Dados do IBGE (2017) indicam que 77% dos estabelecimentos rurais no Brasil são classificados como de agricultura familiar, constituída quase que totalmente por pequenos produtores.
Diante destes números, a agricultura familiar configura-se como a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para o consumo da população brasileira.
No entanto, muitos são os obstáculos enfrentados pelo pequeno produtor, principalmente no processo de negociação e comercialização de seus produtos.
Esse processo geralmente tem intermediários que realizam a negociação de venda para grandes mercados, onerando parte do lucro do produtor.
Mas já há iniciativas capazes de reduzir esses obstáculos a ponto de tornar as negociações e comercialização mais fáceis e menos onerosas para o pequeno agricultor.
Um exemplo são as ações realizadas pelo supermercado Justo, que permitem auxiliar o pequeno produtor a comercializar e negociar sua produção com as redes de varejo.
Neste artigo, vamos entender os benefícios desse tipo de iniciativa para o trabalho dos pequenos produtores. Confira a seguir!
Tecnologia: aliada do pequeno produtor na negociação de sua produção
Como já apresentamos anteriormente, uma das grandes dificuldades dos pequenos produtores está relacionada à negociação com o varejo. Mas o avanço das tecnologias e as ideias inovadoras dentro do setor estão ajudando a mudar este cenário.
O Justo, por exemplo, busca constantemente facilitar essa negociação. Um exemplo é o processo via “Muda Meu Mundo”, idealizado pelo supermercado e que está facilitando a vida do pequeno produtor.
No marketplace da empresa há uma plataforma que conecta os produtores diretamente com o supermercado. “A negociação comercial é feita pela plataforma e sem intermédio, o que possibilita uma maior economia ao produtor e também ao consumidor”, indica André Braga, VP de expansão no Brasil do supermercado Justo.
Para isso, a empresa usa tecnologia que tem a capacidade de gerenciar a demanda por produtos atrelada à necessidade do cliente em comprar. Dessa maneira, o produto fica menos tempo na “prateleira”, diminuindo o desperdício.
“Com menos desperdício, temos muito mais aproveitamento do que compramos direto do campo, ou seja, não precisamos colocar no preço do produto as perdas que hoje acontecem no processo atual do mercado”, explica Braga.
Desta forma, as duas pontas da negociação se beneficiam: o supermercado e seu consumidor, com produtos mais frescos, e o produtor, que terá uma negociação muito mais justa.
A alimentação tem a ver com escolhas
Permitir que as pessoas saibam de onde vêm os alimentos que elas consomem e que os produtores recebam um valor justo pela sua produção: esse é o grande desejo do Justo para ser “ponte” entre o pequeno produtor e o consumidor final, priorizando a qualidade dos produtos.
Inicialmente, a empresa dá ao consumidor a possibilidade de saber a origem dos ingredientes, sendo essa uma forma de conscientizar a população acerca da importância que o trabalho feito no campo tem.
Já para o produtor rural, os benefícios são expressivos. Com a plataforma, a negociação comercial é feita sem intermediários, o que possibilita uma maior economia ao produtor e, consequentemente, ao consumidor.
Além disso, o pequeno produtor não é onerado com os descontos financeiros contratuais, tão comuns em redes varejistas.
Para que isso seja possível, André Braga explica que o monitoramento da qualidade é contínuo. “O Justo utiliza programa de monitoramento da qualidade dos produtos frescos recebidos diariamente, onde de maneira on-line passamos aos nossos fornecedores as informações de qualidade da entrega”.
O VP de expansão no Brasil do supermercado explica que essa questão é essencial: “Todo esse monitoramento nos ajuda a rastrear toda a cadeia e a criar planos de melhoria de qualidade”.
Resultados dessa parceria: sem intermediários e o pequeno produtor beneficiado
Atualmente, para o setor de hortifruti, o supermercado Justo conta com 21 produtores do estado de São Paulo, sendo que um deles é o marketplace “Muda Meu Mundo” (pequenos produtores de produtos orgânicos), que possui 24 famílias atendendo as demandas do Justo.
Assim, por meio da plataforma, os pedidos do supermercado são feitos diariamente para os pequenos produtores, já considerando a previsibilidade de vendas do dia, evitando o desperdício de alimentos e a produção acima do necessário por parte do produtor.
“Com essa plataforma, conseguimos eliminar os intermediários, apoiando no estabelecimento de processos de distribuição e na negociação de acordos de comércio justo para todas as partes”, complementa Braga.
Mas, além dessa negociação facilitada, a empresa entende que uma das dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores se dá na divulgação do seu trabalho e, consequentemente, nas oportunidades de negócios. “Por isso, procuramos divulgar o trabalho feito por nossos parceiros, como forma de amplificar suas vozes”, comemora Braga.
Ficou interessado? Então saiba que pequenos produtores que desejam fornecer seus produtos podem entrar em contato com o Justo via e-mail, apresentando seu projeto.
“Este projeto será avaliado e, caso atenda os critérios do nosso processo, as possibilidades de uma parceria serão colocadas na mesa”, finaliza o VP de expansão no Brasil do supermercado.
A maioria dos pequenos produtores rurais são mulheres. Convidamos você a entender por que as mulheres estão transformando o Agro no artigo do colunista do Agrishow Digital!