Sementes de feijão, milho e amendoim desenvolvidos pelo Instituto Agronômico (IAC) estão alinhadas ao agronegócio do futuro e têm oferecido novas soluções para produtores que perdiam plantios por falta d’água, pragas ou que precisam ser rápidos por cultivarem dois tipos diferentes de plantações. Batizado de IAC Sintonia, o cultivar de feijão, por exemplo, é resistente ao patógeno da antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) e à muscha de fusarium (Fusarium oxysporum).

Em números, o novo cultivar de feijão apresenta produtividade média de 3.941 quilos por hectare na época de semeadura de inverno, 3.553, na época de semeadura das águas e 2.131 quilos na época da semeadura da seca. De acordo com o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato, o potencial produtivo médio observado em lavoura em 2014, em Campinas, (São Paulo) foi de 4.740 quilos por hectare, com colheita manual em área de um hectare.

Para que esse novo cultivar de feijão dê bons resultados, recomenda-se adubação nitrogenada, a qual ele reage bem. Recomenda-se adotar a doses ao redor de 100 quilos por hectare de nitrogênio. Ele também responde bem ao manganês, com doses variando ao redor de 300 quilos por hectares.

O IAC Sintonia tem ciclo semi-precoce de aproximadamente 85 dias da emergência à colheita, conforme as condições de cultivo impostas. Esse ciclo representa uma redução de 15 dias comparado ao ciclo normal da cultura. A semi-precocidade colabora na redução de perdas do feijoeiro em decorrência do estresse hídrico, nas regiões com baixo índice pluviométrico que podia fazer com que produtores perdessem até 74 quilos de feijão por hectare.

Outra semente tolerante ao calor e a à seca, com plantio recomendado para regiões baixas e durante o verão, é o IAC 8077, híbrido de milho. Direcionado para propriedades com baixa e média tecnologia, tem potencial produtivo de nove a dez toneladas por hectares de grãos. “Ele tem baixo custo de implantação da lavoura, 20 quilos de sementes soa suficientes para o plantio de um hectare”, afirma o também pesquisador do IAC, Eduardo Sawazaki.

Amendoim

São quatro os cultivares desenvolvidos pelo Instituto Agronômico: o IAC OL3, IAC OL 4, IAC 505 e IAC 503, todos com características alto oleico, variando de 70 a 80%, índice considerado alto se comparado aos 40 e 50% dos amendoins normais. Segundo o pesquisador do IAC Ignácio Jorge Jordão, essa propriedade permite que os grãos sejam armazenados por mais tempo sem que percam o sabor. Tanto o IAC OL3 quanto o IAC OL 4 são recomendados para produtores que precisam de ciclos mais curtos, em que a semente é plantada em intervalos do cultivo da cana de açúcar.