

Impacto para o produtor

Para os produtores de cana-de-açúcar, esta tecnologia representa uma mudança de paradigma. O modelo in-house de multiplicação de mudas, combinado com o treinamento das equipes do cliente, permite redução significativa de perdas durante o plantio e otimização dos recursos.

A empresa, que conta com credenciamento junto à RIDESA para trabalhar com as variedades RB, oferece uma solução que impacta diretamente na rentabilidade das operações agrícolas, garantindo maior uniformidade dos canaviais e, consequentemente, melhor desempenho produtivo ao longo dos cortes.

O case apresentado no Agrishow Labs 2025 demonstra como a integração entre biotecnologia, rastreabilidade digital e processos produtivos eficientes pode transformar um dos elos mais críticos da cadeia sucroenergética, estabelecendo novos padrões de qualidade para o setor.