Dos Andes ao Caribe, a agricultura na Venezuela acontece em muitos climas e paisagens: planícies amplas nos Llanos, encostas andinas mais frescas, bacia do Orinoco úmida e uma longa faixa litorânea. Antes do petróleo, o campo abastecia as cidades e sustentava exportações; hoje, volta ao centro do debate por segurança alimentar e desenvolvimento regional.

Neste panorama, mostramos como o clima e o relevo moldam a produção agrícola na Venezuela, quais culturas puxam a oferta, o papel da pecuária e onde estão os gargalos — e, principalmente, as oportunidades de ganho em produtividade com soluções acessíveis e apoio à agricultura familiar. Siga a leitura e veja onde o país pode avançar agora.

Como a produção acontece no dia a dia

A produção agrícola na Venezuela é diversa — e essa diversidade dá fôlego. Convivem lavouras de subsistência, áreas comerciais próximas aos centros urbanos e a base que sustenta muita coisa: a agricultura familiar na Venezuela, com policultivos, venda direta e presença forte nas feiras. 

O Clima e o relevo são os responsáveis por orientar o que plantar: altitudes amenas favorecem café e hortifrutis; zonas quentes e úmidas pedem banana, mandioca e cana-de-açúcar; nas planícies, grãos e pastagens ganham espaço. Quando logística, irrigação e armazenagem estão no lugar, a oferta fica mais regular; quando faltam, crescem perdas pós-colheita e oscilações de preço nas cidades.

Do milho às origens do cacau: principais culturas da Venezuela

Entre as principais culturas da Venezuela, milho e arroz são os pilares do prato diário. O milho, presente nas arepas e em tantas receitas, está espalhado por pequenas e médias propriedades; já o arroz ocupa várzeas e perímetros irrigados que abastecem os mercados urbanos. Além disso, cana-de-açúcar segue relevante para açúcar e álcool, movimentando empregos e serviços ao redor das usinas.

Em altitudes mais elevadas, café e cacau juntam tradição e valor: grãos com identidade de território encontram nichos premium quando há constância, boas práticas e rastreabilidade. 

As frutas tropicais, banana, abacaxi, manga e goiaba têm giro rápido e consumo estável; feijão, mandioca, tomate e abacate completam o portfólio e ajudam a distribuir riscos de clima e mercado. Um ponto comum a todas: pós-colheita caprichada — da classificação à refrigeração — para transformar boa lavoura em boa prateleira.

No campo e no copo: a força da pecuária venezuelana

A pecuária venezuelana segue puxando renda no interior, sobretudo nos Llanos. Predominam sistemas de corte, mas há áreas de dupla aptidão que garantem leite e derivados aos mercados locais. 

Melhorias simples – genética, sanidade, manejo de pastagens e conservação de forragens – aumentam produtividade por hectare e reduzem a sazonalidade entre estação chuvosa e seca. Onde há integração lavoura-pecuária, resíduos viram insumos, o ciclo de nutrientes se fecha e o resultado econômico da fazenda melhora.

Onde aperta o sapato: desafios da agricultura venezuelana

Enquanto isso, os desafios da agricultura venezuelana começam na infraestrutura: estradas vicinais ruins elevam custos e perdas; falta câmara fria e armazenagem para frutas e hortaliças; energia e irrigação sofrem interrupções. Some-se a escassez de sementes, fertilizantes e defensivos, além da instabilidade econômica, que encarece crédito e encurta o planejamento. 

Somado a isso, o êxodo rural diminui a mão de obra e apaga saberes do campo; em paralelo, a concentração fundiária limita a diversificação em algumas regiões. Sem previsibilidade, é difícil investir em logística refrigerada e padronização — e a produção agrícola na Venezuela perde tração.

O que pode virar o jogo: tecnologia, mercados e agricultura familiar

Ainda que haja desafios, o país também tem muito espaço para avançar. Café e cacau premium capturam valor com certificações, rastreabilidade e história de origem bem contada. Perto dos centros urbanos, hortifrutis ganham constância com estufas, manejo protegido e irrigação localizada. Em grãos, sementes adaptadas, adubação equilibrada e manejo integrado de pragas entregam ganhos mesmo com orçamento enxuto.

A tecnologia agrícola na Venezuela pode (e deve) ser pragmática: captação de água de chuva, fertirrigação simples, estações meteorológicas comunitárias e apps de clima/alertas já melhoram resultados. Em propriedades maiores, sensores de umidade, imagens orbitais e pilotos automáticos ajudam a acertar a janela de plantio e reduzir desperdícios. 

Para a agricultura familiar na Venezuela, gestão básica, compras coletivas e assistência técnica contínua encurtam a curva de aprendizado e fortalecem a comercialização. Compras públicas (merenda escolar, hospitais) e crédito alinhado ao ciclo de produção dão o empurrão que falta para diversificar, qualificar a pós-colheita e agregar valor com processamento leve (polpas, farinhas, doces).

Para onde vamos

Com clima favorável, ambientes diversos e saber-fazer no campo, a agricultura na Venezuela tem tudo para reforçar a segurança alimentar e somar à retomada econômica. O caminho passa por reduzir gargalos logísticos, dar previsibilidade ao crédito e adotar tecnologia agrícola na Venezuela que caiba no bolso — da pequena à grande propriedade. 

Assim, as principais culturas da Venezuela ganham produtividade e qualidade, a pecuária venezuelana estabiliza oferta e renda, e os desafios da agricultura venezuelana viram plano de ação. 

Quer comparar com outros países? Siga a série “Agricultura pelo mundo” e veja como diferentes realidades podem inspirar o próximo passo no seu campo: