“A nosso ver, não há uma perspectiva de substituição completa do agroquímico pelos biológicos. Vemos mais uma tendência de se caminhar para o conceito conhecido como Manejo Integrado de Pragas (MIP)”, explica engenheira agronômica e consultora executiva da ABCBio (Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico), Amália Piazentim Borsari.
O MIP é um sistema que combina práticas culturais e químicas para que exista uma convivência mais harmônica na lavoura, com a regulação de populações de organismos vivos por meio de seus inimigos naturais.
Neste sentido, Amália acredita que os defensivos biológicos chegaram para compor um pacote de ferramentas de manejo que resultem em soluções para problemas fitossanitários, no qual os químicos também estão inseridos.
“A grande vantagem é que os biodefensivos se somam as outras práticas de manejo, favorecendo assim o controle e equilíbrio do ambiente”, diz.
Com isso, haverá um manejo equilibrado no combate às pragas e doenças, com um consequente aumento da produtividade agrícola, levando à mesa dos consumidores brasileiros produtos livres dos resíduos químicos.
Para pragas não há fronteiras
O Brasil é um país predominantemente tropical, que representa um ambiente propício para proliferação de uma infinidade de pragas e doenças.
Assim, as pragas e doenças que podem atacar as lavouras são absolutamente livres de qualquer fronteira. Ou seja, elas não identificam e nem respeitam cercas ou sistemas produtivos modernos e sofisticados, caso da integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que vem se popularizando no país.
Dessa forma Amália Borsari indica que a melhor forma de proceder é, inicialmente, fazendo uma detalhada análise da situação.
“Com uma boa análise alinhada ao monitoramento de pragas, é possível identificar qual o tipo de praga está atacando sua plantação, avaliar o nível de infestação, o nível de dano econômico para posteriormente entrar com ferramentas de controle”, explica.
Amália diz ainda que, tanto a avaliação quanto o monitoramento de pragas precisam de decisões técnicas, devendo a recomendação ser realizada sempre por um engenheiro agrônomo.
Por fim, ela ressalta que há na atualidade, vários produtos de origem biológica registrados para pragas alvo que podem ser utilizados independente da cultura. A relação destes produtos está disponível no sistema Agrofit do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).