O Brasil é um dos países com maior potencial produtivo do mundo, considerando a área plantada e a fronteira agrícola. Entretanto, ainda perdemos muito em produtividade devido a diversas variáveis.

Em média, de toda essa perda produtiva, 40% é devido à má gestão e à falta de mais informações sobre sua produção, já que historicamente, a agricultura brasileira é baseada na experiência e na intuição, usando, por muitas vezes, pouquíssima informação de qualidade.

Aos poucos, isso está se revertendo e hoje os agricultores estão buscando inovações por meio de tecnologias e ferramentas que visem tornam suas lavouras mais produtivas, eficientes, avançadas e mais lucrativas.

Para ilustrar esse avanço tecnológico, as startups Agroasmart, InCeres, Horus, Spec lab e Aegro irão apresentar na Agrishow um sistema que combina diversas tecnologias ilustrando muito bem o conceito de “Fazendas Inteligentes”, afinal, o futuro já chegou ao campo.

Entrevistamos Pedro Martins Dusso, diretor executivo da Aegro, que nos disse como integrar tecnologias e sistemas para o avanço do setor agrícola brasileiro. Acompanhe!

As tecnologias estarão totalmente integradas aos sistemas no agronegócio

Caso fossemos dar uma expressão em destaque dessa nova agricultura, certamente seria “Agricultura Digital”. Segundo o diretor da Aegro, esse termo engloba uma grande variedade de técnicas, ferramentas e equipamentos. “A agricultura digital promete ser o foco da evolução dos próximos anos e tem potencial para ser a próxima grande revolução no campo, atraindo investimento dos gigantes do agronegócio”.

Nessa nova tendência mundial, Dusso diz que as tecnologias que irão integrar esses sistemas vão desde satélites tradicionais e de baixa órbita, do tamanho de caixas de sapato, passando por drones e VANTs, tanto para mapeamento aéreo quanto para pulverização de precisão, além de aviões comerciais também equipados com câmeras, aproveitando as tradicionais rotas para obter imagens diárias das áreas agrícolas.

Descendo mais um pouco, soluções de conectividade, como redes mesh e redes de sensores de longo alcance finalmente permitirão troca de dados no campo em tempo real, solucionando o problema da falta de cobertura de sinal 3G no campo.

Máquinas agrícolas + sistemas: integração perfeita para o agronegócio

A tecnologia também estará totalmente integrada aos maquinários agrícolas. “Hoje as máquinas já são centrais tecnológicas e ficarão ainda mais conectadas, passando a reportar informações em tempo real”, garante Pedro. A grande inovação dessa área serão as máquinas sem piloto (conhecidas como autônomas), totalmente guiadas por GPS, que poderão trabalhar 24 horas por dia.

O diretor da Aegro cita que com o advento dos sensores, será possível criar tecnologias como irrigação de precisão, “os pivôs só serão ligados no momento certo e com a quantidade certa de água, garantindo também um manejo pecuário muito mais preciso”.

Sistemas de gestão: essenciais para o agronegócio do futuro

Em poucos anos, com o advento da maior tecnologia, a produção agrícola irá gerar uma infinidade de dados, todos em tempo real. Assim, um sistema de gestão informatizada será essencial, pois ele será capaz de ler todas as informações, filtrar o que for mais relevante, e mostrar de forma clara para o administrador aquilo que lhe interessa. “Qualquer tomada de decisão será feita em tempo real com um grau de precisão nunca antes visto”, garante o diretor da Aegro.

Dusso complementa: “sistemas de gestão, como o Aegro, hoje já facilitam a vida do produtor, organizando os dados de cultivo para uma tomada de decisão mais rápida e precisa”. A tendência é que no futuro não tão distante, esses sistemas sejam imprescindíveis.

Mas afinal, qual será o foco central dos sistemas?

Para Dusso, esse conjunto de sistemas utilizará a tecnologia da informação (TI) além de dados analíticos obtidos pelos sensores, imagens de satélite e aéreas, dentre muitas outras. A função desses sistemas será o desenvolvimento de algoritmos que permitam oferecer recomendações elaboradas, específicas e precisas aos produtores.

No entanto, sabe-se que a tecnologia de informação é uma área bastante específica e “difícil para leigos”, desse modo, o foco será também a criação de sistemas que sejam de fácil manuseio e utilização, facilitando sempre o dia a dia do administrador rural.

Em pouco tempo esses sistemas serão aplicáveis para todos os produtores

Tais sistemas de gestão para o agronegócio são relativamente novos, mas já são acessíveis para todos. Porém, devem-se ponderar várias coisas antes de escolher o melhor sistema e não priorizar só o custo de aquisição, “esses sistemas, muitas vezes vão além do custo de aquisição, contemplando também treinamentos, manutenção, etc”, garante Dusso.

Contudo, ferramentas como a Aegro buscam democratizar o acesso à tecnologia no campo, levando o que existe de mais moderno e robusto em termos de gestão a preços extremamente acessíveis, “hoje, o valor investido no sistema representa 0,1% do custo de uma safra de soja, por exemplo” explica o diretor executivo da startup.

O avanço foi grande, mas a profunda integração, de forma que todos os dados fiquem à disposição dos produtores ainda está por vir. “Isso deve acontecer nos próximos dois ou três anos”, especula.

Iniciativas de plataforma gerencial para o meio agro, como a Aegro, visam acelerar esse processo, colocando a disposição do produtor todos os dados que ele necessita para o bom andamento da sua atividade”. A fazenda inteligente já é uma realidade!

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